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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

TRABALHO

O termo trabalho vem do latim (tripalium): nome de um instrumento de tortura feito de três paus. Através do trabalho o homem acrescenta um novo mundo (cultura) ao mundo natural já existente. O trabalho e uma realização tipicamente mental, pois antes da realização já há um projeto mental. Assim o homem não realiza a matéria prima, mas também o projeto que ele trazia na sua consciência. Mas para que o trabalho – no aspecto individual tem por expandir suas energias, desenvolver sua criatividade e realizar suas potencialidades, moldar e mudar a realidade sociocultural, e transformar a si próprio; e no aspecto social, tende com o esforço de uma comunidade temos a manutenção e satisfação da vida e o desenvolvimento da sociedade. Ao longo da historia os valores de satisfação foram se perdendo com o aparecimento da divisão de classes, assim a sua liberdade e se transformando em castigo e alienação, tanto que na bíblia ganha conotação de sofrimento, em que Adão pecou através da influencia de Eva. Portanto, como castigo este deveria se estender por toda a eternidade ao sacrifício do trabalho (Gen. 3: 17 e 19).
A história do trabalho.
A divisão do trabalho começa na pré história entre os sexos: homem – caçar, guerrear e etc., mulher: cuidar dos filhos, trabalhos domésticos; na antiguidade o a concepção de trabalho era desprezível, valorizava o trabalho intelectual, os cidadãos não deviam viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios (incompatíveis com a vida moral , nem agricultores), mas sim ao lazer que e bom para pratica das atividades políticas. Esta concepção estava ligada aos argumentos Aristóteles “A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem o corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem o corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto para a vida do cidadão”.
Na Idade media pouco se alterou em alguns lugares do ocidente. Tomas de Aquino se referia como um bem árduo, na qual cada indivíduo se tornaria um homem melhor. O mais valorizado era o intelectual. O conceito católico foi contestado com o aparecimento da burguesia XVI, aparece o protestantismo. O trabalho foi valorizado para o sucesso econômico, como sinal da benção de Deus. Marx weber (ética protestante e o espírito do capitalismo). Para o cristianismo medieval, o trabalho passou a ser visto como uma forma de sofrimento que serviria como provação e fortalecimento do espírito para se alcançar o reino celestial;
Na Europa, a partir do século XVI, com a ascensão social da burguesia e o desenvolvimento do protestantismo, o trabalho foi revalorizado, e o lucro significou sinal da bênção de Deus. Max Weber, em sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, trouxe à baila a relação entre a ética protestante – que valoriza o trabalho – e o desenvolvimento do capitalismo nos países onde predominava o protestantismo; Hegel, por sua vez, definiu o trabalho como elemento de autoconstrução do homem, destacando o aspecto positivo do trabalho, isto é, o fato de o homem não apenas se formar e se aperfeiçoar, mas também e principalmente se libertar, pelo domínio que exerce sobre a natureza ao desempenhar o labor; Tal como Hegel, Karl Max também resguardou esse aspecto fundamental do trabalho, todavia destacou seu lado negativo nas sociedades capitalistas, questionando a suposta liberdade do trabalhador assalariado – compelido a vender sua força de trabalho para sobreviver, eis que única opção existente, além de revelar as condições aviltantes a que eram submetidos os trabalhadores no processo de produção e os resultados danosos destas circunstâncias sobre suas vidas. Desvendou, pois, o processo de alienação que se desenvolveu a partir do trabalho assalariado nas sociedades cujo modo de produção era o capitalista.
A alienação
O léxico latino alienare significa tornar algo alheio a alguém, ou seja, tornar algo pertencente a outro. Atualmente o termo possui variados significados. Em direito, alienação significa todo e qualquer ato que possui o efeito de transferir o domínio de uma coisa para outra pessoa. Também indica o ato pelo qual se cede ou transfere um direito pertencente ao cedente ao transferente; Em psicologia alienação significa o estado patológico do indivíduo que se tornou alheio a si próprio, sem contato consigo mesmo ou com o meio social com o qual vive.
O significado utilizado pela linguagem filosófica contemporânea, e que a alienação é o processo pelo qual os atos de uma pessoa são governados por outros e se transformam em uma força estranha colocada em posição superior e contrária a quem a produziu. Hegel previu a alienação como sendo o processo pelo qual os indivíduos colocam suas potencialidades nos objetos por eles criados, em verdadeira exteriorização da criatividade humana, da capacidade de construir obras no mundo. Desta forma, o mundo da cultura seria uma alienação do espírito humano, uma criação do homem, que nela se reconheceria. Marx, entretanto, identificou no processo de exteriorização da criatividade humana dois momentos distintos. O primeiro momento, o qual chamou de objetivação, diz respeito à capacidade do homem de se exteriorizar nos objetos e nas coisas que cria, algo próprio do saber-fazer humano, nos moldes da filosofia hegeliana. O segundo momento identificado por Marx, denominado alienação, seria aquele em que o homem, principalmente no modo de produção capitalista e no sistema consumista de produção de mercadorias, após transferir suas potencialidades para os seus produtos, não os identifica como obra sua, como algo seu. Os produtos não pertencem a quem os produziu, seja no plano econômico, psicológico ou social, muito pelo contrário. Ele se referiu ao processo de perda de si mesmo que o trabalhador experimenta em relação ao produto de seu trabalho.
Como corolário deste processo produtivo o surgimento do chamado taylorismo (criado por Frederick Taylor, 1856-1915), modo de produção que exprime a fragmentação do trabalho, que necessariamente conduz a uma fragmentação do saber, eis que se perde a noção de conjunto do processo produtivo. Explico. O taylorismo significou uma intensificação da divisão do trabalho, fracionando etapas do processo produtivo de modo a fazer que o trabalhador desenvolvesse tarefas ultras especializadas e repetitivas, não conhecendo o conjunto da obra que produzia. Henry Ford (1863-1947) foi o primeiro a colocar em prática a filosofia de Frederick Taylor, criando o que se chamou de fordismo, modelo de produção que após grande ascensão entrou em crise e foi substituído pelo modelo japonês chamado toyotismo.
O trabalho como processo de alienação se acentua no século XIX. Em que o trabalho nas indústrias se automatizam e especializado. Os empresários querem economizar tempo e aumentar a produtividade como no sistema teylorismo. Pois assim fragmenta o saber e a noção de conjunto no processo produtivo. No campo econômico o trabalho alienado produz para satisfazer a necessidade do mercado não para o trabalhador. Ex: fabrica palácio e mora em casebre. Em fim, o trabalho alienado costuma ser marcado pelo desprazer, pelo embrutecimento e pela exploração do trabalhador, então o stress desenvolveu a preguiça e o proletariado.
Este trabalhador se sente uma mercadoria, uma coisa que precisa alcançar sucesso no mercado das personalidades: sucesso financeiro, intelectual, social, sexual, político esportivo etc. e este sucesso depende do mercado que este quer vender sua personalidade. Agora este vai ser: eu sou o que você quer que eu seja.
Sociedade do tempo livre ou do desempregado.
O trabalho se tornou o oposto do que deveria ser, ou seja, de liberdade e de realização, mas se tornou sinônimo de frustração, submissão e sofrimento. A questão é o trabalho é fundamental para o ser humano/ é através deste que o homem se autoconstroi? Será possível alcançarmos uma forma mais livre de trabalho?
O desenvolvimento tecnológico vem mecanizando e a automatização da produção vem suprimindo diversas tarefas rotineiras que eram antes desempenhadas pelos trabalhadores. Dessa forma é possível pensar que um dia viveremos na maior parte do tempo livre, ou seja, a sociedade do tempo livre.
De 1850 ao final do século XX, um trabalhador da Inglaterra e frança, vivia em media de 45 a 50 anos, e trabalhava aproximadamente 120 mil horas. Atualmente nos países desenvolvidos, o trabalhador vive em media de 75 a 80 anos, e trabalha em media 80 mil horas ao longo da vida. Tudo leva a crer que o processo tecnológico eliminara cada Vaz mais o trabalho humano e todo esforço físico e intelectual poderão ser delegados a maquinas e que ao homem restara o monopólio das atividades criativas. Mas esta poderá gerar uma realidade opressiva e anti-social; uma sociedade de desempregados. Isso se comprova com o aumento de desempregados em países onde a carga horária caiu, e para evitar o desemprego as organizações sindicais com os patrões propõe redução de jornada de trabalho o que conduziria a uma sociedade de maior tempo livre.

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