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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

domingo, 19 de agosto de 2012

GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO CERTO OU ERRADO?



O brasileiro vem assistindo os movimentos de greve dos trabalhadores do serviço público federal em todos os setores. A preocupação é grande, pois este fato pode desencadear o retorno da ineficiência estatal, começamos a pesquisar o que levava a este fenômeno em nosso país, justamente em um contexto que parece de melhores condições econômicas a quase todos. Iniciamos a comparar valores de salários de agentes públicos com funções iguais, como os agentes de segurança pública, como policial federal que estão em greve por reivindicar melhores salários, com os de guardas municipais, policiais civis e militares; professores das universidades federais que também estão em greve, com os de professores da rede estadual e municipal e etc.. Não queremos mostrar números, mas há um disparate muito grande. Mas o que nos incomoda é saber de fato se havia ou há paradoxo entre o discurso e a prática da filosofia petista, ou se as greves são instrumentos de desestabilização do governo petista. Mas para surpresa achamos a resposta justamente em um site do PSDB, partido de oposição do PT.
GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO CERTO OU ERRADO?
No site Instituto Teotônio Vilela em que há cartas de cunho político, mas precisamente no link - Brasil real – cartas de conjuntura - ITV – nº 74 – abril/2011. Há uma carta com o tema “A escalada do funcionalismo federal nos anos Lula”.
Disponibilizamos parte da carta:
 “Os números finais da política de recursos humanos da gestão Lula mostram que nenhuma despesa cresceu tanto nos últimos oito anos quanto a destinada ao pagamento do funcionalismo público federal. Desde 2002, os gastos subiram 56% acima da inflação e devem bater em R$ 200 bilhões neste ano, numa folha de mais de 2 milhões de servidores(...). Há algumas semanas, o Ministério do Planejamento divulgou a edição do Boletim Estatístico de Pessoal (BEP) que traz os números definitivos da gestão Lula nesta área. Uma das conclusões mais relevantes a que se chega é que provavelmente nenhuma despesa tenha crescido mais nos últimos oito anos do que a destinada ao pagamento do funcionalismo público federal.
Em 2010, o gasto da União com pessoal atingiu R$ 183,3 bilhões. Isso equivale a mais de R$ 500 milhões por dia. Em 2002, havia sido de R$ 75 bilhões, em valores correntes. O salto registrado ao longo do governo petista foi astronômico: em termos nominais, isto é, sem considerar a inflação, as despesas cresceram 144%. Em valores reais, o ganho do funcionalismo foi de 56%, ou seja, muito acima da elevação do custo de vida no período.
Não há quem seja contra um Estado que preste melhores serviços à população. Para tanto, é importante remunerar bem o servidor, motivá-lo e preservá-lo nas carreiras públicas. Mas a questão é saber se a sociedade está disposta a arcar com os custos desta política, uma vez que ao crescimento da folha sempre corresponde a cobrança de mais tributos.
Em dezembro de 2010, a União contava com 2.061.431 servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas, civis e militares. O contingente cresceu 11% desde 2002, o que equivale à incorporação de exatos 205.465 novos funcionários à folha. Na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o número de empregados públicos praticamente não havia se alterado, em torno de 1,8 milhão.
A mídia vem mostrando a população as greves e, algumas se posicionado como a Folha de São Paulo que chega a considerar um “caos”, e expõe fatos em que a Presidenta foi vaiada por um grupo de docentes, alunos e servidores de instituições federais de ensino, diz a Folha, em seguida informa: eram 35.
A questão está nos dois pólos que se revezam no poder político do Brasil: PSDB de ideologia desestatizante e; PT de ideologia estatizante que representam classes divergentes, sendo que os “demotucanos” se disfarção de parceiros destes movimentos grevistas, mas que de fato tem a intenção de desestabilizar o governo petista, pois a própria fonte do texto citado, desmascara a farsa, basta lembrar que eles (elite) criaram o impostômetro que serve de denuncismo da carga, mas são esses mesmos que ocupam o 4º lugar de maiores sonegadores de impostos do mundo, com seus US$ 520 bilhões aplicados em paraísos fiscais. Claro que esse dinheiro chegou lá com a colaboração de bancos e instituições do mercado que são acobertados por cumplicidade dos 'analistas econômicos' que veiculam jornais com alertas sobre o 'desequilíbrio fiscal' e propõem receitas as reformas, em que os  direitos fundamentais serão negados, por ausência de serviços públicos. Mas estes estimulam greves para que haja implosão dos recursos do estado com a folha de pagamento dos servidores do Estado.
A comprovação está claro, de que do governo Lula em diante, houve investimento de 11% no quadro de funcionalismo público, alem de 56% de qualidade na melhoria dos salários dos servidores públicos federais, bem acima da inflação do período em contexto. E o texto confirma que no governo do ex presidente FHC, não houve inalteração do quadro, mas sim arrocho nos salários.
Pois foi justamente no seu governo (FHC) que autorizou seu Ministro Bresser Pereira, (1994) que iniciou o processo na direção Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado  (MARE), a reduzir investimentos no setor publico, obedecendo ordens internacionais do setor neoliberal, pois dizia que os gastos com serviços essências deveriam ser transferidos para o setor privado, o discurso do Bresser era de que a crise do sistema fiscal estava relacionado principalmente com o serviço publico.
O fato é que o ministro da justiça José Eduardo Cardoso em entrevista no dia 16/08/2012, afirmou que não será tolerante com grevista. Acreditamos que o discurso do ministro foi uma reação do governo que percebeu a cilada em que os opositores estavam armando.
"Pode chamar do que quiser, operação-padrão, o que for, mas usar a competência legal para criar obstáculos caracteriza abuso de poder e ilegalidade. Tenho que garantir a liberdade, o direito de greve, o direito de expressão, mas não posso aceitar que ultrapassem a finalidade que lhes é atribuída. Existem situações inaceitáveis", afirmou o ministro da Justiça”.
Não é nosso interesse fazer julgamento precipitado nem juízos de valores, mas o Brasil vem se redesenhando nas distribuições de tarefas entre as esferas publicas: federal, estadual e municipal, sendo que há distanciamento de salários entre agentes destes poderes com funções iguais. A princípio o relacionamento seria de prepotência entre agentes da esfera união em relação a as duas (estado e município). O debate tem que passar por um planejamento com base no orçamento, para que haja isonomia de salários entre os o funcionalismo dos três esferas, sem privilégios exacerbados.
É claro que a sociedade não concorda com cotas absurdas de tributos, mas aceitar chantagem de organizações que não representa a classe trabalhadora seria o extremo da ignorância, ou quem sabe canalhice, já que usam categorias a impor salários que para grande maioria da classe trabalhadora é uma utopia, alem de que há uma diferença muito grande de salários de agentes com funções iguais, só que estão em esferas do  município e estado, mas que recebem salários bem menores.
Seria um absurdo ao governo, que se tornaria refém destas categorias vaidosas, mas influenciadas, alem de aceitar o desmantelamento do estado por grupos que se disfarçam de apoiadores dessas categorias. Definimos com base no texto citado, em que confirma que o atual governo federal vem fazendo investimentos nos serviços públicos, contrario ao de FHC, mas cabe a sociedade organizada: sindicato, sociedade civil e etc., em conjunto com os dirigentes das esferas públicas, união, estado e município, discutir bases salariais com senso de isonomia, mas apoiado e fundamentado no orçamento público para que não haja discrepância entre entrada e saída de recursos, para que não venha de fato dar razoes aos verdadeiros algozes dos servidores públicos em geral.
Por fim, acreditamos que falta é consciência de classe trabalhadora no serviço público em geral, para que não haja atitudes isoladas e vaidosas de apenas uma categoria. Só não pode é um policial que usa como instrumento de trabalho a sua própria vida, independente de ser policial federal, policial militar, civil ou guarda municipal, sendo um ganhando R$ 9.500,00 e outro recebendo R$ 622,00, mas com os mesmos fins: combater a criminalidade; só não pode também é um professor universitário federal receber R$ 12, 13 ou 15 mil reais, e um professor do município receber salário mínimo.

Referência


sábado, 18 de agosto de 2012

A DEMONIZAÇÃO DOS MUÇUlMANOS OU DISPUTA PELO PETRÓLEO



DECLÍNIO DE UM IMPÉRIO
I PARTE

A DEMONIZAÇÃO DOS MUÇULMANOS OU DISPUTA PELO PETRÓLEO
A acida elação entre orientais e ocidentais pode ser justificada por vários motivos, dependendo do ponto de vista de como se queira defender, ou do cientista político e social, mas quem sabe essa confusa relação, pode ser explicada principalmente anda no século XI com as diferenças de estágios de comportamentos dos ocidentais no modelo econômico medieval e do outro lado oriental um modelo sem uma convergência única devido as pulverizações sociais daquele espaço, como modelos primitivos, modelos hidráulicos, ou quem sabe um modelo nômade dos mongóis que seguia seus rumos montados no próprio lombo das forças produtivas sem esquecer também do modelo escravista, essa convulsão em espaço e tempo, também era a busca edênica daqueles que estavam estagnados em um cenário de domínio religioso, ou seja, modelo feudal. A crise populacional, as minas falidas, sociedade estamental, a proibição da usura para influenciar a competitividade, alem e claro de falta de espaço para satisfazer o fisiologismo.
Como a igreja era a maior instituição deste período, deveria esta buscar solução para este problema e como esta trabalhava sob o fenômeno da fé, então deveria esta estabelecer a busca deste espaço oriental sob a tutela do direito da “guerra santa” atuando como um instrumento de propaganda e doutrinação religiosa, que foi utilizado no alistamento em toda a Europa de milhares de camponeses, servos e desvalidos urbanos. 
Foram vários séculos que este discurso maquiou a verdadeira realidade entre estes dois povos: interesse econômico. As Cruzadas são apresentadas por historiadores como "uma série contínua de militar-religiosa expedições feitas por cristãos europeus, na esperança de arrancar a Terra Santa dos turcos infiéis." As Cruzadas consistiram, por meio da ação militar, ao desafiar o domínio das sociedades de comerciantes muçulmanos, que controlavam as rotas comerciais do Oriente.  As "guerras de religião" tem sido estratégicos por detrás da conquista e invasão de terras estrangeiras. "As guerras de religião" foram invariavelmente lutas com vista a assegurar o controle sobre as rotas comerciais e dos recursos naturais. 
A "Guerra Justa" apoiada as Cruzadas, foram travadas com o apoio da Igreja Católica, Cruzada dos Estados Unidos na Ásia Central e Oriente Médio. Aos olhos da opinião pública, possuir uma "causa justa" para travar a guerra é central. Uma guerra está a ser dito apenas se for travada nos terrenos moral, religiosa ou ética. 
Cruzada dos Estados Unidos na Ásia Central e Oriente Médio não é exceção. A "guerra ao terrorismo" pretende defender a pátria americana e proteger o "mundo civilizado". É apresentada como uma "guerra de religião", um "choque de civilizações", quando na verdade o objetivo principal desta guerra é o de garantir o controle e a propriedade das empresas sobre a riqueza de petróleo da região extensa, ao mesmo tempo, impor sob o comando do FMI e do Banco Mundial, a privatização de empresas estatais e a transferência de ativos dos países econômica nas mãos do capital estrangeiro. . 
A teoria da guerra justa defende a guerra como uma "operação humanitária". Ela serve para camuflar os verdadeiros objetivos da operação militar, ao fornecer uma imagem moral e de princípios para os invasores. Em sua versão contemporânea, a que chama para uma intervenção militar por razões éticas e morais contra os "estados pátrias" e "terroristas islâmicos", que são a ameaça a Pátria. Possuir uma "causa justa" para travar a guerra é fundamental para a justificativa do governo Bush para invadir e ocupar o Afeganistão e no Iraque.
Ensinado nas academias militares dos EUA, uma versão moderna da "Guerra Justa" teoria tem sido incorporada em doutrina militar dos EUA. A "guerra ao terrorismo" e a noção de "preempção" se baseiam no direito de "autodefesa". Eles definem "quando é permissível travar uma guerra": jus ad bellum, serve para construir um consenso no seio das estruturas de comando das Forças Armadas. Serve também para convencer os soldados que o inimigo é "mau" e que eles estão lutando por uma "causa justa". Mais genericamente, a teoria da guerra justa, na sua versão moderna é uma parte integrante da guerra de propaganda e desinformação da mídia, aplicada a obter apoio público para uma agenda de guerra.
A batalha pelo petróleo. Demonização do inimigo
A Guerra constrói uma agenda humanitária. Ao longo da história, a difamação do inimigo tem sido aplicada uma e outra vez. As Cruzadas Consistiam em demonizar os turcos como infiéis e hereges, com uma visão justificadora da ação militar. 
A demonização tem objetivos geopolíticos e econômicos. Da mesma forma, a campanha contra o "terrorismo islâmico" (que é apoiada secretamente pela inteligência dos EUA) apóia a conquista da riqueza do petróleo. O termo "islamo-fascismo", serve para degradar as políticas, instituições, valores e tecido social dos países muçulmanos, além de sustentar os pilares da "democracia ocidental" e do "livre mercado" como a única alternativa para esses países.   
O que levou os EUA a guerra no Oriente Médio mais ampla região da Ásia Central consiste em ganhar controle sobre mais de sessenta por cento das reservas mundiais de petróleo e gás natural. Os gigantes petrolíferos anglo-americanos também procuram ganhar controle sobre rotas de pipelines para extrair petróleo e gás da região. (Veja a tabela e mapas abaixo). 
Países muçulmanos, incluindo a Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, os Emirados Árabes Unidos, Catar, Iêmen, Líbia, Nigéria, Argélia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, Indonésia, Brunei, possuem entre 66,2 e 75,9 por cento das reservas totais de petróleo. Em contraste, os Estados Unidos da América tem apenas 2% das reservas de petróleo total. Países ocidentais, incluindo os seus produtores de petróleo (Canadá, os EUA, Noruega, Reino Unido, Dinamarca e Austrália) controlam cerca de 4% das reservas de petróleo total. (Na estimativa alternativa do Oil and Gas Journal, que inclui areias de petróleo do Canadá, esse percentual seria da ordem de 16,5%. Veja a tabela abaixo).
A maior parte das reservas de petróleo do mundo está em uma região que se estende (Norte) a partir da ponta do Iémen a bacia do Mar Cáspio e (Leste) da costa Leste do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico. Esta ampla região do Médio Oriente, Ásia Central, que é o teatro da norte-americana "guerra ao terrorismo" engloba de acordo com as estimativas do Oil World , mais de 60% das reservas de petróleo do mundo.  
Os países muçulmanos possuem petróleo, pelo menos, 16 vezes mais do que os países ocidentais. Só o Iraque tem cinco vezes mais petróleo do que os Estados Unidos. Os principais países não-muçulmanos com reserva de petróleo são Venezuela, Rússia, México, China e Brasil. (Veja tabela) 
A demonização é aplicada a um inimigo, que possui três quartos das reservas de petróleo do mundo. "Eixo do mal", "Estados vilões", "países fracassados", "terroristas islâmicos": a demonização e o aviltamento são os pilares ideológicos da "guerra ao terror" dos Estados Unidos. Eles servem como uma causa bélica para travar a batalha pelo petróleo.  
A batalha pelo petróleo requer a demonização daqueles que possuem o óleo. O inimigo é caracterizado como mau, com uma visão justificadora da ação militar, incluindo o assassinato em massa de civis. A região do Médio Oriente da Ásia Central é fortemente militarizada. (Veja o mapa). Os campos de petróleo são cercados: navios de guerra da NATO estacionadas no Mediterrâneo Oriental (como parte de uma "manutenção da paz" da ONU operação), Grupos Strike EUA Carrier e Squadrons Destroyer no Golfo Pérsico e da Arábia implantado como parte da guerra "contra o terrorismo". 
O objetivo final, combinando de ação militar, operações encobertas de inteligência e propaganda de guerra, é para quebrar o tecido nacional e transformar países soberanos em territórios econômicos abertos, onde os recursos naturais podem ser roubados e apreendidos no "mercado livre" de supervisão. Este controle também se estende a estratégia de petróleo e de corredores de gasodutos (por exemplo, o Afeganistão).  
A Demonização é usada para influenciar a opinião pública e construir um consenso a favor da guerra. Guerra psicológica é diretamente patrocinada pelo Pentágono e do aparelho de inteligência dos EUA. Ele não se limita a assassinar ou executar os governantes de países muçulmanos, que se estende a populações inteiras. Os muçulmanos são alvos na Europa Ocidental e América do Norte. E se propõe a quebrar a consciência nacional e a capacidade de resistir ao invasor. Ela denigre o Islã. Ele cria divisões sociais. Destina-se a dividir as sociedades nacionais e, finalmente, desencadear a "guerra civil". Enquanto ele cria um ambiente que facilita a apropriação direta de recursos dos países, ao mesmo tempo, ele potencializa retrocessos, cria uma nova consciência nacional, desenvolve a solidariedade inter-étnica, une as pessoas para enfrentar os invasores. 
É interessante notar que o desencadeamento de divisões sectárias e "guerras civis" é contemplado no processo de redesenho do mapa do Oriente Médio, onde os países estão destinados a ser dividido e transformado em territórios. O mapa do novo Oriente Médio, embora não oficial, tem sido usado pela National Academy de Guerra dos EUA. Foi recentemente publicado no Jornal das forças armadas (Junho 2006). Neste mapa, os Estados-nação são quebrados, as fronteiras internacionais são redefinidos ao longo sectária étnico-linhas, em geral de acordo com os interesses dos gigantes petrolíferos anglo-americanos o mapa também tem sido utilizado em um programa de treinamento no Colégio de Defesa da OTAN para os altos oficiais militares. 
No Oriente Médio teatro de guerra, o Irã e a Síria, que fazem parte do "eixo do mal", são os próximos alvos de acordo com declarações oficiais dos EUA. Patrocinada pelos EUA "guerras civis" também foram realizados em várias outras regiões estratégicas e de gás, incluindo a Nigéria, o Sudão, Colômbia, Somália, Iêmen, Angola, para não mencionar Chechênia e várias repúblicas da antiga União Soviética. Permanente dos EUA que patrocinam "guerras civis", que muitas vezes incluem a canalização do apoio encoberta a grupos paramilitares, foram desencadeadas na região de Darfur, no Sudão, bem como na Somália, Darfur possui extensas reservas de petróleo. Na Somália, as concessões lucrativas já foram concedidas a quatro gigantes petrolíferos anglo-americanos.
"De acordo com documentos obtidos pelo The Times, quase dois terços da Somália foi atribuído ao americano gigantes do petróleo Conoco, Amoco, Chevron e Phillips nos anos finais antes de pró-EUA da Somália presidente Mohamed Siad Barre foi derrubado e a nação mergulhada no caos, em janeiro de 1991. As empresas que detêm os direitos para as concessões mais promissores tiveram apoio da administração Bush com envio de tropas dos EUA para proteger carregamentos de ajuda para a Somália, alem da ajuda na proteção de seus milhões de dólares de investimentos. (Interesses dos Estados Unidos na Somália, Global Research, 2002).
 A globalização e a conquista dos recursos de energia do mundo.
 A demonização coletiva de muçulmanos, incluindo a difamação do Islã, aplicada em todo o mundo, constitui, a nível ideológico, um instrumento de conquista de recursos de energia do mundo . É parte do mais amplo mecanismos econômicos, políticos subjacentes à Nova Ordem Mundial. Michel Chossudovsky é o autor do best-seller internacional "A Globalização da Pobreza", publicado em onze línguas. Ele é Professor de Economia da Universidade de Ottawa e diretor do Center for Research on Globalization, no    www.globalresearch.ca . Ele também é um colaborador do Encyclopaedia Britannica. Seu livro mais recente intitula-se: "Guerra ao Terrorismo" da América, Global Research, 2005.
É o que já se chama de “imperialismo humanitário”. Não escondem a real razão para a deflagração de mais uma guerra. Porque tal não aconteceu nas várias vezes em que Israel massacrou a população palestina, tanto nos territórios ocupados, como até mesmo no Líbano?
Existem outros objetivos por trás dos discursos, envolvem interesses de não mais uma única potência. Além dos EUA, França e Itália disputam o controle estratégico da região, do petróleo, e, claro, a reconstrução de tudo que for destruído nessas ações. E também Alemanha e China (estes se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU que autorizou a criação da chamada zona de exclusão aérea, nome pomposo para determinar a agressão às forças líbias), que tem contratos importantes no comércio do petróleo líbio. Pode-se ler uma boa análise dessa divisão de interesses dentro da “força de coalização”.
A França, talvez o mais emblemático em toda essa farsa, envolve até mesmo a necessidade de reafirmação de um governo enredado em uma série de complicações internas, revoltas populares e insatisfações com graves crises que atinge aquele país, talvez na Europa o que mais convive com populações deslocadas de seus países como conseqüência de crises econômicas e guerras. Empenhado em melhorar sua baixa popularidade, Sarkozy não vacila em massacrar o povo líbio. Acrescente-se a isso uma espécie de “vingança” pela declaração de um dos filhos de Kadafi, que afirmou ter o ditador líbio bancado a eleição do premier francês e que teria muito mais coisas a declarar.
A Itália talvez seja o país que tem mais a perder com essa situação de crise e instabilidade nas águas do mediterrâneo. Tanto pela proximidade com aquele país, e que pode sofrer conseqüências do deslocamento de populações da África, que foram contidas por Kadafi, como pelo fato de ser o país que mais estabeleceu relações com o governo líbio, até pelo fato de ter sido a potência européia colonizadora na Líbia.
A farsa que se esconde por trás dos discursos humanitários não resiste a uma simples retrospectiva de situações semelhantes e às análises dos interesses sobre aquela região desde o final do século XIX.
Se observarmos a maneira como as revoltas árabes estavam acontecendo veremos que quando isso acontece na Líbia há de imediato um interesse diferenciado por parte das grandes potências. Até a maneira como a oposição naquele país utiliza para se contrapor ao poder de Kadafi, diferencia-se da forma como estava acontecendo até então. Armados, desde o começo, e dispostos a partir para um conflito aberto, davam a nítida impressão de contar com a ingerência externa, em função da confiança e do rápido comportamento de alguns membros do governo que se aliaram rapidamente aos insurgentes. Acrescente-se a isso a presença de missões estrangeiras de espionagem, justamente na região onde se concentram as reservas de petróleo da Líbia, e onde é mais forte a ação dos rebeldes, a cidade de Bengazhi.
Paradoxalmente, enquanto em alguns países as revoltas se dirigem também contra tiranias monárquicas, os rebeldes líbios, alguns deles (são de origens diversas, uma vez que uma característica da região é a existência de várias tribos), ostentavam a bandeira da antiga monarquia líbia. É importante ressaltar que há uma grande divisão étnica que dificulta a caracterização tradicional de nacionalidade. A peculiaridade está no fato de Kadafi, mediante uma capacidade que reside em seu carisma, construída em tempos de guerra fria e contra a antiga monarquia, aliado a idéias socializantes bem excêntricas, ter conseguido unificar por tanto tempo interesses internos tão díspares e características regionais tão diversas. Além de uma política de sufocar a oposição. Isso se intensificou, inclusive, nos últimos anos, como decorrência de uma aproximação com os EUA para perseguir suspeitos de terrorismos e eliminar as sanções econômicas.
A par de todo o interesse que desperta a situação da Líbia, as revoltas árabes continuam a se espalhar e a atingir graus de ebulição elevados, como no caso do Iêmen, Bahrein e agora na Síria. Como o quadro geopolítico que está se desenhando por toda essa área atingida, desde a África subsaariana, seguindo por todo o Oriente Médio até Israel.
Deserto da Líbia é o espaço de disputapelas potências ocidentais.
No aspecto que envolve as grandes potências ocidentais, não somente as que participam da coalizão que bombardeia a Líbia, mas também a Alemanha e a Itália, os diferentes interesses podem levar a conflitos políticos que deverão afetar as relações políticas entre vários países. Haverá uma disputa, na quando  Kadafi for derrotado e a Líbia tiver que ser reconstruída com um novo governo de unidade nacional apesar da difícil divergências tribais), para ver qual país liderará a reconstrução daquele país. Isso significa também deter o controle sobre os poços e refinarias de petróleo, além do repartimento entre corporações multinacionais de um país destruído e arrasado.
Conclui-se que todas as medidas adotadas com a resolução da ONU, tem puramente o objetivo de se exercer o controle geopolítico sobre uma região importante do ponto de vista econômico. Não somente a existência do petróleo, mas de toda uma infraestrutura montada para sua exploração, de tal forma que faz da companhia estatal líbia, A National Oil Corporation (NOC), a 25ª entre as maiores companhias de petróleo do mundo.
Os interesses, portanto, não são humanitários, senão vários outros países da África não estariam submetidos à situação de abandono e de domínio de gangues armadas. Não nos esqueçamos de Ruanda, cujo genocídio foi praticado às vistas da ONU, e as armas usadas, facões, adquiridos da França. Assim como Somália, Congo, Costa do Marfim, etc.
RESERVA MUNDIAL DE PETRÓLEO POR REGIÃO
As implicações geopolíticas e econômicas de uma intervenção militar EUA-OTAN contra a Líbia são de grande alcance. 
A Líbia está entre as maiores economias petrolíferas do mundo, com aproximadamente 3,5% das reservas globais de petróleo, mais do dobro daquelas dos EUA. 
A “Operação Líbia” faz parte de uma agenda militar mais vasta no Médio Oriente e na Ásia Central, a qual consiste e ganhar controle e propriedade corporativa sobre mais de 60 por cento da reservas mundiais de petróleo e gás natural, incluindo as rotas de oleodutos e gasodutos. 
“Países muçulmanos incluindo a Arábia Saudita, Iraque, Irão, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Iêmen, Líbia, Egito, Nigéria, Argélia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, Indonésia, Brunei possuem de 66,2 a 75,9 por cento do total das reservas de petróleo, conforme a fonte a metodologia da estimativa”. Com 46,5 mil milhões de barris de reservas provadas (10 vezes as do Egito), a Líbia é a maior economia petrolífera do continente africano seguida pela Nigéria, Argélia (Oil and Gas Journal). Em contraste, as reservas provadas dos EUA são da ordem dos 20,6 bilhões de barris (Dezembro 2008) segundo a Energy Information Administration. U.S. Crude Oil, Natural Gas, and Natural Gas Liquids Reserves
O petróleo é o interesse das guerras conduzidas pelos EUA-OTAN 
Uma invasão da Líbia sob um pretexto humanitário serviria os mesmos interesses corporativos da invasão de 2003 e subsequente ocupação do Iraque. O objetivo subjacente é tomar posse das reservas de petróleo da Líbia, desestabilizar a National Oil Corporation (NOC) e finalmente privatizar a indústria petrolífera do país, nomeadamente transferir o controle e propriedade da riqueza petrolífera Líbia para mãos estrangeiras. 
A planejada invasão da Líbia, a qual já está em curso, é parte da “Batalha pelo petróleo” mais vasta. Aproximadamente 80 por cento das reservas de petróleo da Líbia estão localizadas na bacia do Golfo de Sirte da Líbia Oriental.
A Líbia é uma economia valiosa. “A guerra é bom para os negócios”. O petróleo é o troféu das guerras efetuadas pelos EUA-OTAN. 
A Wall Street, os gigantes anglo-americanos do petróleo, os produtores de armas dos EUA e UE seriam os beneficiários tácitos de uma campanha militar dos EUA-OTAN contra a Líbia. 
Interesses petrolíferos estrangeiros na Líbia 
Dentre as companhias petrolíferas estrangeiras que operavam antes da insurreição na Líbia incluem-se a Total da França, a ENI da Itália, a China National Petroleum Corp (CNPC), British Petroleum, o consórcio espanhol REPSOL, ExxonMobil, Chevron, Occidental Petroleum, Hess, Conoco Phillips. 
Muito significativamente, a China desempenha um papel central na indústria petrolífera líbia. A China National Petroleum Corp (CNPC) tinha, até o seu repatriamento, uma força de trabalho de 30 mil chineses na Líbia. A British Petroleum (BP), em contraste, tinha uma força de trabalho de 40 a qual foi repatriada. 
Onze por cento (11%) das exportações de petróleo líbias são canalizadas para a China. Se bem que não haja números sobre a dimensão e importância da produção e atividades de exploração da CNPC, há indicações que são apreciáveis. Mais geralmente, a presença da China na África do Norte é considerada por Washington como uma intrusão. De um ponto de vista geopolítico, a China é uma intrusa. A campanha militar dirigida contra a Líbia pretende excluir a China da África do Norte. 
O papel da Itália também tem importância. A ENI, o consórcio italiano, extrai 244 mil barris de gás e petróleo por dia, os quais representam quase 25 por cento do total das exportações da Líbia. (Sky News: Foreign oil firms halt Libyan operations, February 23, 2011)
Dentre as companhias estadunidenses na Líbia, a Chevron e a Occidental Petroleum (Oxy) decidiram em 6 Outubro 2010, não renovar as suas licenças de exploração de petróleo e gás na Líbia. (Why are Chevron and Oxy leaving Libya?: Voice of Russia. Em contraste, em Novembro de 2010 a companhia alemã R.W. DIA E, assinou um acordo de grande alcance com a National Oil Corporation (NOC) da Líbia que envolve a exploração e partilha de produção. Africa News - Libya: German oil firm signs prospecting deal - The Africa News
As apostas financeiras bem como “os despojos de guerra” são extremamente elevados. A operação militar pretende desmantelar instituições financeiras da Líbia bem como confiscar milhares de milhões de dólares de ativos financeiros líbios depositados em bancos ocidentais. 
Deveria ser enfatizado que as capacidades militares da Líbia, incluindo o seu sistema de defesa aérea, são fracas. 
A Líbia tem as maiores reservas de petróleo da África. O objetivo da interferência dos EUA-OTAN é estratégico: consiste no roubo sem rodeios, em roubar a riqueza petrolífera do país sob o disfarce de uma intervenção humanitária. 
Esta operação militar pretende estabelecer a hegemonia dos EUA na África do Norte, uma região historicamente dominada pela França e em menor extensão pela Itália e Espanha. 
Em relação à Tunísia, Marrocos e Argélia, o desígnio de Washington é enfraquecer os laços políticos destes países com a França e pressionar pela instalação de novos regimes políticos que tenham um estreito relacionamento com os EUA. Este enfraquecimento da França, como aspecto do desígnio imperial dos EUA, faz parte de um processo histórico que remonta às guerras na Indochina. 
A intervenção dos EUA-OTAN que conduza à futura formação de um regime fantoche dos EUA pretende também excluir a China da região e por para fora a National Petroleum Corp (CNPC) da China. Os gigantes anglo-americanos, incluindo a British Petroleum que em 2007 assinou um contrato de exploração com o governo Kadafi, estão entre os potenciais “beneficiários” da proposta operação militar EUA-OTAN. 
Mais na generalidade, o que está em causa é o redesenho do mapa da África, um processo de redivisão neocolonial, o descarte das demarcações da Conferência de Berlim de 1884, a conquista da África pelos Estados Unidos em aliança com a Grã-Bretanha, numa operação conduzida pelos EUA-OTAN. 
Líbia: Portão saariano estratégico para a África Central 
A Líbia tem fronteiras com vários países que estão na esfera de influência da França, incluindo a Argélia, Tunísia, Níger e Chad. 
O Chad é potencialmente uma economia rica em petróleo. A ExxonMobil e a Chevron têm interesses no Chad do Sul incluindo um projeto de oleoduto. O Chad do Sul é um portão de entrada para a região do Darfur, do Sudão, a qual também é estratégica em vista da sua riqueza petrolífera. 
A China tem interesses petrolíferos tanto no Chad como no Sudão. A China National Petroleum Corp (CNPC) assinou em 2007 um acordo de grande alcance com o governo do Chad. 
O Níger é estratégico para os Estados Unidos devido às suas vastas reservas de urânio. No presente, a França domina a indústria de urânio no Níger através do conglomerado nuclear francês Areva, anteriormente conhecido como Cogema. A China também tem interesse na indústria de urânio do Níger. 
Mais geralmente, a fronteira Sul da Líbia é estratégica para os Estados Unidos na sua busca pela extensão da sua esfera de influência na África francófona, um vasto território que se estende desde a África do Norte até à África Central e Ocidental. Historicamente esta região fazia parte dos impérios coloniais da França e da Bélgica, cujas fronteiras foram estabelecidas na Conferência de Berlim de 1884. 
Os EUA desempenharam um papel passivo na Conferência de Berlim de 1884. Esta nova redivisão no século XXI do continente africano, baseada no controle sobre o petróleo, gás natural e minerais estratégicos (cobalto, urânio, cromo, manganês e platina) apóia amplamente os interesses corporativos anglo-americanos. 
A interferência dos EUA na África do Norte redefine a geopolítica de toda uma região. Mina a China e ensombra a influência da União Européia. 
Esta nova redivisão da África não enfraquece apenas o papel das antigas potências coloniais (incluindo a França e a Itália) na África do Norte. Ela também faz parte de um processo mais vasto de deslocamento e enfraquecimento da França (e da Bélgica) sobre uma grande parte do continente africano.
Regimes fantoches dos EUA foram instalados em vários países africanos que historicamente estavam na esfera de influência da França (e Bélgica), incluindo a República do Congo e o Ruanda. Vários países na África Ocidental dentro da esfera da França (incluindo a Costa do Marfim) estão destinados a tornarem-se estados proxy dos EUA. 
A União Européia está fortemente dependente do fluxo de petróleo líbio. Oitenta e cinco por cento do seu petróleo é vendido para países europeus. No caso de uma guerra com a Líbia, a oferta de petróleo à Europa Ocidental poderia ser interrompida, afetando grandemente a Itália, França e Alemanha, as quais estão fortemente dependentes do petróleo líbio. As implicações destas interrupções são de extremo alcance. Elas também têm relação direta sobre o relacionamento entre os EUA e a União Européia. 
A média de referência, através da desinformação maciça, são cúmplices na justificação de uma agenda militar a qual, se executada, teria consequências devastadoras não apenas para o povo líbio: os impactos sociais e econômicos seriam sentidos à escala mundial. 
Empreendimento humanitário, apregoado por chefes de estado e chefes de governo de países da OTAN como uma “Guerra Justa”. A teoria da Guerra Justa, tanto nas suas versões clássica como contemporânea, defende a guerra como uma “operação humanitária”. Ela apela à intervenção militar sobre bases éticas e morais contra “estados vilões” e “terroristas islâmicos”. A teoria da Guerra Justa demoniza o regime Kadafi na sua fase de preparação. 
Os chefes de estado e de governo dos países da NATO são arquitetos da guerra e destruição no Iraque e no Afeganistão. Se posicionam como as vozes da razão, como os representantes da “comunidade internacional”. 
Baixas civis no Paquistão resultantes de ataques dos EUA com aviões sem piloto a cidades e aldeias, ordenados pelo presidente Obama, não estão nas primeiras páginas dos noticiários, nem tampouco os 2 milhões de mortes civis no Iraque. Não existe isso de “Guerra Justa”. 
A história do imperialismo dos EUA deveria ser entendida. O Relatório 200 do Project of the New American Century (PNAC) intitulado “Rebuilding Americas’s Defenses” apela à implementação de uma longa guerra, uma guerra de conquista. Um dos principais componentes desta agenda militar é: “Combater e vencer decisivamente em múltiplos teatros de guerra simultâneos”. 
A operação Líbia faz parte desse processo. É um outro teatro na lógica do Pentágono de “teatros de guerra simultâneos”. 
O documento PNAC reflete fielmente a evolução da doutrina militar dos EUA desde 2001. Os planos dos EUA para se envolver simultaneamente em vários teatros de guerra em diferentes regiões do mundo. 
Embora a proteção da América, nomeadamente a “Segurança Nacional” dos EUA, seja mantido como objetivo, o relatório do PNAC explica claramente porque estes teatros de guerra múltiplos são requeridos. A justificação humanitária não é mencionada. 
Qual é o objetivo do roteiro militar da América? 
A Líbia é alvejada porque é um dentre os vários países que permanecem fora da esfera de influência da América, por não se acomodar às exigências dos EUA. A Líbia é um país que foi selecionado como parte de um “roteiro” militar que consiste de “múltiplos teatros de guerra simultâneos”. Nas palavras do antigo comandante-chefe da OTAN, general Wesley Clark
“No Pentágono em Novembro de 2001, um dos oficiais superiores do staff teve tempo para uma conversa. Sim, ainda estamos a caminho de ir contra o Iraque, disse ele. Mas havia mais. Isso estava sendo discutido como parte de um plano de campanha de cinco anos, disse ele, e havia um total de sete países, começando com o Iraque e a seguir a Síria, Líbano, Líbia, Irã, Somália e Sudão...” (Wesley Clark, Winning Modern Wars, p. 130).
09/Março/2011
OBS. Esse texto foi construído antes da morte de Kadaf, pois partindo deste, postaremos outros para explicar a destituição do presidente Fernando Lugo do Paraguai.
Referências
Michel Chossudovsky
ROMUALDO PESSOA CAMPOS FILHO -  http://gramaticadomundo.blogspot.com/

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

SAUDADE DO FUTURO

 
Sinto tanta necessidade de viver que não me possibilito recordar o passado, não consigo me surpreender com o presente, porque sempre me parece passado, estou tão entusiasmado que quero logo que chegue o amanhã. Não agüento o agora, pois já me quero “futurizar”. Oi futuro! Quantas lembranças dos sonhos que idealizamos, estou ansioso, me vem logo, vem! Tchau presente, foi muito bom estar comigo, mas é hora de partir, ficarás na memória, mas não na lembrança, pois minha saudade está angustiada e reservada por ti futuro. Despeço-me de vocês com pesares, daqueles que não dei a chance de me conhecer e de todos que me negaram, agradeço a todos que me possibilitaram a viver no futuro: meus amigos, minha família, meus parentes e principalmente meus livros. A vocês Paixões efêmeras, me inspirei em Raul seixa: - “Quando eu te escolhi/ Para morar junto de mim/ Eu quis ser tua alma/ Ter seu corpo, tudo enfim/ Mas compreendi/ Que além de dois existem mais. Amor só dura em liberdade/ O ciúme é só vaidade/ Sofro, mas eu vou te libertar”...

A vocês meus camaradas de ideologias política, continuem com a mensagem de Geraldo de Vandré: - “Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer”.. Mas como previa os manos, Engenheiro do Havaí: - “Se tudo passa, talvez você passe por aqui e me faça esquecer tudo que eu vi...,então, não posso negar, não tenho saudade de vocês, porque fui tocado pelo virtus estimulo do anagrama de EROS.

Passado e presente fiquem comigo, pois não posso levá-los, infelizmente serão apenas vidas mortas sem lembranças, mas garanto a vocês que quando foram futuros, amei a todos como já mais amei a outro tempo. Mas agora não lhes pertenço mais, serei apenas lembranças de vidas mortas pra vocês. Passado te agradeço por ter realizado o meu presente, e você presente, por idealizar meu futuro, se não for tudo o que penso, mas terei a oportunidade de vive-lo e, quem sabe modificá-lo, então não posso ter saudades de vocês, pois foram vocês que me expulsaram do seu tempo.

Seguirei para meu futuro inspirado no verso de São João Da Cruz: - Um ato de virtude gera na alma suavidade, paz, consolação, luz, pureza e fortaleza, pois - O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo amado. Então, assim será feito, pois a alma que caminha no amor não se cansa; quando não há amor, Põe amor e colherás amor; quem souber morrer para tudo terá vida em tudo; não quero mais me permitir a tormentos eternos por prazeres efêmeros; o meu silencio recolherá o meu espírito; No passado e no presente, sempre minha alma esteve presa aos prazeres e impedido a liberdade e contemplação, como uma mosca ao mel que não pode voar; quero tudo e o que é difícil para mim; e tudo que é suave e saboroso para ti futuro; não quero fugir do sofrimento porque nele está meu futuro; Passado e presente, passei minha vida fazendo a tua vontade, ou seja, me acovardando, agora não te escuto mais, pois a única linguagem que meu coração ouve é a do silencio do amor. Seguirei J. Quest, - Ei dor! Ei medo! Eu não os escuto mais, vocês não me levam a nada, e se quiserem saber pra onde eu vou, pra onde tenha Sol (futuro), é pra lá que eu vou.

Subordino-me a poesia do gozo do cantar da alma do amor com a amada de São João da Cruz: - Sei bem eu a fonte que mana e corre mesmo de noite. Aquela eterna fonte está escondida, mas eu sei onde se esconde mesmo de noite. Sua origem não a sei, pois não a tem, mas sei que toda a origem dela vem, mesmo de noite. Sei que não pode haver coisa tão bela, e que os céus e a terra bebem dela, mesmo de noite. Eu sei que nela o fundo não se pode achar, e que ninguém pode nela passar, mesmo de noite. Sua claridade nunca é obscurecida, e sei que toda luz dela é nascida, mesmo de noite. Aquela viva fonte que desejo, nesta vida já a vejo, mesmo de noite.

Há vários sentidos de “noite escura”: o mitológico gerador da luz, o inteligível momento da sabedoria e da inspiração divina, o psicológico centro de consciência transcendente, mas me contento com o poético instante doce do amor em que a noite tem seu fascínio, Tudo tem suave encanto quando a noite vem, mediante a noite escura, a alma se dispõe e encaminha para a divina união do amor. A noite escura consiste na mortificação dos sentidos e do espírito, por isso que produz abatimento, esgotamento mental e fadiga. Mas esse transe é altamente desejável, porque faz surgir o homem novo, de consciência totalmente renovada ampliação da consciência como a união da alma com Deus, ou do amor com a amada. Essa noite escura é o futuro que sinto saudade, e que gerará a nossa vida eterna.

E veremos por nossas vistas como jovens, que a vida será um futuro infinitamente longo; que já mais será vista como um passado muito breve, com vista pelos velhos. Felizes lembraremos o passado com gratidão, alegro-me com o presente e realizaremos o futuro sem medo. Quero apenas dizer que o passado é passado usado, mas a melhor forma de prever o futuro é criá-lo, e faremos. Tenho saudades de tudo que ainda não vi, e tudo que posso ver está no futuro, Me recuso a concordar com Pablo Neruda que saudade é amar um passado que ainda não passou, É recusar um presente que nos machuca, É não ver o futuro que nos convida. Mas pra mim, o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.

Saudade é solidão acompanhada de covardia que não sonha em unir o amor com a amada, mas o futuro ainda não foi, mas não demores porque o presente pode condenar a nunca viver a eternidade da vida. Oh, pedaço de mim oh, metade afastada de mim leva o teu olhar que a saudade é o pior tormento é pior do que o esquecimento é pior do que se entrevar, mas me aguarde que estou chegando futuro.
Quero-me “cazuzar” com Vida louca vida, vida breve, já que eu não posso te levar, quero que você me leve, vida louca vida, Vida imensa, ninguém vai nos perdoar, nosso crime não compensa no passado e no presente, mas acredito que no crepúsculo da vida, seremos julgados pelo amor então seremos absolvidos, com base nos argumentos do “jurisprudente” Renato Russo – É só o amor que conhece o que é a verdade. Viverei No eterno verbo do amor que é a musica: - Vieste na hora exata com ares de festa e luas de prata, pra dentro de mim e esqueceremos vento no litoral, pois agimos certo sem querer e o tempo não errou.
O futuro! Quanta saudade eu tenho de ti.

Intertextualização
Arthur Schopenhauer, Jean-Paul Charles Aymard Sartre, Cazuza, Renato Russo, J. Quest, Geraldo Vandre, Engenheiro do Hawai, Pablo Neruda, Clarice Lispector, Raul Seixas, Paulo Coelho, São João da Cruz, Ivã Lins, Chico Buarque de Holanda, Esaú Araújo.