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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

domingo, 2 de outubro de 2011

CIVILIZAÇÕES MAIA, INCA e ASTECA.


De todas as civilizações ameríndias, as três que deixaram traços mais importantes de sua organização social, política, religiosa e econômica e do seu brilho, ainda hoje vislumbrando através das ruínas de seus monumentos e cidades, foram os maias, os astecas e os incas. Essas civilizações alcançaram o mais alto estágio de evolução no período da História Universal ou idade Média. Os astecas e os incas ainda estavam nesse elevado nível cultural quando foram descobertos e aniquilados pelos espanhóis, a partir de 1520. Neste período os maias já tinham desaparecido, deles os europeus só encontraram as ruínas, inexplicavelmente eles tinham abandonado suas cidades e templos já a muito tempo.
I - A CIVILIZAÇÃO DOS MAIA
a – Histórico
Os maias não formaram um império unificado. Eles construíam centros um independente do outro, cada um tendo o seu crescimento, apogeu e decadência. Totalmente isolados e distantes da influência européia, cresciam suas cidades e sua cultura se desenvolvia. A decadência dos maias ocorreu por volta do século XIII, bem antes da invasão espanhola, que só veio ocorrer no final do século XV. Os maias desenvolveram vários campos: arte, educação, matemática e astronomia.
b – Localização

Os maias habitavam a região onde hoje está a Guatemala, parte de Honduras e de El Salvador e a Península de Tucatã, no México.
c - A sociedade     
A sociedade dos maias dividia-se em três classes ou camadas: a primeira camada era formada pelos aristocracia ou nobres, que era formada pela família real, os principais ocupantes de postos do governo e os comerciantes,  a segunda camada era formada pelos os sacerdotes que dirigiam as cerimônias religiosas e responsáveis pela defesa e cobrança dos impostos, era essa classe que detinha o saber científico, muitos desenvolvido no campo da matemática, da astronomia e o uso da escrita hieroglífica, até hoje não decifrada, e a terceira e última camada era formada pelo povo que era composta pelos guerreiros, agricultores, os trabalhadores braçais e artesãos. O indivíduo não mudava de classe, ele permanecia na classe que nasceu. O casamento era monogâmico ou seja, o homem só tinha uma esposa e a religião era politeísta, onde acreditavam  em vários deuses.                        
d - Organização política
Os maias não chegaram a construir um Estado que abrangesse toda a sociedade. Eles eram povos que falavam línguas aparentadas e viviam em cidades-estados como: Chichén-Itzá, Uxmal, Maiapan, Yikal e Copan. Essas cidades-estados eram independestes umas da outras e, freqüentemente lutavam entre si.
e – Economia
Os maias tinham uma economia de base agrária, com aperfeiçoadas técnicas de produção, incluindo o uso de adubos e a construção de barragens e canais de irrigação. O principal produto era o milho, mas também cultivavam feijão, mandioca, abóbora, batata-doce, tomate, cacau, batata, algodão, além de frutas como abacaxi, maracujá, banana e caju. Eles também possuíam intenso comércio, desenvolviam a tecelagem como tecidos de algodão, cesto, etc e a ourivesaria onde trabalhavam o ouro e a prata.
f - Conhecimentos e técnicas
Os maias destacaram-se como grandes construtores, tendo edificado açudes, canais de irrigação, além de pirâmides, templos destinados a rituais religiosos, danças e jogos, observatórios astronômico. Excelentes arquitetos, chegaram a construir colunas com esculturas e estátuas cheias de enfeites e inscrições, construíram cidades à beira-mar, pintores e escultores faziam pintura mural, objetos de adornos e cerâmicas.
Os maias também possuíam conhecimentos científicos ligados à agronomia, astronomia e matemática que permitiram a elaboração do calendário agrícola, de um sistema de numeração e de  um calendário solar de 365 dias idêntico ao nosso. Não possuíram o alfabeto, mas utilizavam  a escrita hidrográfica, que até hoje não foi decifrada. Não conheciam o ferro, o uso da roda e do arado.
g - Religião
 Os maias eram politeístas, acreditavam em muitos deuses, construíram grandes templos para dedicarem a eles, Os maias acreditavam que o destino dos homens era comandado pelos deuses. Sua principal divindade era Itazamna, o senhor do ceu, depois vinha o deus Sol, a deusa Lua, o deus da chuva, o deus do vento e da vida e o deus da morte. Eles também tinham deuses ligados a agricultura e a caça. Os maias tinham o costume de oferecerem aos deuses alimentos, sacrificavam animais e seres humanos, em diversas cerimônias apresentavam danças e representações teatrais.
II - A CIVILIZAÇÃO DOS ASTECAS 
         
a - Histórico
Os astecas também chamados de mexicas ou tenochcas eram essencialmente guerreiros, chegaram ao vale do México no inicio do século XIV da era cristã, vindos do norte, provavelmente da ilha de Aztlán ou Aztaclán. Em pouco mais de 150 anos, eles conquistaram  e dominaram os povos vizinhos, através de sucessivas guerras. Formaram um vasto império centralizado com 500 cidades e 15 milhões de habitantes. Construíram grandes templos e uma capital o Tenochtitlán.
Descendentes da tribo dos Mexicas origem do nome do atual México, o império asteca encontrava-se em pleno apogeu, quando foram conquistados e dominados pelos espanhóis chefiado por Fernão Cortes em 1521. Sobre as ruínas de Tenochtilán foi erguida a cidade do México, e sobre as ruínas do Templo Maior dos astecas foi erguida a Catedral Católica da Cidade do México.
b - Localização
Os astecas habitaram o vale do México, região muito pantanosa. Através de sucessivas guerras, pelas quais submeteram os povos vizinhos,  os astecas formaram um império centralizado, passando a dominar todo o Planalto Mexicano.
c - Sociedade
Os astecas eram povos guerreiros, sua sociedade era dirigida por militares, escolhido entre os quatro chefes militares de maior prestígio, que tinham controle de toda a população.
A sociedade era dividida em quatro classes ou camadas sociais. A primeira camada era formada pela família  real, onde o rei ( tlacatecuble) era considerado um semideus e comandava os exércitos e governava o império, ele era responsável pelas leis, impostos, construções e dos alimentos do império. A segunda camada  era formada pelos militares que dividiam em três grupos: o conselheiro de Estado, no qual ajudava o rei a governar; os oficiais graduados que atuavam como juizes e generais; e os oficiais menores graduados que cuidavam da segurança da cidade. A terceira camada era formada pelos artesões e comerciantes e a quarta camada, a mais baixa, era formada pelos cidadãos comuns, os camponeses e escravos.
A sociedade asteca geralmente era monogânico, porém permitiam a poligamia. Os indivíduos da classe mais baixa, podiam melhorar a sua posição social dentro da sociedade, pois o rei escolhia os melhores guerreiros para seres oficiais e os presenteavam com terras, roupas e jóias.
Os astecas submeteram numerosas cidades da região a escravidão, como: Texcoco, Culhuacán e Azcapotzalco, a escravizando, suas  populações obrigando-as a pagarem tributos.  A civilização asteca era politeísta, acreditava em deuses vingativos, cuja          ira só poderia ser aplacada por meio de sacrifícios humanos normalmente de crianças e prisioneiros de guerra. Tinham uma escrita ideográfica, onde       representavam a escrita através de sinais e desenhos e fabricavam o papel com casca de       arvores. A educação era universal, havia escolas militares e religiosas para a elite e        escolas profissionalizantes para o povo.                                     
d - Organização política
Os astecas possuíam um governo monárquico. Quando ocorria a morte do imperador, era eleito pelo Grande Conselho formado pelos representantes da nobreza seu sucessor ,  geralmente era alguém entre os membros da casa real. O imperador era considerado um semideus com totais poderes.
O funcionamento do estado baseava-se numa ampla rede  burocrática formada por funcionários profissionais, tais como os sacerdotes, inspetores do comércio e coletores de impostos.
O império asteca organizavam-se em torno do pagamento de tributos e da contribuição militar por parte dos estados submetidos a eles como: Texcoco, Tlacopán, Azcapotzalco e Cullhuacán. As cidades dos astecas possuíam grandes templos, palácios e pirâmides, tinham um traçado retilíneo, com avenidas pavimentadas, praças, aquedutos e canais por onde circulavam os barcos.
e - Economia
A economia asteca baseava-se  na agricultura, no comercio e nos tributos pagos com produtos locais e de povos vencidos em guerra. Porém a principal atividade era a agricultura. As terras , em sua maioria conquistadas pela guerra, pertenciam aos nobres, mas eram cultivadas por escravos ou pessoas que as tomavam emprestadas para nelas trabalhar. Como essa era uma região pantanosa, eles drenavam algumas partes do terreno e formavam montes de terras, conhecida como chinampas, onde plantavam milho, feijão, tomate, melões, baunilha, algodão, agave, tabaco, mandioca, pimenta e cacau. Com o cacau preparavam uma bebida quente chamada chocolatl e com a agave uma bebida fermentada, semelhante à bebida mexicana de hoje, o pulque. Comerciavam as mais variadas mercadorias, os mercados astecas e os comerciantes vendiam tecidos, cordas e sandálias de agave, pluma, animais selvagens, peles, produtos da terra, cerâmicas, fumo, sal, ouro, prata, pedras preciosas e até  escravos. As sementes do cacau era  utilizada como moeda e simbolizavam riqueza e poder. A criação de animais era restrita só cães e perus.
f - Conhecimentos e técnicas
Os astecas foram notáveis arquitetos, construíram nas suas cidades grandes templos, palácios e pirâmides. Desenvolveram técnicas avançadas como a utilização de palanques e rampas para transportar blocos de pedras, construíram maquetes, represas e obras hidráulicas, usavam o sistema de irrigação e rodízio de plantação. Foram escultores, pintores e ceramistas, faziam tiaras, mantas, trabalhavam com plumas, jóias, etc. Além disso foram grandes conhecedores da medicina, conheciam cerca de 400 espécies diferentes de remédios de origem vegetal, animal e mineral e  ainda praticavam a sangria, tratavam as feridas, cáries dentárias, problemas de pele, olhos e ouvidos, faziam massagens e inalações. Fabricavam o papel com a casca da figueira brava, e não conheciam o alfabeto, sua escrita era através de desenhos e símbolos.
Os astecas também tinham conhecimento de Astronomia e da Matemática, chegaram a elaborar um calendário que dividia o ano em 365 dias. Eles desconheciam o ferro, a roda, os animais de carga e o arado, mas haviam desenvolvido a arte da tecelagem.
g - Religião
Os astecas eram politeístas, tinham muitos deuses como: Colibri Azul o deus do sol do meio-dia, Coatlicue a sua mãe, Tezcatlipoca a deusa da noite, Quelzalcoatl o deus da sabedoria, Tlaloco deus da chuva, e mais os deuses de cada vila e profissões, etc.
Os templos eram construídos de grandes blocos de pedras e bem altos, pois achavam que assim ficariam mais perto dos deuses. O templo principal era o do deus Colibri. Durante os festivais mensais, eles homenageavam os deuses com sacrifícios humanos, principalmente crianças e prisioneiros de guerra. Eles supunham que os sacerdotes eram os únicos capazes de controlar as forças da natureza, de onde vinha seu poder e que a terra devia ser alimentada com sangue humano.
A conquista
Hernan Cortez, com auxílio de 400 homens , 17 cavalos,10 canhões e poucas armas com faciladade dominou os meseamericanos que contavam com um exército de 500 mil homens.
Como foi possível:
·  Superioridade militar espanhol- uso de armas de fogo, uso de cavalos que os Astecas desconheciam;
· Ajuda de aliados locais- as populações submetidas a tributos pelos Astecas, aliaram-se aos espanhois;
· Contaminação dos Astecas por doenças-como varíola, tuberculose e gripe, parte dos  Astecas morreram facilitando a conquista;
· Os Astecas imaginaram que os espanhois eram deuses-profundamente religioso acreditavam que a chegada dos europeusfosse a concretização das professias que anunciava o fim do ultimo e quinto sol;
Em tres anos (1519-1521), os espanhois destruiram as cidades de Tenochtitlán, a capital Asteca
 III - A CIVILIZAÇÃO DOS INCAS
a - Histórico
Em pleno Andes Peruano se destacou entre os quíchuas o império inca, que ocupava um faixa de mais 4.500 km ao longo da costa do Pacífico. O império contava com um eficiente sistema de estradas que levavam a todos os seus confins, atravessando os despenhadeiros dos Andes por meio de pontes pênseis. Corredores bem treinados se revezavam na transmissão de informações e as forças armadas tinham rápido acesso a todos os locais. As tribos dominadas que se rebelassem eram transferidas para perto da Capital, Cuzco onde era mais fácil controlá-las. Por meio dos quipos, os incas mantinham registros detalhados de suas conquistas.
Em aproximadamente 400 anos do seu inicio no século XII, até à conquista pelos espanhóis chefiado por Francisco Pizarro em 1533, os incas foram um modelo de organização social, política, possuíam grandes cidades, templos e edifícios.
b - Localização
 O território inca se estendia ao longo da Cordilheira dos Andes e incluía terras hoje pertencentes à Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile.
Os incas constituíam um vasto império, integrado por povos de diferentes culturas, localizados nas mais variadas regiões geográficas: a costa , as serra e as selvas. Essas regiões estendiam-se em faixas paralelas à Cordilheira dos Andes. A faixa da costa era de natureza arenosa e, devido à falta de chuva, a população se concentrava nas desembocaduras dos rios. As serras apresentavam grandes contrastes: havia os altos cumes dos Andes, inabitáveis em razão das neves permanentes; havia também regiões bastante secas e finalmente, os vales férteis, onde se concentrava a maior parte da população. As selvas assinalavam os limites do império. As faixas paralelas à cordilheira  era cortadas por vales transversais, percorridos por rios de forte correnteza.                                 c - Sociedade

 era a irmã mais velha  do rei e também sua esposa. A família real comandava o exércitos e governava o império, sendo responsável pelas leis, pelos impostos, pelas construções e pelos alimentos. A segunda camada era formada pelos nobres, que era composta pelos parentes do rei e pessoas escolhidas por ele , para governar e estavam incluídos os governadores de províncias, chefes militares, sábios, sacerdotes e juizes.. A terceira camada social era formada pelos funcionários públicos e os trabalhadores especializados como: marceneiros, ourives, pedreiros, etc. A quarta camada social era formada pelo povo principalmente os  agricultores, que  viviam e trabalhavam nas aldeias , cultivando a terra e criando o gado.   A sociedade inca era monárquica, eles eram muito organizados, cada um tinha o seu lugar dentro da sociedade e dividia-se em quatro classes sociais ou camadas. A primeira camada era formada pela família real, o rei era o chefe supremo chamado de Sapa Inca, temido e adorado como um deus, eles acreditavam que o Sapa Inca era descendente direto do Sol. Ao lado do rei ficava a rainha que era chamada de  Coya, ela
d - Organização política
A forma de governo era a monarquia absoluta. Suas maiores cidades eram Cuzco e Machu Picchu. O governante desse entenso império era considerado a encarnação do Sol e tinha amplos poderes militares, civis e religiosos.
A administração governamental dos incas baseava-se num eficiente corpo de funcionários que circulavam por uma vasta rede de estradas espalhadas por todo o império. Dessa maneira era possível controlar toda a produção agrícola, a construção de obras, como templos e fortalezas, e outras atividades da população.
As terras eram trabalhadas pela comunidade e serviam para suprir as necessidades do Estado. Todos os habitantes do império entre 25 e 50 anos tinham de pagar impostos.
As cidades eram pequenas, pois a maioria da população vivia nas aldeias. Em cada cidade havia um templo dedicado ao deus Sol, a maior das divindades, um palácio destinado ao Sapa Inca ( o imperador supremo), armazéns onde era guardada a comida e o vestuário provenientes do pagamento de tributos, alojamentos para os soldados e para os artesãos, além de centros administrativos.
e - Economia
A economia dos incas era baseada no trabalho coletivo. Todos deviam trabalhar, deste que não fossem muito velhos, muito jovens  e nem doentes. Todos os anos eram distribuídas terras ao povo conforme a necessidade de cada um.
A agricultura era a principal atividade econômica. Qualquer pedacinho de terra era cultivado. Eles cultivaram suas terras com espetacular técnica chamada de andinos, que consistia na construção de degraus nas encostas das montanhas, que se tornavam verdes sempre que as plantas germinavam. Eles cultivavam vários produtos como: milho, feijão, algodão, tabaco, coca, batata, tomate, pimenta e frutas como: abacate, maça, amendoim e goiaba. Nas florestas colhiam frutos silvestres e praticavam a caça, onde usavam a pele para diversas finalidades e também pescavam.
Além de cultivar a terra, os incas foram os únicos a criarem gado. Eles domesticaram a ilhma, que fornecia carne, couro e esterco para adubar a plantação , além de servir como meio de transporte. Os incas também criavam a alpacas que forneciam a lá para confeccionar roupas para a população, a vicunha que retiravam uma lã sedosa de excelente qualidade, reservada para o estuário dos chefes incas.
f - Conhecimentos e técnicas
A cultura inca era muito avançada, na agricultura, além de utilizar o sistema andino de plantação, selecionavam os produtos mais adequados para o plantio e desenvolveram  um complexo sistema de irrigação além de terem adaptado o cultivo ás estações do ano, que determinavam pela observação dos astros. Produziam ainda belas peças de artesanato, principalmente em ouro e prata, metais abundantes no local e conheciam a metalurgia do bronze e do cobre. Os produtos têxteis e cerâmicos eram de qualidade extraordinária.
Desconheciam a escrita, mas já utilizavam o sistema decimal e um complexo sistema de contagem à base de nós em cordas, ainda não decifrado.
 Na medicina utilizavam ervas medicinais e a técnica da sangria. Porém as obras mais importantes dos incas no entanto, foi na arquitetura, eles desafiaram o relevo dos Andes ao construir com grandes blocos de pedras, perfeitamente ajustados, palácios, templos, fortalezas e cidades como Machu Picchu e Cuzco, algumas das quais resistem até hoje, apesar dos terremotos dos Andes. Eles também construíram ruas calçadas e enormes pontes que ligavam os planaltos. Desconheciam a roda e o dinheiro.
g - Religião
Os incas eram politeístas, acreditavam em muitos deuses. Os deuses  principais representavam as forças da natureza principalmente o Sol (Inti) e a Lua (Quilla), haviam também os deuses do trovão, do arco-íris e dos planetas brilhantes. O maior de todos os deuses era o Viracocha o Criador pai e mãe do Sol e da Lua.
Os incas dificilmente praticavam sacrifícios humanos e o homem só possuía uma mulher. Quem cumpria o papel principal nas longas e elaboradas cerimonias religiosas era o rei (Sapa Inca), o chefe supremo tido como deus descendente  do  Sol.
A conquista dos Incas;
Aproveitando a cituação política em que se encontrava devido a morte do Sapa Inca (a mais alta autoridade do imperio Inca), Huay Capace do seu herdeiro direto que desencadeou uma disputa pelo poder entre os dois filho do imperador se convertendo em uma guerra civil que dividiu o povo. Pizarro liderou 160 espanhoes dentre os quais 67 cavaleiros na cidade Cajamarca enfretou o Imperador Atahualpa, o rei inca, que contava com cerca de 80 mil soldados e uma guarda pessoal de 5 mil gueirreiros, essa superioridade militar não foi suficiente para vencer Pizarro que contava com canhões e armas de fogo. Atahualpa foi prisioneiro e cerca de 6.000.000 homens morreram sem nenhuna baixa do outro lado.
A cidade de Cuzco e Quito foram tomadas mesmo opos a pagamento de enorme quantidade  de ouro e prata que foi pago como resgate pelo Imperador, que sem piedade foi morto pelo espanhol em 1335. Pizarro fundou a cidade de Lima atual capital do Peru.
Estima-se que nos primeiros 50 anos de dominação espanhola, cerca de 6 minhões nativos foram massacrados.
INCA. FORMAÇÃO  DE UM IMPERIO
A transformação de uma comunidade tribal em um império, centralizando todos os grupos étnicos, usando por vezes a força, não com a intenção do simples prazer de dominação sobre o inimigo, mas sim, como se profetizassem a chegada de seres humanos que viriam a intervir diretamente no cotidiano cultural dos povos andinos. O processo de fracionamento de grupos que antecederam aos incas requer fazer um dialogo com a antropologia, pois as informações remontam a origem dessa civilização de 15.000 a 20.000 anos. Os incas formaram seu império através de expansão o que nos faz pensar que esta cultura é o resultado de todas as etnias que antecederam no território do contexto que será abordado em diante: seja na arte; na formação de seu governo; na religião e até mesmo na falta de uma articulação política com os diversos grupos que faziam parte deste vasto território que foi conquistado em um espaço de tempo tão pequeno, o que corroborou para a facilidade com que teve o espanhol Pizarro, que usou de estratégias para dominar os Incas com pouquíssimos recursos.     
  • Localização geográfica
Teve suas origens na bacia do lago do Titicaca, abrangia um vasto território com aproximadamente 950km², correspondente hoje a partes do Equador, Peru, Bolívia e Argentina.
Ao Norte - a costa e os Andes;
Ao sul - estendia se pelos planaltos da Bolívia, Chila e Argentina atuais;
Ao leste - ia ate a floresta Amazônica;
Ao oeste - ate o oceano pacifico
            Os antecedentes Incas.
O povo Inca constituiu o seu império dominando varias civilizações: Chimu, Caras, Cuismancu e Chinchas. Tiveram como antecedente nos territórios que formou o seu império cita.
1- O Chavin
Por volta de 14.000, grupos nômades percorriam a costa do Peru, na coleta de fruta e caça, deixando vestígios de sua passagem e começam a praticar a agricultura (3.500). No inicio do II milênio desenvolveram a cerâmica e construíram pirâmides, isso por volta de 1500. As aldeias viviam em torno dos centros cerimoniais, sob ordem de uma elite sacerdotal, e entre elas estavam os Chavins que perdurou ate por volta do I milênio, a sua cultura ficou marcada por um estilo artístico cultuando animais como o jaguar ou o puma que se expandiu a partir de 900 a.C.
2- Os Estados de Tiahuanaco e Huari (século I e VIII d.C.)
 Tiahuanaco - Chefes seculares que substituíram os sacerdotes Chavins, organizavam e dirigiam os trabalhos com demonstração de poder que ficou transparente nas enormes pirâmides chamadas de lua e sol. A partir do século VII, duas dessas cidades situadas à margem do lago titicaca e no vale médio do mantaro, conseguiram reunir em torno de si os vários grupos andinos.  
O Huari expandiu ao norte ate aos limites de cajamarca, sendo que este surgiu no século IX, com influencia de Tiahuanaco, durante dois ou três séculos essas foram às metrópoles dos estados andinos que antecipa os impérios chimu e Inca.
3- Imperio Chimu
Esse império vai ser fundado nos vales de Chicamo e Morche por pessoas que vieram da baia de Guaiaquil em embarcações de bambu,  A classe dominante que detinha o poder, atribuía-se a uma origem divina, pretendiam constituir uma classe superior em relação aos demais. Chancha era a capital do império com aproximadamente 80mil habitantes, suas ruínas se estendiam por uma extensão de 17km², perto do atual trujilo. A política expansionista começa no século XIV, que passava a conquistar a costa setentrional e termina quando se encontram com os Incas que chegavam a bacia de cuzco no século VIII, nas terras férteis que circuncidava os rios huatanay e tullumayo no centro de uma depressão de cordilheira.
  •  A transição para um Império Inca
1- Origem lendária
De uma gruta teria saído quatro irmãos
1-Ayar Kachi                                                 2-Ayar Uchu
3-Ayar Awkar                                               4-Ayar Manko
Seus pais perambularam e o irmão mais velho regressou de Hayskisro, reentrando na caverna e se converteu em waka (divindade), os irmãos continuaram a viagem onde Ayar Uchu, se petrificou no cume do monte wanakawri, enquanto Ayar Manko (Manko Kapaq, lançava o seu bastão de ouro para marcar o fim de sua marcha errante, o bastão afundou-se nas terras waypata, onde Ayar Kachi tomou posse e depois se petrificou. Manko Kapaq estabeleceu-se nesse local e construiu a cidade de cuzco, com auxilio de sua irmã-esposa, mama oqllo. Os incas consideravam Manko Kapaq como o ancestral fundador e herói do império. O mito dos irmãos tenta atribuir uma origem ancestral-fundadores de quatro grupos étnicos diferentes que confederaram, a sua principal função era justificar a situação política de cuzco, após a chegada dos Incas e não descrever a viagem.
Obs. Como todas as etnias andinas, os Incas se reconheciam como Paqarina, isto é, uma matriz tribal de onde acreditavam originar-se seu ancestral fundador. Os primeiros cronistas espanhóis relatam que a Paqarina da etnia Inca era a gruta de Paqariqtampu, situada aproximadamente a 30 km ao sul de Cuzco.
2- Origem histórica
Quando os incas penetraram nessa região já havia muitas outras tribos fixaram  suas aldeias nesse local:
Sawasiray, que tinha como paqariqtampu, como paqarina Ayar e ayar Kachi
 Como ancestral
Allkawisa: cujo ancestral era Ayar Uchu e a paqarina era Wanakawri
Os Maras acreditavam descender de Ayar Awka, que fez acordo de aliança com as duas primeiras tribos e foi nessa aliança que entraram os Incas, descendentes Ayar Manko, que ficaram numa posição subordinada. Às três etnias herdaram destas, traços culturais como a língua (Kaechwa), sem renunciar seu próprio idioma que usaram até o século XVI. Traços dessa língua já foram observados na Amazônia talvez foco original dos Incas, segundo o Padre Barnabé Cobo no século XVI.
A divisão territorial da Confederação Cuzquenha, estava na existência de duas metades, que tinham relações de oposição complementar e desequilibrada:
Hanan - metade de cima ou metade “forte” constituída pelos ocupantes iniciais do solo e tinham funções políticas e religiosas;
Hurin - metade “fraca” de baixo, constituída pelos Incas que exerciam a função militar (Sinchi os chefes de guerra).
                                    
  • O fortalecimento do império Inca
No decorre do século XVI, Sinchi Roka, que a tradição apresenta como filho e sucessor de Manko Kapaq e depois Lloki Yupanki, Mayta Kapak e Kapa Yupanki, foram grandes guerreiros na defesa e no ataque da Confederação Kusquenha. Com a morte de Kapa Yupank, o poder hegemônico ficou nas mãos dos Incas, onde Inka Roca derrubou o poder dos Hanan, e a estátua de Manka Kapak foi transportada para a metade do alto, o culto ao sol foi imposto a todos, assim como a autoridade dos Incas. No fim do reinado Wiraqocha, uma etnia Chank, invadiu o território de Cuzco, Wiraqocha fugiu com seu filho Urku, a quem destinava o poder. O seu outro filho Pachakuti, reagiu e chanka foi massacrada. Pachakuti depôs o seu pai e tomou a franja escarlate (Makapaicha que era insígnia do poder supremo). Pachakuti em 1463 confiou em seu filho Tupa Yupanki. Pachakuti que tentou impor seu filho Amarru, o que não foi aceito e ficando a Tupa Yupanki, marcado como o fundador do Império Inca.
O projeto de expansão de Tupa Yupanki chegou ao auge em 1480, dividindo o exercito em três partes: o primeiro foi enviado para o Chaco e foi detido Chirwano; o segundo dirigiu-se para o sudeste chegando à Argentina; o terceiro ao Sul, através das cordilheiras conquistando todo o Chile setentrional e central, com isso se apossou de toda a fronteira meridional.
Tupa Yupanki foi assassinado em 1493, e toma o poder seu filho Wayna Kapaq que era ainda criança. Em 1511 lançou-se a expansão no extremo Norte, invadiu o território dos Chachapaya a margem do Maranhão, passou a atacar os Karas numa guerra cruel e prolongada que duraram 10 (dez) anos, diante dessa ofensiva seu exercito ficou vulnerável onde os Chiriwano atacaram o império fazendo estes ficar na defensiva. Em 1523 alcançaram o vale dos Ancasmayo que é hoje a fronteira entre Colômbia e Equador. Em 1.528 atacados por uma doença que provavelmente veio da Europa que matara 200.000 (duzentos mil) súditos, momento este marcado pela chegada de Pizarro.
  • Razões da formação do império Inca
A necessidade imperiosa que impulsionava Cuzcu a reunir em torno de si tantas terras e tantos povos, pode se analisar comparando ao imperialismo espanhol. Constituída de espírito civilizador das populações que tinha comportamentos “bárbaros” (incesto, antropofagia e etc.), iriam ensinar agricultura, relação parentesco e a paz, ou seja, civilizar os “bárbaros”.
A intensão de guerra dos Incas era de paz apesar de que sempre havia combate que refletia com ato de crueldade, onde os chefes e inimigos eram decapitados, seu crânio servia de vasilhame de bebida, seus coros para tambores, seus ossos para flautas, seus dentes para colar. Toda essa crueldade reflete uma época não se restringindo só aos Incas, mas a qualquer outros, conforme afirmação do historiador Europeu Marc Bloch do século XX, defini a história, como a ciência dos homens no templo.
A paz implicava em estado de tensão permanente nas fronteira, toda conquista provocava assim uma nova guerra, que iniciava uma outra conquista. As guerras externas se faziam necessária para a estabilidade da ordem interna e esta se tornava a mola principal do poder, além do mais, a guerra de conquista se constituía em fator essencial de integração e de mobilidade social dentro do império. Entretanto o imperialismo de Cuzcu se fragmentou no reinado de Wayna Kapaq. O exercito passou a ter um caráter mais pacificador onde os Incas eram minorias diminuindo as vitórias gloriosas. O projeto federativo começou a declinar e perder sua credibilidade, além de que Cuzcu havia se estendido longe demais sobre um espaço de tempo prematuro. Sem duvida as guerras ainda era necessária para a manutenção desse império
  • Economia
A economia dos incas era baseada no trabalho coletivo. Todos deviam trabalhar, deste que não fossem muito velhos, e nem doentes. Todos os anos eram distribuídos terras ao povo conforme a necessidade de cada um.
1 - Agricultura: era a principal atividade econômica. Qualquer pedacinho de terra era cultivado com espetacular técnica chamada de andinos, que consistia na construção de degraus nas encostas das montanhas, que se tornavam verdes sempre que as plantas germinavam. Cultivavam dezenas de variedades como exemplo o milho, a batata doce, o amendoim, tomates, vagem, abóbora Kinoa, pimenta, cabaça, mandioca, algodão, abacate, feijão, tabaco, goiaba, colhiam frutos silvestre etc.
O milho, para seu cultivo era necessário bastante água e calor e este era ligado a rituais como na fabricação de farinhas (sanki), e cervejas (ashwa). O ipério tentor colocar no habito alimentar devido a sua condição de facilidade de ser estocado, mas que nunca foi aceito devido o costume de comer tubérculos (papamikuq).



2 - Criação:
Dedicavam-se na criação de: patos, vicunha, lhamas e alpacas.
lhamas, carregava as cargas, sua carne era comestível e transformada em charque, seu coro servia para confecções de sandálias seus ossos eram transformados em agulhas e seu excremento para adubo
Vicunha: retirava uma lã sedosa de excelente qualidade, reservada para o estuário dos chefes Incas.
Alpacas retiravam a lã, para confecção de roupas para a população.
3- O comercio: não existia a relação era de troca.
  • Organização social e política
O Artesão do Imperio.
Para entender as origens da formação do poder do imperador têm que buscar o mito de Mank Kapaq, justificando o inicio e o limite de um soberano. Pra ser um imperador, este deveria romper com a linhagem familiar para diferenciar-se de um Kuraca e também das tradições monárquicas de outros povos e conquistar por méritos próprios. Após a sua morte os bens deveriam ser divididos entre filhos que deveriam fundar a sua própria linhagem, onde os membros perpetuavam a lembrança do seu ancestral, celebrando a gloria de seu reinado e culto ao cadáver mumificado. A passagem de poder não era dinástica muitas vezes eram dados golpes por chefes guerreiro (sunchi), sendo assim os cargos de chefe era entregue a uma pessoa de inteira confiança do rei, no caso o filho, e assim havia a sucessão de um filho. No final de cada reinado o território entrava em choque na disputa do trono pelas varias facções internas, por varias vezes se ocultava à morte de um imperador para evitar o estado de “anarquismo”. O mundo organizado se tornava um caos ate que um dos pretensores triunfava, ai o império renascia a cada novo imperador, que ao assumir o cargo tinha que passar por rito tradicional para receber a franja imperial.  Geralmente o inicio de um imperador era fruto de violência que se mantinha durante o poder, unido ao poder mágico e divino que lhe era atribuído.
O rei era o chefe supremo chamado de Sapa Inca, temido e adorado como um deus, eles acreditavam que o Sapa Inca era descendente direto do Sol. Ao lado do rei ficava a rainha que era chamada de Coya, ela era a irmã mais velha do rei e também sua esposa. A família real comandava o exército e governava o império, sendo responsável pelas leis, pelos impostos, pelas construções e pelos alimentos.
O imperador inca gozara de statu social, este não andava se não fosse dentro de uma liteira e acompanhado de seus funcionários e assessores, que a multidão lhe adorava com a face voltada a chão, as suas roupas depois de usadas era queimadas para que ninguém tocasse os seus assessores se aproximavam de joelhos em sinal de respeito.
·         O Império
Não se pode confirmar como um estado despótico centralizado, mas sim mantinham tradições de suas origens tribais, obedecendo ao escalonamento entre os chefes dos ayllus, e as relações culturais eram mantidas como a dos kurakas com relação aos deuses, onde imperador mantinha em relação ao deus sol; o poder sobre as terras; a pratica de generosidade para com os súditos em troca de sua força de trabalho.
Comunidade Ayllu
O Ayllu era a célula da organização social dos Incas, e era formado através de laços parentescos que viviam em conjunto e que se casavam e formavam uma aldeia. Cada ayllu tinha um chefe que era o Kuraka, e que eram representantes diretos dos deuses sendo um ancestral seu (Waka). O kuraka era o fundador do grupo e que tinha em seu poder uma porção de terra (Marka), que distribuía às famílias em partes iguais e conforme a qualidade, essa distribuição era feita por pessoas (o tupu), onde era feito a pratica do agropastoril. O chefe organizava as atividades de trabalho, onde os camponeses trabalhavam em conjunto nas terras dos Kuraka, e a divisão dos produtos era em igualdade aos trabalhadores e que parte desse excedente era distribuída aos pobres, viúvas, os velhos e doentes (waqcha), era a relação mútua (Ayni).
O Ayllu como já foi dito era a constituição básica na formação da sociedade andina, ou seja, ela era um elemento nessa teia até chegar ao imperador. Existia a submissão de um chefe em relação ao outro dominante, bem como na divindade. Para manutenção de seu poder era necessária a cumplicidade desses chefes que tinha que submeter a população de seu ayllu, a um revezamento de trabalhadores dos vários ayllus a serviços prestados à autoridade maior no caso o rei. Esses serviços eram praticados em terrenos que pertenciam ao estado conhecido como Mita,(serviço de rotatividade), que tinha a duração de um a três anos, sendo assim o rei tinha acesso a força de trabalho de todos, mas não tinha acesso aos bens individuais da população que lhe era subordinada
Apesar de que a produção deveria ser distribuída em igualdade aos trabalhadores e o restante será revertido aos waqcha, numa demonstração de generosidade aparente, a distribuição não era totalitária e existia um interesse aparente, generalizando a diferença social, onde aparece o Kapa, que detinham poder e praticavam a poligamia e formavam uma categoria fechada e restrita onde casamento entre estes e comedores de batatas (camponeses e waqcha), não era permitida para a pureza da elite.
  • Novas forças de trabalho
As divisões de classes que ate então estavam engendradas nas origens andinas como no caso, a categoria de camponeses que participavam das relações de ajuda mútua o Ayni, e posteriormente nas relações de Mita, que eram obrigados ao pagamento de corvéia.
Os Mitmaq - Dentro de um processo em que o império praticava uma política migratória forçada e eram aplicados a povos recentemente conquistados, estes povos eram remanejados para locais as proximidades de pontes e praças-fortes, e que ficavam sob vigilância das forças do estado, e outras que se identificavam com a cultura Inca, assumiam o lugar dessas que foram conquistadas. Apesar da preocupação dos Incas em não desestabilizar essas etnias, mas sempre havia uma relação de hostilidade. Esses se constituíam em uma nova categoria para a economia Inca.
Os Yana - “Os dependentes perpétuos” estavam sempre ligados aos kurakas ou imperadores ou as pessoas importantes como os chefes de guerra. Os yanas não eram escravos, algumas vezes gozavam de privilégios como riquezas e tinham varias mulheres e ate ocupavam altos cargos na administração local.
As Aqilla - mulheres recrutadas que ficavam confinadas nos monastérios do sol e eram educadas por mulheres mais velhas da etnia Inca, outras eram tomadas como esposas de imperador e ate doada após a puberdade a personalidades como presente. Mas a maioria servia de mão de obra na tecelagem que sustentava grande parte da economia, devido o grande numero de aqilla. No final do império de Wayna Kapaq, os mitmaq, os yanas e as aqillas representavam uma força de trabalho, importante para a produção de certos setores da economia, fazendo com que o Estado não dependesse das tradições de reciprocidades. Essas mudanças alavancava a gestação de uma nova classe social em outras regiões do tawantinsuyu. Ficando assim uma questão de tempo transformação de um império em um Estado moderno.   
A burocracia da administração pública
A administração governamental dos incas baseava-se num eficiente corpo de funcionários que circulavam por uma vasta rede de estradas espalhadas por todo o império. Dessa maneira era possível controlar toda a produção agrícola, a construção de obras, como templos e fortalezas, e outras atividades da população.
As terras eram trabalhadas pela comunidade e serviam para suprir as necessidades do Estado. Todos os habitantes do império entre 25 e 50 anos tinham de pagar imposto.
As cidades eram pequenas, pois a maioria da população vivia nas aldeias. Em cada cidade havia um templo dedicado ao deus Sol, a maior das divindades, um palácio destinado ao Sapa Inca, armazéns onde era guardada a comida e o vestuário provenientes do pagamento de tributos, alojamentos para os soldados e para os artesãos, além de centros administrativos. A constituição dos agentes públicos conforme as suas atribuições:
APU - formado por quatro conselheiros que se prestava a dar consultas ao imperador antes de qualquer decisão, estes representavam as quatro seções que dividiam o Tawantinsuiu.
TUKRIQUQ - estavam abaixo dos apu, governadores de províncias, representavam o imperador, exerciam a justiça, cuidavam das estradas pontes e prédios públicos, coletavam os bens produzidos pela corvéia.
Funcionários subalternos
KIPUKAMAYOQ - regulavam por meio de cordinhas com nos, entradas e saída dos jovens na idade adulta e eliminar os velhos e mortos de determinadas funções que cabiam a ele em manter em dias o efetivo da população da província sujeito a corvéia.
O Território
O império era dividido em quatro seções e que recebia os seguintes nomes:
Norte - Chinchasuyu
Sul - Kollasuyu
Leste - Antisuiu
Oeste - Cuntisuyu.
A cada uma dessas seções tinha uma unidade de dez mil famílias, que, ´por sua vez, se subdividiam em unidade de cem e dez famílias e cada unidade estava sob responsabilidade de um funcionário.
Sistema de estrada e correio
O corpo administrativo, os waqcha, os templos, o sistema de estrada eram sustentadas pela força de trabalho dos camponeses através da corvéia. Sistema de estrada com ponte com mais de 16 mil Km. Eram duas vias, as estradas tinham os tampu que eram os postos de estrada que serviam de albergues e de postos de correio (chasqui), um serviço que cobria de norte a sul, distancias de ate 2mil km, com rapidez. Essa rede pouco contribuiu para a difusão da língua e da cultura cuzquenha, mas apenas para fiscalizar as províncias, enviar as tropas para distritos que em momentos que convulsionava e ameaçava a autoridade imperial.
  • RELIGIAO - CULTURA - CIENCIAS
 1-RELIGIÃO
A religiosidade Inca tem suas origens no mito dos quatro irmãos que saíram da gruta, onde o irmão mais velho retorna a gruta e se torna um waka (deus local). A disputa entre as quatro etnias, onde a etnia Inca era subordinada e que após as disputas este se tornou poder hegemônico entre as demais, inclusive a sua divindade, o Deus Sol. Os Incas se consideravam descendentes do Sol-Inti, representado sob forma humana,  com três raios atrás da cabeça e serpentes no braço. A lua, irmã e esposa do Sol, era chamada Quilla, protetora das mulheres. 
Havia ainda outras dezenas de divindade: Illepa, a deusa do trono, e Nina a deusa do fogo. Os Incas acreditavam que as almas dos não pecadores, juntamente com as dos membros da nobreza, viviam no céu junto ao sol. Os sacerdotes eram com certeza da vida depois da morte, o que explica o cuidado com a mumificação. Afirmavam numerosos o principal era Huillac Umu, que pertenciam à família dos Incas. Os ritus da religião eram as oferendas e os sacrifícios. Normalmente eram sacrificados animais, e sacrifícios humanos. Geralmente esses ocorriam no início de um novo reinado ou em uma ocasião bastante grave.
Um cativo sendo Sacrificado ao deus Sol
2-Cultura
A cultura Inca é a mistura e encontro das varias etnias ao longo da formação do império, que devido a sua longa extensão ou a falta de pretensão em manter uma unidade cultural apesar de ter estrutura para isso, como exemplo: uma rede estrada, que servia mais como controle de fiscalização e trânsito do seu exercito; rede de comunicação, ou seja, um correio eficiente, mas que pouco contribuiu principalmente na difusão da língua papel importante na unidade de uma cultura, mas que sem duvida ficou marcado traços culturais na literatura, na musica, na ciência como astronomia, matemática, e arquitetura etc.
Literatura - A Música e Dança
Não se pode afirmar que os desenhos que ornamentavam os tecidos cuzquenho são escritas. São na verdade pictograma ou ideogramas, sem resultado convincente. Apesar de informação não confirmada de que as populações andinas tiveram uma escrita que foi esquecida depois da intervenção dos Incas.
Na literatura a transmissão era feita oral, ou seja, memória popular, o que tornava a literatura vulnerável as pressões da sociedade colonial, apesar de uma forma empobrecida, ela se perpetuou de forma clandestina até além da conquista. Os amawtas transmitiam de geração a geração que forneceram muitas crônicas, eram funcionários que conservavam as lendas assim como músicos, poetas que eram contratados pelo imperador para conservar as suas grandezas. No século XVIII, alguns poemas foram transcritos numa nascente escrita hispamo-kechwa. A literatura de caráter histórico duplicava-se em uma literatura religiosa. Os cantos eram acompanhados por instrumentos de sopro às vezes era ritmada pelos chocalhos, tambores e conchas marinhas, o mais notável era a flauta.
O kecha-taki, que designa a um só tempo a dança e o canto ao ritmo do qual esta se realiza, sublinha a união intima que existia entre literatura, a musica e a expressão corporal. As principais danças eram: rawi; o wayno; o llama, dança dos pastores, o arawayo, dança dos agricultores; o kachiwa, dança da alegria; o haylli arawi, dança da vitória após o combate, essas danças tinham mais um caráter cerimonial religioso.
3-Astronomia, Astrologia e Matemática.
Astronomia - Não deixaram qualquer documento sobre calendário só através de cronista como Molino, e outros que informaram que o ano Inca correspondia ao ano solar, que começava na época do solstício de verão, no curso do mês de junho, outros cronista informaram que começava em dezembro, com solstício de inverno, eram divididos em doze meses lunares cujos nomes teriam sido marcados por Mayta Kapaq, quarto soberano de cuzco.
                                               CALENDÁRIO SOLAR
Mês
Gregoriano

Inca
Principais Atividades
Rituais e Agrárias
Dezembro
Ryni
Warachikuy, rito de passagem dos adolescentes.
Janeiro
Kamay

Fevereiro
Qatun Pukuy

Março
Pacha Pukuy

Abril
Ariwakis

Maio
Qatunn Kuski
colheita
Junho
Awikay Kuski
Intip Raymin, festa da divindade solar.
Julho
Chawa Warkis

Agosto
Yapakis
Semeadura
Setembro
Koya Raymi
Sitwa, ritos das expulsões e das doenças.
Outubro
Uma raymi

Novembro
Ayamarka

(Segundo pólo de Ondegardo, Cabello Valboa de Murúa)

Astrologia - os corpos celestes exerciam uma influencia sobre os homens, seus movimentos possuíam um significado premonitório. Aposição da lua anunciava a chuva fertilizante ou a estiagem. Passagem de cometa pressagiava as epidemias, fome e guerras. Os eclipses temidos, pois constituía uma ameaça a todos.
A matemática
Tinham conhecimento de um sistema decimal, as operações eram facilitadas pela invenção de uma espécie de ábaco ou quipu registravam informações em cordas com nós e que era importante para o recenseamento populacional.
4 - Arquitetura e o Urbanismo
A arquitetura Inca tinha traços dos chavin e tiahuanaco, com a construção de palácios, fortalezas e templos como exemplo:  a cidade de Machu Picchu, além da construção de uma rede de estradas, construção de muros, torres funerárias, monumentos com figuras majestosas como figuras de serpente, lhama, ou puma e edifícios em pedras.
6- A cerâmica e a Tecelagem
A cerâmica Inca iniciou no curso do segundo milênio, com características antropomorfa e zoomorfa, com precisão de realismo feita pelos mochicas. Os vasos de cerâmica de Nasça, cujos lados eram ornados de representações animais monstruosos estilizados em várias cores, atestando o conhecimento de policromia, a cerâmica Inca propriamente tardia eram mais simples que as citadas acima as peças às vezes ornadas de figuras com cabeças de animais em relevo, porem apenas pintadas em preto e branco com fundo vermelho com desenhos triangular, retangular, quadrado e losango. Os cacos de cerâmicas encontrados e estudados por arqueólogos trazem informações às varias culturas que constituíram o império Inca.
Tecelagem - a tecelagem utiliza-se o algodão, a alpaca, a vicunha forneciam a matéria-prima, as fibras era tingidas com corantes naturais criados a base de 190 coloridos, usavam teares rudimentares que ate hoje ainda se usa nos andes, dos monastérios do deus sol saiam grande quantidades de tecelagem.
7 - A metalurgia
Os Incas eram considerados os mestres dos metais, ignoravam o uso de ferro, mas sabiam trabalhar o ouro, da prata e do cobre, sabiam fazer a ligação de metais. Varias técnicas na fundição de metais já era usado por etnias anterior como no caso dos chavins.
1 - a invasão espanhola (1532 - 1536)
A luta do império a entre os dois filhos de Wayna Kapaq: Ataw Wallpa e Waskarr coincidem coma a chegada de Pizarro em abril de 1532, Ataw Wallpa, aterrorizado com a presença de cavalos que saqueavam os templos, pelo menor número acreditava que podiam por estes de volta ao mar. Para Walkarr, esse aparecimento não passava de presságio que era uma intervenção divina em seu favor, waskarr, que mandou embaixadores a Pizarro que aproveitando da situação da disputa lhe prometeu o apoiar. Em 15 de novembro de 1532, Pizarro entrou em cajamarca, no dia 16 se apresentou a Ataw Wallpa, onde este preparou um cerimonial planejado com as indumentárias de guerra com a intenção de criar efeito psicológico, no centro da praça, sentindo entrincheirado Pizarro determinou que seus soldados abrissem fogo e generalizou pânico e distúrbio a tropa local, isolado Ataw Wallpa foi retirado de sua liteira e preso, o seu chefe de guerra retirou a tropa. Apesar disso a disputa contra Waskarr, continuou e que foi derrotado e milhares de seus súditos e crianças foram mortos e a nobreza cuzquenha extinguia-se.
No inicio de 1533, o império estava reunificado, mas o imperador era prisioneiro de Pizarro enquanto Waskarr era cativo de Ataw Wallpa. Vários Kurakas procuravam Pizarro se propondo a aliança para que saísse do julgo Inca, além de vários levantes como exemplo os Yanas. Pizarro aproveitou a situação e proclamou uma verdadeira revolução social. A boataria de que Ataw Wallpa, seria liberto após pagamento de ouro cujo montante foi avaliado em mais de 100 milhões de dólares, estes exerceram pressão com boataria de que as forças locais estavam se organizando para resgatar o imperador. Ai fica a pergunta, teria Pizarro acreditado nessas alegações? Teria sido ele vitima dessa intoxicação psicológica inteligentemente organizada. Com esse pretexto a morte de wallkarr, mandou executar ataw wallpa no dia 29 de agosto de 1533, por fratricídio e usurpação. Foi um erro político de Pizarro, pois com Ataw Wallpa, ainda preso não provocaria  o estado de anarquia, Portanto Pizarro isolado em cajamarca, com pequena quantidade de homens, ele não podia resistir as pressões que estava sujeito sem se arriscar a desfazer a rede de aliança que tecera bem como a empresa de conquista.
O império Inca retraia-se ao centro e reduzia aos poucos as etnias que o havia fundado. No dia 15 de 1533, Pizarro chega ao centro Cuzco que ainda sob o comando Manko Inka irmão dos dois que foram mortos pela disputa e que fora escolhido pela nobreza, recolhia o espanhol que deu apoio ao  imperador que foi lhe permitido tomar a franja escarlate e que este pos fim ao exercito dispersos de Ataw Wallpa.
2 - A guerra de reconquista
Pizarro que antes de começar o seu empreendimento, planejou tudo chegando a levar índias que relatou o contexto político que se passava no território inca, Apesar deter armas de fogo, mas a quantidade de homens era insuficiente para o afrontamento. Foram varias as estratégias montadas: os índios não lutavam ao por do sol; os grupos antagônicos; a rivalidade pelo poder em função da morte do imperador e o território estava em estado de anarquismo. A instalação espanhola era precária, a etnia inca não se satisfazia com a permanência de outra autoridade, Manko Inka, não aceitava com a sua situação decorativa. Conhecendo o interesse dos invasores passou informações de que em outras regiões havia quantidade grande ouro, o que foi absorvido pelo irmão de Pizarro, sendo que não informou dos perigos que tinha que enfrentar devido os índios inteiramente litigiosos. Em fins de abril de 1536, ele burlou a segurança dos guardas e deixou sutilmente o palácio, retornando alguns dias depois com 40 mil guerreiros de sua etnia sitiando Cuzco na qual tocou fogo. Começava a guerra de reconquista
Pizarro organiza varias expedições na tentativa de resgatar o irmão que foram destruídas
O erro de Manko Inka foi tentar sitiar lima que resistiu e que passou a ofensiva, Manko Inka, com a posse de vários soldado espanhol os obrigou a passar informações de estratégias de guerras o que foi possível à formação de um esquadrão de cavalarias e um pelotão de artilharia, tendo alguns sucessos. O final desta guerra foi à morte de 1500 espanhóis e 2000 mil a 3000 mil incas.
Os Incas ainda resistem.
Não podemos afirmar que houve a destruição da sociedade andina, traços fortes dessa cultura ainda são mantidos nessa região, apesar da inclusão da cultura européia que muitos cientistas sociais afirmam que esta ultima “antropofagiou”, traços originais da cultura cuzquenha. Claro que não se pode afirmar que os Incas tiraram 100% de proveito nesta disputa de poder imperialista com os espanhóis. Podemos citar algumas situações que poderia ter mudado o desfecho com Pizarro: uma melhor articulação política com os grupos que faziam parte do Tawantinsuyu; investimento numa língua unitária no seu território dominado, assim como a difusão de uma cultura homogenea, pois estrutura física se tinha como no caso de um sistema de estrada e de correio. Mas quem sabe os vários modelos econômicos fizeram a diferença para essa unidade como no caso da política migratória forçada, onde havia hostilidade entre dominante e dominado, apesar de que os Incas tentaram dar toda uma estrutura para estes, mas não havia a práxis. Pois estes remanejados não aceitavam o modelo tributário imposto pelo imperador. O resultado se viu com os Yanas que militaram junto com Pizarro, assim como outros grupos. Outro problema foi resíduo dos quatro grupos étnicos formadores da confederação cuzquenha, que os Incas tentaram justificar com o mito dos quatro irmãos. Onde os Incas foi à etnia mais retardatária no local que impôs através da força a sua hegemonia administrativa e religiosa que tem um fator determinante nesse contexto, no caso os Hanas e os Hurin, ficou bem claro após a morte de Wayna Kapaq, onde os dois irmãos Ataw Wallpa e Waskarr que se acirraram na disputa pelo poder incentivados por conselheiros sectários, Sendo assim, fica aberto para uma próxima pesquisa.
SEMELHANÇAS ENTRE AS CIVILIZAÇÕES
Mesmo próximo, os povos andinos e os povos da América Central se desenvolvera de maneira independente, não haviam contatos entre eles. Mesmo assim, houve certos traços culturais que foram comum a todas as culturas. Destacamos os seguintes:
·      Todos tiveram a agricultura como principal atividade econômica, com destaque para as culturas do milho e do feijão.
·      Mesmo desconhecendo a metalurgia do ferro, todas alcançaram um nível artístico elevado, especialmente no artesanato, na escultura e na arquitetura. Objetos de enfeites, roupas, bordados com cores vivas, imagens, estatuas, templos, pirâmides e monumentos colossais são alguns exemplos.
·      Todas tiveram cidades  ou vilas como centros políticos e religiosos. Os incas tiveram Cuzco e Machu Pichu; os astecas Tenochtitlán; os maias Chichén Itzá, Tikal, Copán e Palenque.
·      Todas acreditavam em muitos deuses, mantiveram numerosos cultos a divindades da natureza, acompanhados às vezes, de sacrifícios humanos.
·      Todas tiveram sociedades fortemente hierarquizadas, dominadas por soberanos absolutos e por uma casta de sacerdotes, altos funcionários e guerreiros. Todos sustentados pelo trabalho dos artesãos, da massa camponesa, e servidos por numerosos escravos.
·      Todas tiveram conhecimentos avançados como: na matemática, na astronomia, na medicina e na arquitetura. Usaram técnicas avançadas na agricultura, na arquitetura e nas artes, porém todas desconheciam o uso do arado e da roda.
REFERÊNCIAS
MARQUES,BERUTE,FARIA. História-Caminho da  Homem ; ed. Lê.Vol.1. sp.1991.
ORDEÑEZ, MACAHDO. História - Brasil colônia e civilizações pré-colombianas; ed.IBEP. sp.2004.
APOLINÁRIO, Maria. História - Ensino Fundamental; ed: Moderna.sp.2003.
FAVRE, Henri.A civilização Inca,Tradução:Maria Julia Goldwasser.RJ.ed.Jorge Zahar.2004.
Vicentino, Dorigo. Historia para o Ensino Médio;  ed. Scipione.
SOUSTELLE, Jacques – As civilização ASTECA. Editora – JZE
GENDROP, Paul – A Civilização MAIA. Editora – JZE.
FAVRE,Henri – A Civilização INCA. EDITORA – JZE.

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