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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

MULHERES URBANAS E MUDANÇAS RELIGIOSAS


As mulheres dentro do contexto da reforma protestante eram vistas pelos homens católicos e protestantes da mesma forma, ou seja , frágeis e imbecis. Preciosas como pétalas, mas perigosas como cobra venenosa. Por isso, eram mais fáceis caírem em heresias, do que  os homens. Claro que houve exceção como algumas que eram esposas de lideres como Calvino, Lutero e de duquesas e rainhas, como Margarida de Navarro, irmã do Rei Francisco I da França e sua filha Joana D’Albert, rainha de Navarro.
Existem poucos estudos sociais sobre o papel da mulher nas mudanças religiosas do séc. XVI. A reforma teve uma atração especial sobre as mulheres independente de sua classe social.
Alguns autores afirmam que  as mulheres eram mais receptivas as novas religiões, se elas tivessem mais igualdade espiritual dos sexos, mais mulheres entravam  no movimento.
COMPORTAMENTO  DAS  MULHERES ANTES DE SUA  CONVERSÃO RELIGIOSA
Alguns historiadores afirmam que elas (aristrocatas) eram nulas , aprisionadas nas casas dos campos assim como as esposas de comerciantes, artesãos e trabalhadores,  e a não qualificada na França  do séc. XVI, essas mulheres encontraram liberdade no movimento protestante. Alguns historiadores dizem que essa libertação aconteceram antes desses levante religiosos. Na vida familiar, houve uma aproximação maior, amizade e companheirismo igualitário entre conjugue protestante.
Na metade do séc. XVI, no início do amplo movimento protestante na França, as mulheres superavam os homens em número e viviam mais que eles, devido a uma taxa de mortalidade alta as cidades dependiam da imigração, para o crescimento de  sua população, sendo assim, os homens eram em maior quantidade. Quase todas as mulheres de uma forma ou de outra, faziam parte da vida econômica da cidade, conforme relatos de processo judiciais ou contrato privados, onde elas ajudavam seus esposos, seja ele advogado, banqueiro, comerciante, artesão, não só quando enviuvavam, mas quando seus maridos estavam vivos, uma esposa até podia disciplinar em aprendiz, ajudavam a tear. Algumas tinham empregos próprios: eram costureiras, pintoras, e jovens aprendizes. Faziam  sapatos, luvas etc...muitas estavam nos empregos femininos semiqualificadas ou não-qualificadas, principalmente domésticas muito mal pagas, outras trabalhavam  em casas de banho, que descambavam para a prostituição, ou seriam remadoras ou então como escravas, onde recebiam salários menores que os dos homens.
As mulheres tinham seus nome de solteira, ou eram conhecidas como “esposa de fulano” ou então conhecida  por apelido (vulgo).
NA VIDA PÚBLICA
Pouco se estendia, e quando participavam pagavam impostos, a sua participação era igual de artesão e comerciantes nos governos Oligárquico da cidade (Governo exercido por uma minoria de família, ou por uma classe), que só tinha influência política através de corporações. A vida da mulher nessas corporações eram limitadas e mais fraca de que na idade média, portanto politicamente sua vida urbana era informal e indireta.

NA   EDUCAÇÃO
Na família de élite as mulheres tinham educação privada, estudavam em Francês, Italiano, Música,  Aritmética etc.., as não-nobres, quando aprendiam em latim eram registradas de “Educada acima do seu sexo” .
Nos níveis mais baixos conforme estatística,  dentro de 1.200  pessoas  em Lyon, apenas 28% sabiam assinar o nome, mas que faziam  parte da élite, o restante eram mulheres, que juntamente com os homens não sabiam  assinar o seu nome, apesar de que  aumentou mais da metade de alfabetizados com  a invenção da imprensa, sendo que o masculino cresceu mais.
As escolas públicas municipais eram apenas para homens. Dentro de uma escola pública, foi encontrado 5 professoras e 87 professores no ano de 1.490. Na primeira metade do séc.XVI, a mulher rica e bem-nascida era estimulada a estudar para fortalecer a imagem da mulher bem educada.

A MULHER AS VÉSPERAS DA REFORMA
A mulher tinha participação igual dos homens, os mais ricos tinham capelas em sua casas de campo, uma vez  por ano procurava as paróquias para se confessar. As paróquias cresciam e a igreja não  aumentou seu quadro pessoal de pastoral para o confessário, o batismo era levado mais a sério, como  a unção, os maridos  levavam os bebês com os vários padrinhos enquanto a mulher ficava em casa, esperando se purificar para ir a igreja pós-parto, além do mais se preocupavam com procissões cerimônias em seus funerais e missas pelo discurso de sua futura alma.
Na véspera da reforma a vida religiosa feminina era menos organizada do que dos homens. As procissões paroquianas lideradas por padres no dia de  CORPUS CHRISTI, ou em outra ocasião incluíam  homens , mulheres e crianças para pedir ajuda contra a fome e peste, mas as confrarias leigas em prol de oficiais e burgueses, rezavam missas, faziam banquetes, as mulheres urbanas eram em número bem menor. Os conventos femininos  em menor número era cada vez mais isolada pelo movimento reformista. Separado do clero as mulheres que sabiam ler, liam em voz alta dentro das igrejas e eram descriminadas pelos franciscanos. Já que as mulheres não deviam usar a mentes para investigar a divindade de Deus, sendo um trabalho só para os prelados(títutulo honorífico de altas autoridades eclesiástica).

A  NOVA  MULHER  CRISTÃ
A mulher  não é mais uma senhora educada, mais pura e simples que conhece a biblía, ela é identificada  por sua relação com a escritura, e seu controle sexual  e feito através de seu interesse pela biblía. As mulheres estavam libertando sua alma do governo do padre, e a nobreza católica era injuriada por esta mulher protestante que discutia teologia com os doutores da igreja citada, os jesuítas achavam mais seguro as mulheres como os artesões que a biblía não ficasse a mercê da cabeça da mulher.
As mulheres como os  homens calvinistas não provinha da popilação  não- qualificada. Das 750 mulheres presas por heresia ( 1.568 /69) , dentre elas a maioria não foram convertida ao protestantismo pelos maridos  e grande parte eram viúvas e donas de seus próprios negócios, ou seja, independentes.

A  MULHER  PARTICIPA  DA   IGREJA PROTESTANTE
A mulher começa a participar das pregações dentro da igreja assim como os artesões. Calvino e companhia não aceitavam, pois dizia que a reforma era a permanência do homem bem preparado para derrubar o clero. A mulher não podia ferir a palavra de Deus segundo o Livro de Corintos I “ as mulheres deverial mamter-se em silêncio na igreja”, ou seja, a ordem divina não deveria ser quebrada,  DEUS-CRISTO-HOMEM- MULHER.
As mulheres agora queriam administrar a igreja o qual não era também aceito pelos pastores, achando que os padres  iriam rir disso. Pois agora as mulheres iriam desobedecer os pastores, algumas voltariam para a igreja católica.
Dentro desse contexto as mulheres católicas da mesma classe social das protestantes publicariam mais que as protestantes.
Os rituais das novas igrejas era um afronte aos católicos, onde a participação era  um conjunto, pastores e membros, isso para os católicos era visto como desordem devido a hierarquia ritual da  cerimônia dos católicos. Achavam  os protestantes que os padres tinham furtado os salmos que eram cantados em coro e em alta voz com a intenção de convite aos católicos, as mulheres andavam de roupa preta, os santos foram excluídos, mas em alguns  consistório   o sexo  eram separados. Um poeta católico, argumentava que a encarnação de cristo como homem era uma conveniência histórica judaica, um cristo feminino  não seria aceito, por isso era importante a figura de Maria  mãe de Deus, e que a igreja católica se  afastava da imagem senhor  (homem) Calvino, conclamava exaltar os senhores ao invés de Santa Maria.
Os protestantes criticavam o celibato clerical, onde  a mulher era mais vulnerável ao sexo devido a ociosidade e sua mente enquanto que  o homem estava  ocupado com o trabalho, então melhor casar cedo de que arder em fogo do inferno, influenciado a este aspecto os homens se converteram em maior  quantidade que as mulheres. O homem mantinha sua autoridade sobre a mulher, mas com moderação e sem insultar, já que esta era dada por  Deus, como companheiro, assim  diminuiu a violência do marido contra a mulher (início de um processo longo para o divórcio).
Apesar disso a mulher ainda era sujeita  ao homem e se as protestantes se rebelasse contra o marido, podia ser levadas ao consistório  ( lugar onde se tratavava assunto graves de religiosidade), e ser punida em até 3 dias de prisão.
DIFERENÇAS
A reforma religiosa trouxe uma aproximação na distância vertical do sexo masculino “superior”  para o feminino “inferior” , tendo em vista que as novas concepções religiosas aceitaram mulher  como membro  e isso é um ganho. Mas não se pode esquecer  o afastamento do protestante em relação a cultura   popular que o  catolicismo  permitia, além da vida privada   do campo familiar.
Com isso a mulher ganhou uma nova concepção de vida como ser humano e que se concientizava de que fazia  parte do ambiente, não como mera coadjuvante, mas sim como agente transformadora do mundo que em que vivia, mas mesmo assim, continuou sendo policiada tanto pela igreja católica quanto pela protestante, tanto que sua liberdade ficou bastante reduzida  com diferença em vários aspectos diante do sexo masculino
Referencias Bibliograficas
Autor: Davis, natalis zenon.

IDADE MÉDIA - FEUDALISMO

IDADE MEDIA

O HOMEM MEDIEVAL
O homem o único objeto da historia, uma historia que não se interessa por qualquer um homem abstrato, eterno, imutável e perpetuamente idêntico a si próprio, os homens que são analisados no quadro da sociedade a  que são membros.
A mulher da idade média era encarcerada  dentro de um protocolo social que existia  no estatuto da mulher que dependia da sua posição social, pela sua função no seio da família, pois dentro desse lento processo a mulher vivia em um regime rígido religioso. A religiosidade com característica ideológica que é fruto desse momento e que faz da mulher um ser falso, tentador, aliado do demônio, uma eterna Eva, mal resgatada por Maria, um ser escabroso, um mal necessário  para a existência e funcionamento da família e procriação, e para o controle da sexualidade que é esta o principal perigo para o homem cristão.
O homem da Idade Média estava sob rígido controle da Igreja que usava uma pedagogia cristã, e usava o homem como alvo de permanecer sectários a essa visão teológica  e que não deveriam reagir as determinações religiosas de submissão ao Clero e Nobreza caso este seja um Camponês. Este cidadão deveria sempre usar como exemplo “etnocristão” o outro (Judeus, Infiéis e Pagãos). Então quem é o homem é a criatura de Deus.
No Livro de Gênesis, no inicio do antigo testamento, no sexto dia de criação, Deus fez o homem e lhe atribui o direito de dominar a natureza, flora e fauna que lhe fornecia alimentos, por isso o homem medieval esta vocacionado para ser o homem da natureza, da terra e dos animais. Mas Adão instigado por Eva que já tinha sido corrompida  pela serpente, também pecou. Partindo daí dois seres habitam  no homem (a imagem e semelhança de Deus) e o que, tendo cometido o pecado original foi expulso do paraíso terrestre e condenado ao sofrimento (trabalho manual para o homem) e para a mulher (as dores do parto) a vergonha da nudez do órgão sexual e a morte.
Na cristandade medieval que insistia na imagem positiva do homem, ser divino criado por Deus, onde o Adão dá nome a todos os animais, e que é chamado a encontrar de novo o paraíso perdido por sua culpa. Ou na imagem negativa de pecador, sempre pronto a sucumbir e renegar a Deus e perder de vez o paraíso eterno e mergulhar na morte eterna.
Esta visão de homem pessimista, fraco, viciado e humilhado a Deus esta presente em toda Idade Média do séc. IV até XII e num processo de mudança a partir do séc. XII este passa a ser otimista que é reflexo da imagem divina, capaz de continuar a criação na terra e de salvação.
A interpretação da condenação do homem a labuta (gênesis) tem em destaque duas concepções de  trabalho:  de um lado a maldição e de penitência do trabalho; do outro como resgate da salvação.
Na alta Idade Média o homem  que é temente  e aceita a vontade de Deus sem buscar justificativa que não seja o arbítrio divino, é de fato menos pecador do que qualquer outro homem, um homem simples que fugia do mal durante longo tempo, esmagados pelas provações a qual eram infringidas por Deus onde seus dias são consumidos sem esperança e sua vida é apenas (vento), finalmente este homem tem que renunciar a todo orgulho e deverá ao ser chamado por Deus, comparecer para se justificar. Poderá parecer puro quem nasce de uma mulher? Nesse imaginário o homem do medieval é um farrapo, leproso.
A partir do final do séc. XIII o homem imponenciado através da arte nos traços (realista) através dos poderosos da terra: O Papa, O Imperador, O Rei, O Prelado, O Senhor, O Rico Burguês. Em contra partida o homem símbolo do sofrimento deixa de ser e passa a ser o próprio Deus, Jesus. No período carolíngio, o cristianismo latino optou pelas imagens, recusando a arte não figurativa dos Judeus e dos Mulçumanos e a iconoclastia do cristianismo grego e bizantino. O que inaugura o Antropomorfismo (forma divina da virtude física do homem) cristão medieval. As relações entre o homem e um  Deus lhe aparecem, que ele pode apresentar um aspecto humano, são profundamente marcadas por esse fato. Um Deus que, para mais, além de uno, é trino. Se o Espírito Santo representado pelo simbolismo animal da pomba, escapa ao antropomorfismo, e as duas pessoas  movem-se dentro do contraste fundamental entre a velhice e a juventude, a majestade e a paixão, a  divindade e a humanidade.  O homem que sofre agora é o deus encarnado, Cristo, a imagem que prevalece no séc. XV é o de Jesus com o manto de púrpura e com a coroa de espinho, como Pilatos mostra (Ecce homo) eis o homem. A figura simbólica do Cristo de um homem que sofre, mas divino. Este é um mistério de toda a Idade Média, onde os teólogos tentam explicar  por que Deus se fez homem (titulo do Tratado de Santo Anselmo da Cantuária).
O homem medieval estaá entre a luta do Deus divino e satanás o Deus do mal. Apesar de o cristianismo recusar e condenar o maniqueísmo(bem e o mal), mas que para alguns heréticos não há um Deus do bem ou do mal, mas um Deus do espírito e um Deus da matéria. Mas só um Deus, um Deus bom (que pode ser um Deus da cólera) que é superior ao chefe dos anjos rebeldes, derrotados no céu, satanás, que deixou um grande poder sobre os homens que tem livre arbítrio, aceitar ou recusar a graça que o salvaria. O homem é o local do combate dos dois exércitos sobrenaturais prontos para agredir ou socorrer. A alma do homem é o que os dois exércitos disputam. O homem medieval é também a imagem de sua alma, sobre a forma de um pequeno homem que São Miguel pesa na balança, sob o olhar de satanás, sempre pronto para inclinar o homem para o desfavorável e São Pedro para o lado favorável. Desta antropologia cristã nascem duas concepções do homem no decorrer da Idade Média.
HOMO VIATOR - O homem sempre esta em viagem permanente na terra ou na sua vida, que são espaço e tempo transitório de seu destino, conforme as suas opções -  para a vida - morte ou eternidade. Os Monges que ligados por vocação à clausura peregrinam freqüentemente pelas estradas, como os frades  de ordem mendicantes do séc. XIII ( São Francisco de Assis). Este homem medieval é por vocação peregrino do séc. XII e XIII, o homem viajou nas cruzadas em peregrinações, mas nem todo cristão desse contexto participou de uma das três viagens (Jerusalém, Roma, Santiago de Compostela), este homem medieval peregrino simbólico da estrada e pode desestabilizar saindo da moralidade e da salvação, esta peregrinação pode se transformar em vagabundagem, e ai daquela que não tem família e residência, com exceção dos clérigos e Monges errantes viajantes, são considerados das piores espécies.

HOMEM PENINTENTE - O homem procura na penitência um meio da sua salvação, o homem medieval sempre esta disposto a pagar com penitência por qualquer calamidade ou acontecimento perturbador   (pestes, guerra, e etc.). A partir do quarto concilio de Latrão ( 1.215 ) era obrigação de todo cristão pelo menos uma vez por ano a  se confessar  e depois a penitência.
Os dogmas cristãos que constitui o homem universal são complexos: em primeiro lugar  é constituído de corpo e alma, apesar de certo desprezo que o cristianismo tivesse pelo corpo. “Esse abominável revestimento da alma”, pelo ensinamento da igreja o homem é obrigado a conviver com a dualidade  corpo/alma, pois cada sintoma carnal é um sinal símbolo da alma, pois é através do corpo que se concretiza a salvação ou a condenação, ou seja, a alma atinge seu destino através do corpo. Mas o homem não se limita apenas ao corpo/alma. Existe também o espírito - este poder misterioso  que anima e inspira, tem vários significados da mais antiga filosofia cristã até os mais vulgares, e está associado ao elemento mental do homem  com a terceira pessoa da santíssima trindade. Depois o coração - está entre a alma e o espírito e  se apodera do intimo dos sentimentos, associando  ao amor, para, além disso, se opõem a cabeça onde seu prestigio aumenta na medida em que se vai ampliando o simbolismo do sangue que e o motor.
O homem pela sua constituição física e pelo seu organismo corpóreo torna-se ponto de referência simbólica, apresentado pelo humanista João de Salisburia  (1.159), o corpo humano passa a ser a imagem metafórica da sociedade: cabeça o Rei ou o Papa; os pés os camponeses o que forma a unicidade do corpo numa solidariedade do corpo social. Para certas escolas teológicas e filosóficas o homem é um ser microcosmo, sendo assim o homem  assume uma imagem positiva  criado por Deus, e lhe é obediente, mas que o homem encontra no plano cientifico uma centralidade, plenitude o que não acontecia na Idade Média.

A CONSTITUIÇÃO DE CLASSES
O monge, o cavaleiro e o camponês.
Das várias concepções para conceituar distinção de classes a mais usada por historiadores é a tri funcional, são essas as três funções necessárias:
1° Soberania,  Mágica e Jurídica;
2° De força física;
3° De fecundidade, ausente na Bíblia e que surge um texto de um Bispo Adalberom  (1.030), que distingue os três componentes na sociedade cristã: oratores, bellatores e laboratore, ou seja, os que rezam os que combatem e os que trabalham. Sociedade aparentemente harmônica ideologicamente, o que não tardará  na composição da realidade social, reforçando-a a relatos bíblicos dos três filhos de Noé, onde Cam, o mais irreverente com relação a seu pai se torna escravo de seus dois irmãos Sem e Jafete.
Os oratores são representantes de Deus  na  terra o intermediador o único herdeiro autentico da Igreja primitiva e estão no mosteiro que é antecâmara do paraíso  e o mais habilitado para se tornar um santo.
Os cavaleiros vivem entre a violência e a paz, aparece a partir do séc. X transforma-se no cavaleiro de Cristo. Antigos ritus bárbaros são cristianizados, com a entrega de arma se cria um ritu de passagem para o jovem guerreiro a investidura. No séc. XII São Bernardo abençoou o nascimento de uma nova cavalaria:   os dos Monges guerreiros das ordens militares, como o monge o cavaleiro é um herói, na luta contra o demônio. Como Parcival, o cavaleiro que se aventura na busca do Santo Graal. O imaginário cavalheiresco perdura até Cristóvão Colombo.
O camponês, essa classe  por tempo é reduzida, pela peste, pela carestia, e pela guerra que reflete na paisagem agrária e nos tipos de habitat, apresenta-se angustiado na procura de estabilidade alimentar, são trabalhadores dos bosques, a camponesa é uma trabalhadora têxtil, uma fiandeira. Homem que vive ao ar livre, no inverno mata porco e come lentamente ao redor da lareira  é um habitante das aldeias desde os tempos antigos e outros se situam a partir do séc. IX do reagrupamento de aldeias, é sobrecarregado pela corvéia e depois por divida de dinheiro. Oprimido, se empenha nas lutas sociais que exercem na maioria das vezes em resistência passiva e outras violentas como as Jacqueis. É odiado e desprezado e analfabeto às vezes comparado entre o homem e o animal é o maior praticante da religião chamada popular, descriminado pela igreja, adeptos do ritus de magia. Para a cultura e a ideologia dominante é considerado um elemento marginal.
Dentro desse contexto podemos esta citando outros vários autores, participantes desse palco histórico, como os Bispos, os padres sacerdotes, o frade das ordens mendicantes que surgiram no séc. XIII, os pregadores e dominicanos, os menores como os franciscanos, agostinianos, os carmelitas. No mundo dos bellatores tinha os mercenários que combate por dinheiro, os soldados profissionais que vão se tornar ladrões e salteadores de estradas. Os artesãos, os operários, os médicos, os cirurgiões que geralmente eram Judeus, velhas curandeiras que detinham dons especiais com conhecimentos de ervas, as parteiras, e aqueles que viviam a margem.
Pobres e heréticos - na Idade Média a pobreza é uma das realidades social e ideológica, e o herético, o homem que a Igreja mais detesta por que se encontra dentro e fora e ameaça os alicerces ideológicos, institucionais e sociais da religião dominante, a fé, o monopólio religioso e a autoridade da Igreja.

O NASCIMENTO DO ESTADO
Desenvolve-se uma burocracia, além de outras, mais que atravessa o limiar de uma outra Idade Média.

A IGREJA E O PODER
É fundamental que saiba se distinguir  cristianismo e cristandade. Cristianismo se refere à religião a um sistema religioso, Cristandade significa um sistema único de poder e de legitimação da Igreja e do Estado.
Tanto a noção de cristandade quanto a como a formalização das relações entre igreja e Estado e Sociedade, exige analise concreta desses três conceitos em determinada situações históricas e formação sociais. O sistema da Cristandade apresentou várias modalidades no decorrer bimilenar história do cristianismo e da Igreja, na medida em que relacionamos com o escravismo antigo e moderno, com feudalismo, com capitalismo.
O cristianismo até (313) já se expandirá em todo o território romano ocidental e oriental, e fora desse limite também, nesse período onde fora também perseguido pelos romanos, era visto como ateu e subversivo e vivia na clandestinidade. O Império em crise desde os finais do séc. II, e não conseguindo eliminar-los tentou recuperar os cristãos. No final da perseguição pelos romanos, inicia a modalidade da cristandade que se dá inicio com a paz eclesiástica no séc.IV com a conciliação Constantiniana e que pendura com a Revolução Burguesa e Liberal até o advento do capitalismo. Esta situação constantiniana integra os dois segmentos (Igreja e Estado), tendo em vista que a Igreja  detinha poder ideológico e aumenta com o poder político e econômico. Para o Estado romano que vinha se degradando foi um ato político na tentativa de manutenção do aparelho estatal romano.  A igreja que antes na clandestinidade, fornecia motivação para uma parcela da classe subjugada, e que forjava uma esperança (utopia), o império comprometia a igreja como sistema, assim a igreja que tinha como principal função de instancia criticar o sistema, estranha a sua situação, por alguns foi entendido como a privatização do reino de Deus, e se torna hegemônica, e perdia o poder profético, mensageira e condutora a casa do pai, a fé deixa de ser uma conquista para se tornar uma obrigação (tradicional), ate mesmo usando a coerção. O cristianismo tinha função polivalente em atender os anseios de varias classes, Marx Weber, afirma que por um lado os grupos dominantes procuram para legitimar a sua excelência e por outros  grupos dominados procuram para compensação de  sua situação, na esperança de salvação futura.
A cristandade medieval com caráter ideológico para a constituição da hierarquia social (clero, cavaleiro e servo), não viam com imoralidade, mas como uma ordem divina. Setores eclesiásticos  que contestavam o mundanismo da Igreja desejavam pelo menos uma fronteira entre a Igreja e o Estado, reivindicando para a Igreja a competência espiritual que estava entranhada ao poder do Estrado.  Em 492,  o Papa Gelásio que aproveitou a conjuntura favorável de um ocidente sem Imperador e de um cisma com Constantinopla, para dizer ao Imperador (Augusto existe duas instancias que regem este mundo: autoridade sagrada e o poder régio).  Como a única finalidade da vida do homem é a salvação cristã. Ambrósio bispo de Milão séc.IV, num contexto de conflito disse: Que os Imperadores não estão acima da Igreja, mas na Igreja .Marcando os conflitos futuros na Idade Média.
Durante o séc. V e VII, a cristandade ocidental se formata com a tutela do clero, a cristandade latino-germânica ia se distanciando da cristandade bizantino-grega, o império romano do ocidente ia desaparecendo e se constituindo reinos romano-germânicos. A disputa de clero e leigos em face do poder religioso, o monopólio clerical sobre as instituições eclesiásticas foi se aprofundando, o que destituía lentamente os leigos do poder. A igreja se tornou  a única instituição subsistente do ocidente entre os vários reinos bárbaros, neste sentido a igreja queria subordinação dos imperadores bizantinos e dos reis bárbaros  a igreja.
Com a recriação do império do ocidente com o inicio da dinastia carolíngia (Carlos Magno) o Papa rompia com o bizantino, dedicando-se aos francos, por sua vez é doada ao papado na Itália o patrimunium, dado poder aos bispos de Roma, poder de mundo.
Alcuina em 799 considera Carlos Magno eclésios o condutor da sociedade cristã por causa das suas virtudes obtém poder superior ao Papa e império bizantino. Restaurado o império estava a serviço da igreja, para alguns eclesiásticos foi à igreja que levantou o império. Com o desaparecimento do império carolíngio, as invasões dos séc.IX e X, o fortalecimento do feudalismo acrescentou o conflito entre papado e o império iniciando um processo de feudalização das instituições eclesiásticas.  O fortalecimento dos leigos era preponderante onde os imperadores alemães, senhores feudais se aproveitavam do poder de patrono da igreja e se apropriavam dos bens eclesiásticos para designarem seus eleitos para cargos eclesiásticos, tanto do clero secular quanto do regular. Os abusos dos leigos foram tantos que o clero e alguns leigos mais piedosos, organizam a reação a partir do séc. X, os primeiros foram  pessoas ligadas aos monásticos devido à escravidão da igreja, simonia, e nicolaísmo e era necessário uma reforma na e da igreja, na cabeça e nos membros, mais para isso deveria ter a emancipação da tutela dos leigos e liberdade dos eclesiásticos.

A REFORMA GREGORIANA
O Papa Gregoriano VII, motivado por grito de reformas na igreja, onde as instituições eclesiásticas tinham sido feudalizadas a partir do séc. XI, sendo necessária a emancipação da tutela dos leigos  e a liberdade eclesiástica, foi necessário a clericalização já existente, mas bloqueada pela feudalização, e num segundo momento se faria à reforma dos membros. Essas reformas eram contra as simônias, nicolaísmo e acontecia do clero secular essa reforma saiu do monastério da fundação Pia de Duque de Aquinia na Borgonia (910): Os Cluny, os Papas Clunys foram os iniciadores. A reforma queria reforçar o poder do Bispo submetido à Igreja e ao Papa. Essa reforma Gregoriana que motivou no séc. XI a “Quarela da Investidura”, onde provoca conflito, o imperador não aceita só o Papa indicar o clero.
As relações entre igreja e império eram explicadas pelos escolásticos, segundo duas correntes: dualista que insistia na distinção de dois poderes, e dualistas, relação assimétrica de subordinação do poder temporal ao poder espiritual, sendo que este ultimo teve duas tendências, uma radical e moderada, sendo que a moderada torna-se vitorioso na solução de conflitos do séc. XII e XIII e radical entre colapse nos conflitos de Bonifácio XIII  com Felipe, o belo.
No séc. XIV, o império foi reduzido a territórios da Alemanha, a igreja foi tutelada ao poder de Reis franceses ( Avignon 1.309 a 1.370), o papado enfraqueceu com cisma do oriente.
A contestação de Lutero(1.521), que não compreendia e não aceitava a inadiável reforma, que resultou  com a ruptura do cristianismo, sem conseguir uma renovação geral da igreja, surgindo o protestantismo. Surgem os Estados nacionais, a igreja romana não é mais uma, e a igreja teve que redefinir o ideal da cristandade constatiniana. A igreja se considerava uma sociedade perfeita, pois, era completa não estava subordinada a nenhuma outra sociedade, para a igreja católica, os estados, a sociedade civil, a natureza era uma realidade exteriores, alteridades, deviam ser respeitadas na sua autonomia, no entanto era preciso religá-la a ordem sobrenatural (religião e  igreja).

IDADE MÉDIA
Para facilitar melhor o estudo deste tema abordado, os historiadores costumam dividir a idade média em: alta idade média, que compreende os seis primeiros séculos, foi o tempo em que o sistema feudal se formou e se consolidou e baixa idade média. Que se estende a partir do século XII, com o renascimento do comércio e a formação de uma nova classe social os burgueses, nascendo assim um novo modo de produção: o capitalista.

Um Período de Mil Anos
Entendes-se por idade média, as sociedades que compõe a Europa, no período, que vai do século V-XVI, que tem como marco a queda do Império romano do ocidente com as ocupações “bárbaras”, a sistematização da cristandade que reagia ao sistema de escravismo que se processava para o colonismo, que da inicio ao modo de produção feudal ate a formação das cidades com o renascimento do comércio que se caracterizara com a formação do mercantilismo, além é claro que no oriente a civilização bizantina se mantém, devido o seu intenso comércio que é a base da sua economia. Na Arábia nasce uma nova organização religiosa o islamismo. Esses acontecimentos estão ligados aos aspectos econômicos, sociais, políticos e religioso que formam a complexidade desse contexto histórico tão discutido por historiadores contemporâneo.

Por que Idade Média?
O conceito de idade média é inserido pelos renascentistas na idade moderna, pois acreditavam estes, que os homens desse período medieval viveram em declínio cultural, em torno da produção de conhecimentos, desde o apogeu da cultura clássica da antiguidade, ou seja, “mil anos negros”, o que não é aceitável em nosso contexto.
Iremos abordar neste conteudo temas relevantes que reflete nos dias atuais, mas que ganharam importância pela historiografia eurocêntrica, é importante lembrar  que dentro desse contexto outras culturas dinamizavam o planeta, como exemplo as civilizações pré-americana e outras.  Para uma melhor compreensão são estes  que iremos enfocar: Civilização bizantina, Islamismo e Feudalismo.

1 - Império Romano do Oriente
Após, a queda do Império Romano do Ocidente, com a crise do escravismo e dificuldades de administrar o vasto território, defender as fronteiras, cobrar impostos, reprimir as revoltas dos escravos e controlar os povos dominados e por fim a ocupação do território pelos bárbaros. Em 395 o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes a do Ocidente e do Oriente.
O Império Romano do Oriente ao contrário do Ocidente sobreviveu graças as tradições comerciais onde os seus lucros sustentará a econômia da região sobrevivendo até 1453 sendo ocupada  pelos turco- otomanos.
  • Os territórios
O Império Oriental era constituído pela Grécia, Egito, síria, Palestina, Mesopotâmia e Ásia Menor, cuja capital era Constantinopla.
  • Constantinopla.
No século VII a.C. a cidade de Bizâncio foi colonizada pelos Gregos. Dominada pelos romanos em 74 a.C. somente depois de quatro séculos obteve destaque entre outras cidades do império, isso por que o Imperador Constantino, a partir do ano de 330 reformou e construiu pontes, obras públicas, palácios e igrejas em sua homenagem Bizâncio passou a se chamar Constantinopla. Em 1453 foi tomada pelos turco-otomanos e hoje   é conhecida por Istambul na  Turquia.
  • Religião
O Império Romano do Oriente manteve as tradições cristãs e aos poucos foi se diferenciando da igreja Católica Apostólica Romana do Ocidente. O Império Bizantino tinha seu chefe religioso em Constantinopla, o patriarca que deveria prestar obediência ao Papa que vivia na cidade de Roma. Os imperadores Bizantinos interessados em estender o seu poder sobre a religião compactuaram com os patriarcas aproveitando da ausência Papal, sendo assim, aumentaram suas influências no assunto religioso do Império. Os desentendimentos entre o Papa e o Patriarca eram constantes, além da diferencia cultural entre os dois Impérios, onde o Oriente tinha influência Grega e o Ocidente influência Romana, contando ainda com as diferenças de idiomas: Latino no Ocidente e Grego no Oriente e mais ainda as diferenças nas praticas e cultos religiosos. A separação entre a Igreja Católica Oriental e Ocidental se consumou em 1054, quando o patriarca de Constantinopla rompeu com o Papa. Essa separação é conhecida como cisma do Oriente, deu origem a Igreja Cristã Ortodoxia, tendo hoje mais de 170 milhões de fieis espalhados pelo mundo.

  • Imperador Justiniano.
                                                                                                                           
Podemos dizer que o Imperador Justiniano foi o que mais de destacou governando entre o ano de 527 e 565. Aliou-se ao Papa, perseguiram Judeus e filósofos pagãos  e tentou refazer o antigo Império romano, recuperando os territórios do Ocidente que tinham sido invadidos pelos povos bárbaros. Dominou regiões no Norte da África e, posteriormente, penínsulas Itálicas e ibéricas para financiar as conquistas militares, Justiniano aumentou os tributos  provocando revoltas populares, reprimidas com violência pelo exercito, essas tentativas de reconquistas empobreceram e enfraqueceram o Império Bizantino.
No seu governo o direito romano foi reorganizado e aperfeiçoado, originando um conjunto de leis conhecido por código de Justiniano. Construiu a Igreja de Santa Sofia em Constantinopla,  onde aproximadamente 10.000 pessoas tenham trabalhado durante cinco anos  nessa construção e  concluída em 537.  Atualmente Santa Sofia é um museu exibindo sua arquitetura e decoração que conservam as imagens religiosas  do tempo em que ela era uma igreja Católica, os mosaicos bizantinos da época em que ela foi uma Igreja Ortodoxa e os símbolos  islâmicos do período em que foi uma Mesquita.

Igreja de Santa  Sofia  construída para servir ao PAPA, com cisma do Oriente em 1054, passou a ser IGREJA ORTODOXA, em 1453 tornou-se uma mesquita. Atualmente conhecida como Museu Hagia Sofia.

2 - O MUNDO ÁRABE  E ISLAMISMO
Os antigos árabes não tinham um governo centralizado e viviam em desertos e cidades próximas ao litoral do mar vermelho, seu habitante era chamado de beduíno, eram muito religiosos e politeístas. Todos os anos peregrinavam até acidade de Meca, para cultuarem os deuses no templo de Caaba, onde se encontravam os 360 ídolos e a pedra negra, caída do céu(provavelmente um meteorito).
Os comerciantes tinham interesses em preservar esse cerimonial religioso, pois com a chegada dos beduínos as vendas eram intensificadas.

  • Islamismo
Maomé nasceu em Meca  por volta de 570, órfão  foi criado pelo avô e depois por um tio paterno, e depois se tornou pastor  nas regiões montanhosas, casou-se com a viúva Khadidja aos 25 anos, participou de varias caravanas conhecendo várias culturas entre elas praticas religiosas como a Judaica e a Cristã. O caráter monoteísta dessas religiões o influenciou, Maomé começou a elaborar o seu próprio pensamento religioso que incorporavam elementos do paganismo árabe, do cristianismo e do judaísmo.  Com comportamentos estranhos passava a noite em meditações. Ao completar 40 anos em 610 teve uma visão do Anjo Gabriel  que lhe disse “que havia um Deus, Alá, e um só profeta, Maomé”.
Maomé começou a difundir a nova fé e combatia o politeísmo em Meca, os comerciantes preocupados com o comércio, tramaram a sua morte. Avisado a tempo Maomé fugiu para Yatreb, esse acontecimento em 622 ficou conhecido como Hegirá,  que em árabe significa fuga, e marca o início do calendário Muçulmano.
Em Yatreb o profeta prosseguiu na sua pregação e passou organizar comunidade islâmica, sendo que Yatreb teve seu nome mudado para Medina, que quer dizer cidade do profeta. Organizou um exercito para combater os comerciantes de Meca, sendo que em 630 ele e seus seguidores dominaram Meca, ficou conhecido este evento como Guerra Santa (Jihad). O profeta invadiu Caaba destruiu os ídolos e os símbolos politeístas,  conservando apenas a pedra negra. Nesse ano nascia o Islão. Maomé morreu em 632.
  • Expansão do Islamismo
 A Guerra Santa motivação espiritual mais forte para a conquista de novas terras e adeptos legitimou  as conquistas militares, segundo a pregação do profeta quem morresse lutando pela expansão do reino de Ala irá direto para o paraíso. Em 661 a Arábia se tornou um império baseada na religião islâmica, conquistando várias regiões, como a Síria, Palestina, Pérsia, península ibérica, Egito e Norte da África. A expansão islâmica resultou em desenvolvimento para essas regiões como a cerâmica, comercio de tecidos, tapetes, vidros, além da pólvora, papel e a bússola, invenções chinesas levadas a varias partes do oriente e ocidente.
Em menos de um século o islã alcançou os três continentes (Europa, Ásia e África)  e três oceanos (Índico, Pacífico e Atlântico). O prosseguimento da expansão só terminou com a entrada destes pela península ibérica e posteriormente tentou entrar na Europa ocidental, sendo barrado na batalha de Poitiers (732), quando os árabes e francos se enfrentaram. O vasto império foi difícil para apenas um governar, sendo assim, foi dividido em vários Califas(sucessor), parente ou próximo do profeta que assumiram após a sua morte. As rivalidades provocaram o racha formando vários reinos independentes. A desagregação religiosa deu inicio o aparecimento de duas seitas: a dos sunitas  e a dos xiitasA partir do século XI começa o declínio do império Árabe.

OS REINOS BARBAROS
A partir do século III, o império romano do ocidente, entra em decadência com o fim das guerras de conquistas, esgotando a principal fonte de escravo. Tem o inicio da crise da escravidão que era a base de sustentação da economia, faz surgir o colonato e o êxodo urbano, com isso a formação de um novo modo de produção o feudalismo, que ficou marcada por ter sido estamental, hierarquizada e clerical. Uma sociedade fragmentada e sem um poder centralizado e uma economia agrária e por uma relação social de servidão que era legitimada pela igreja católica. Mas as invasões na Europa ocidental continuaram como os árabes, os vinkings, essas invasões e estado de guerra constante nos faz compreender a estrutura política do feudalismo. Com essa fragmentação político-cultural acarretou com vários reinos bárbaros, além da substituição do latim pela mescla de outra línguas. A ruralizaçao se processou devido os saques na área urbana, o comércio se extinguiu assim como a utilização de moedas. Com o intuito de se proteger de agressão externa da se inicio de construção de castelo aos senhores feudais. A falta de mão obra escrava atraia contingentes de trabalhadores para o campo, sob a condição de servos  na terra que lhe eram arrendadas, o movimento dessa população marcava a volta para uma economia rural de subsistência. Ao mesmo tempo ocorria o fortalecimento do cristianismo, vários reinos se converteram a doutrina cristã, destacando-se entre eles o reino Franco.

Tribos Bárbaras da Europa, os Germanos

Em regime de comunidade primitiva viviam as margens do império romano, propriamente dito na Europa, tribos que de modo geral eram divididas em dois grupos étnicos: Germanos e Eslavos, que ao contrario de outras tribos não foram ocupadas pelos romanos e, a desagregação da organização em forma de clãs teve uma maior duração, e os Germanos seguiu um caminho diferente. Autores , principalmente são de grande importância, mas que demonstra um caráter de desprezo por este povo (Germano), por isso é necessário que se tenha uma análise critica desses escritores devido ao sentimento preconceituoso verificado em muitos conceitos de palavras que são usadas com sentido pejorativo e cheias de pudor, como exemplo, “germano”, eram considerados todos os povos que não faziam parte da sociedade esclavista, por isso, era considerado atrasado, selvagem ou bárbaro que etimologicamente vem da palavra grega, que significa “aquele que rosna” ou “que fala uma língua” incompreensível”, isto é, “estrangeiro”, termo estes que influenciaram no imaginário dos gregos e romanos que os olhavam com desprezo.
 Mas seguindo as fontes de autores, estes viviam em territórios onde as condições naturais eram consideradas não propícias à vida, devido: as dificuldades do clima, falta de fertilidade do solo e outros que era um contraste do local mediterrâneo. Um dos autores latinos foi Tácito, que relata a guerra de Roma contra os Germanos, fala sobre os costumes dos Germanos que somado a dados arqueológicos remonta uma idéia mais próxima dessa sociedade em vários campos, seja no social, religioso, cultural e etc,. Fontes escritas e arqueológicas  fala sobre uma agricultura com uso de arado que era puxado por boi já na idade do bronze, o que fica provado que esta atividade não era novidade apesar das fontes de Tácito, que fala sobre praticas não clara principalmente no que se refere ao cultivo de terras incultas e que o comportamento de não sedentarismo onde algumas tribos abandonavam locais após um certo período de cultivo, que é analisada pelo autor que nesse período havia diferentes estágios de evolução de uma tribo para a outra. Há certeza de que uma parte dos Germanos sabia cultivar a terra sem provocar o esgotamento precoce e utilizavam o mesmo terreno por um período prolongado, mas que também devido a instrumentos rudimentar e a procura de solo leve e aumento populacional, refletiu migração destes povos para o império romano.
A habitação desses povos é refletida pelo sedentarismo dos antigos germanos, habitavam em grandes residências de madeiras ou de pedra e que viviam varias famílias, e cada família tinha dezenas de pessoas, e que compartimentos eram reservados para o gado. O habitat dos germânicos dependia das condições naturais. Descobertas de vestígios de aglomerações de casas compridas e igualmente de aglomerações de casas pequenas, e casas isoladas e tribos afastadas. Tácito fala sobre construção subterrânea que estes guardavam provisões em tempos de frios. Os bárbaros não construíam cidades, mas sim paliçadas de madeira ou de terra como estratégia de guerra.
Na pecuária apesar de algumas informações de historiadores como o grego Estrabão, onde esta cultura era sem fundamento devido às condições climáticas, terreno e vegetação que não era favorável, mas que na verdade a pecuária tinha um papel importante para os germanos por ser o seu principal alimento, usado no arado da agricultura e na sua economia natural era usado como moeda tanto em acordos comerciais como pagamento de homicídios e outros delitos. Na economia natural os Germanos, as famílias fabricavam seus instrumentos de trabalho, armas, utensílios domésticos, usavam o ferro como objeto de troca, fabricação de armas, trabalhavam a prata, o cobre e o estanho os instrumentos metálicos estavam restritos. A construção naval e navegação são identificadas através das pinturas rupestres, a tecelagem era uma ocupação feminina, a pratica da olaria era elevado, faziam tingimento de vestuários através dos vegetais e o uso do sal desempenhava um papel importante para o comercio, mas essas atividades eram consideradas sem maior envergadura pela pouca divisão do trabalho, entre artesanato e agricultura que se confundia, um comercio primitivo são provas de que os bárbaros não passavam de uma economia natural. Os clãs eram a única forma de civilização, pois se organizavam politicamente de forma patriarcal, onde viviam multualmente por interesses de se defenderem, se agrupavam dentro de uma mesma linhagem de parente. Cada tribo tinha seu próprio território, e tinham os seus costumes, rituais religiosos e usos e direitos baseados nos costumes, reuniam através de assembléias onde os membros de cada tribos tinham os mesmos direitos, esses direitos eram adquirido quando um jovem chegava a idade adulta. Os Germanos não sabiam o que era propriedade privada de terra, pois viviam do coletivismo onde as terras pertenciam às famílias próximas que cultivavam em comum. Eram comunidades agrárias onde os membros estavam ligados entre si pela propriedade coletiva de terra. Apesar da propriedade privada de terra não existir, mas os instrumentos de trabalhos e escravos já era propriedade pessoal. E certo que a escravidão já existia entre os Germanos, apesar das forças produtivas fossem primitivas aos olhos dos romanos, mas que já existia a exploração do excedente, essa escravatura era diferente das clássicas (Roma e Grécia), e conforme Tácito se parecia com os colonos romanos (eram livres e locavam terras), e não havia castigo severo.
O inicio da desigualdade social foi se acirrando com o desenvolvimento das forças produtivas, a economia se consolidava entre um reservado numero de famílias, algumas famílias se tornaram superior as outras transformadas em nobres e usavam de maior influencia em relação às outras,o aparecimento da escravatura e as guerras constantes começaram gerar desigualdade, essas influencias começou a se exercida na administração popular, antes na comunidade primitiva era permitido um só casamento (monogamia), Tácito, observava que os nobres já praticavam a bigamia, de chefe de tribo passa a ser um poder real, ou seja, poder de Estado (rei), o que era qualificada por Engels, como “democracia militar”. Os Germanos em grande parte do seu tempo se dedicavam para a formação militar tanto para a defesa quanto ataque de outras tribos, onde os prisioneiros eram escravos, os grupamentos eram chamados de séqüito que tinham a sua frente um chefe que gozara de total arbítrio, pois as tropas estavam ao seu dispor e não as tribos e conforme Tácito, no inicio os chefes guerreiros recebiam ofertas voluntárias e com o tempo o tempo os chefes e seus camaradas viviam à custa do trabalho de membros da tribo. Conforme citação do autor, que usa uma afirmação de Engel, que considera o séqüito armado como o “germe da ruína a antiga liberdade popular”. Apesar de não conhecerem a propriedade privada da terra, existia uma aristocracia gentílica que tinha privilegio em relação aos demais, a partilha dos bens (escravos) entre as famílias eram feitos pelos chefes guerreiros que favoreciam algumas categorias segundo (Mérito), os chefes, os anciões tinham esse privilégio. Apesar de todo esse privilégio não havia camada superior, pois quando morria um dos chefes, todo o material que lhe pertencia era colocado ao lado de seu tumulo. Na religião eram politeístas, não construíam templos, mas faziam rituais de sacrifício humano, cada tribo tinha seus deuses. As adivinhadoras eram muito veneradas pelos Germanos.
Os romanos e Germanos ate o final do século I da nossa era, foi evidenciado vários choques. As tribos germânicas se tornaram alvo da política agressiva romana, e que estes povos resistem a anexação do território ao império romano, pelo de não terem se organizado como Estado, mas se aliam e formam confederações militares com a união de varias tribos, já no século I ªc. Houve nesse período a posse de um rei e que posteriormente foi desmembrado pela discórdia.
A relação comercial entre Germanos e Romanos não era totalmente hostil, pois havia um comercio ativo com entreposto comercial que ficava na fronteira entre ambos e a moeda se fazia valer, em áreas afastadas servia apenas de adorno. Os Germanos compravam adornos de metal, ouro, ferro e vidros, armas utensílios e instrumentos de trabalho, os Romanos importavam escravos, gados, sal e peixe.
Os Bárbaros começam a infiltrar-se a partir do Século II e III. No início alguns Imperadores ainda conseguiram impedir as incursões, já no Século III foi ficando difícil, pois a defesa romana foi se fragilizando, as terras férteis e as riquezas do império romano chamam a atenção dos Germanos que se uniam em várias confederações para combater e ocupar esse espaço romano. As escolas de guerra romanas já serviam aos bárbaros no conhecimento de tática de guerra. Os Germanos inverteram a cobrança de impostos e fornecimentos de efetivos armados, sendo assim os imperadores foram obrigados a fazerem acordos de “aliados”, com o abandono das províncias pelos povos romanos que abandonavam suas terras e que eram ocupadas pelos Germanos e este começaram a adaptassem aos costumes romanos adotando a propriedade individual de terra, com isso houve a influência dos costumes bárbaros e romanos entre si, mas conhecido como a romanização dos bárbaros, e ao mesmo tempo a barbarização do Império Romano.
A partir do Século IV e V da era cristã, a ordem social dos Germanos sofreu importantes modificações, a arte Germânica sofre um nível de desenvolvimento alto, a construção naval e navegação também, o aparecimento da escrita (rúnica), e este tinha significado como segredo, pois acreditavam que quem detinha do poder de ler era mágico, os diretos das leis Germânicas que eram codificadas através de costumes populares e estas leis eram as marcas do arcaísmo, herança da comunidade primitiva, onde um homem tinha o seu preço, pois quando morria podia ser pago pela família do assassino por cabeça de bois e outros. A diferença social não existia ainda na propriedade privada de terra, onde a divisão de sociedade era ignorada, mas tinha a divisão dos homens ricos e pobres, a lei Sálica estipulava no caso de um parente não ter condições de pagar (wergeld) por ser demasiadamente pobre, mas que era pago por outro parente mais próximo (abastado).
O arruinamento de uns em consonância do desenvolvimento da propriedade de outro causava a perda do direito de liberdade livre tornando-se escravo ou litas (ocupavam o lugar intermediário entre escravos e livres) e estes eram proibidos a casamento entre litas e homens livres, a sua situação era semelhante, em certo ponto dos camponeses da (idade média). Não tinha importância para a economia Germânica, passando a ter maior importância aos chefes sequitas desempenhando várias funções no campo administrativo, religioso, judicial e militar.
Com influência romana a aristrocacia Germânica começa a explorar os seus companheiros com pagamentos de tributos. Devido as grandes conquistas os Germanos evoluía para um poder de Estado abandonando a organização gentílica  (ABRANSON, A gurevitchVolume

OS REINOS CRISTÃOS DOS FRANCOS
Dinastia Merovingia (481-751)
A partir do século II, os francos vinham pressionando as fronteiras do império do ocidente, ao se estabelecerem na Gália, atual França. A Primeira dinastia dos Francos a merovíngia, deve-se ao nome de Meroveu, herói na batalha de campos catalúnicos contra os hunos de Átila. Mas foi Clovis neto e Meroveu, que através de campanha militares vitoriosas, conquistou na Gália regiões ocupadas por bárbaros, anexando-as ao seu território. Em 496, Clovis converteu-se ao cristianismo, ganhando o apoio do clero e parte do povo da Gália, consolidando a dinastia merovingia. Foi nesse contexto que  se consolidou o processo de feudalização da Europa ocidental, intensificando a ruralização da economia e fortalecendo o poder dos grandes proprietários de terra. Como não se tinha a noção de Estado, bem público, as terras eram dividas constantemente entre o clero e a nobreza, como recompensa por serviços prestados, sendo assim, a partir do século VII, os reis da dinastia merovingia foi perdendo autoridade, ficando sujeito aos senhores feudais. Esses reis ficaram conhecidos como reis indolentes. Nessa época o poder foi se transferindo para os prefeitos (ou mordomos) do palácio que eram os primeiros ministros, destacando-se Carlos Martel.que barrou a expansão mulçumana na Europa, na guerra de poitiers, em 732.

DINASTIA CAROLÍNGIA(751-987)
Em 751, o filho de Carlos Martel,  Pepino, o breve, contando com o fato de ser prefeito e apoio do papa depôs o ultimo soberano merovíngio, iniciando a dinastia carolingea, cujo nome se da ao seu maior expoente Carlos Magno. Como recompensa Pepino, o Breve, apoiou a igreja na luta  contra os lombardos e cedeu ao papa vasto terreno na península itálica. Terreno este conhecido como Patrimônio de São Pedro, este terreno constitui hoje o Vaticano.

IMPÉRIO CAROLÍNGIO(800-887)
Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, assumiu o trono 768, fundando o império carolíngio, período d maior esplendor dos Francos, além de doar terras adquiridas nas guerras de conquistas a nobreza e ao clero, em troca de lealdade, dividiu o trono em condados e marcas. Os administradores dessas áreas eram nomeados pelo imperador e fiscalizados por um corpo de funcionários chamados de missi dominici (emissário do senhor), sempre eram dois recrutados da nobreza, um bispo e outro, nobre leigo ( que não era membro da igreja). Podendo assim Carlos Magno, controlar um vasto território, com suas leis conhecidas como capitulares( primeiras leis escritas do ocidente médio).
O título de o novo imperador do império romano do ocidente foi concedido a Carlos Magno, pelo papa Leão III, no ano de 800. Sendo assim, com essa parceria via a igreja à possibilidade na expansão do cristianismo, e a nobreza coma concepção de império com o fortalecimento do poder no ocidente que havia declinado desde a queda de Roma.
A pesar de Carlos Magno só aprender escrever seu nome na vida adulta, mas este deu grande incentivo à cultura, pois o Latim havia caído em desuso à escrita entrara em decadência, Pepino, o Breve era analfabeto. o renascimento carolíngio foi retomado com a fundação de escolas com base na educação greco-romanica, graças a atuação da igreja que monopolizou a cultura.

O caminho para o feudalismo
As medidas políticas e econômicas tomadas por Carlos Magno, visavam o fortalecimento do poder. Com o passar do tempo essas medidas passaram a ter efeito contrário, minando o poder central e fortalecendo o poder dos nobres locais, abrindo caminho para o feudalismo. Desde a época merovíngia havia uma tradição chamada benefecium, que consistia em doar terras aos nobres que prestassem serviços ao rei, esses nobres eram chamados de vassalos do rei. Com Carlos Magno, estas doações passaram a ser um direito daqueles que prestassem serviço ao imperador. Estes vassalos não se submetiam à autoridade dos condes e dos missi domini. Daí surge os “feudos”, concessões de terras revestidas de poder jurídico e políticos, em troca de poder militar.
Após a morte de Carlos Magno, em 814,  seu filho Luis, o piedoso, que ficou ao poder ate 841. A sucessão de Luis gerou grande disputas entre os netos de Carlos Magno que ficou assim dividido o império:  Lotário, França central;
               Carlos, o calvo, França ocidental;
               Luís, o germânico, França oriental.
Esse acordo ficou conhecido com o tratado de Verdun (843), que previa a divisão do império em três reinos, quebrando a unidade imperial criada por Carlos Magno.
No século X, os senhores feudais já exerciam de fato o poder político tanto na França quanto no reino germânico, nome da França oriental.

O SISTEMA FEUDAL
Toda organização feudal baseava-se no sistema de obrigações de serviços mútuos de caráter obrigatório. Numa relação de suserania e vassalagem, onde o senhor cedia o feudo-direito hereditário em troca de lealdade militar e tributos. Na base dessa hierarquia estava o servo camponês.
Organização Social
1-Clero - membros da igreja, controladores da ideologia cristã. Tinha o caráter de agente ideológico nessa sociedade onde era reproduzido pelos bispos da França: uns oram, outros guerreiam e outros trabalham. A igreja católica exerceu um grande papel pregando o teocentrismo cristão e se tornou a maior instituição medieval, pois agregou poder e riqueza, mas que combatia o comercio, o lucro e a usura. Estavam divididos em:
  • Clero secular: papa bispo, e padres que entravam em contato com á vida mundana;
  • Clero regular: abades e monges. Surgiu em reação do desregramento do clero secular.
2-Nobreza - A descentralização política em função das divisões de feudo e com isso os senhores feudais tinham autonomia própria com pouco poder dos reis, guerras continuas em função das disputas de poder, pois possuir um feudo era um privilegio, além das monarquias feudais. Relações feudo-vassálica, o cargo de nobreza era hereditário, ou seja, ser nobre dependia da descendência. Estas relações entre nobres basearam-se no compromisso de fidelidade pessoal entre eles:
  • Suserano - doava a terra (beneficium) a um nobre em troca de proteção.
  • Vassalo - recebia a terra em troca deveria ser fiel, nas guerras e pagamento de resgate. Essa fidelidade era feita sob forma de cerimonial onde era feito um juramento de fidelidade que o vassalo prestava ao suserano, ajuda(auxilium) e consulta(consilium) mútua
*Cavalaria
A cavalaria foi a grande instituição militar que tinham como base: honra, destreza, lealdade e heroísmo. Importante para a manutenção do sistema feudal, surgiu no encalço da nobreza e tinha o caráter coercitivo diante dos servos, sobretudo nas guerras, pois assim foi importante para a paz. A partir de 1280, para ser cavaleiro não era um privilegio só de nobres mais também de quem tinha poder financeiro, tendo em vista que as indumentárias custavam caro, a base de um cavaleiro estava na qualidade de honra perante os membros da cavalaria da qual esse pertencesse, fidelidade e honestidade.
3-Servos - camponeses presos a terra, obrigados prestar serviços e pagamento de impostos em troca de usar a terra. Com a decadência da mão de obra escrava que era a base de sustentação do modo de produção escravista inicia-se a transformação nas relações de trabalho. Começa o aparecimento dos colonos que da origem ao colonato que mais tarde este colono vai ser o servo que vão estar submetido aos desmandos do senhor feudal e a ideologia da igreja.
* Vilões - pequenos comerciantes livres  que habitavam nas vilas próximas ao feudo.

Divisão do feudo
A agricultura era a atividade básica da economia que preponderava durante a época feudau e envolvia toda a população, direta ou indiretamente. O feudo, a unidade básica de produção do sistema feudal, era praticamente auto-suficiente, produzia tudo ou quase tudo que se tivesse necessidade: leite, madeira, ferro etc,: o que não era produzido no feudo era trocado nos pequenos mercados das aldeias. Os feudos eram divididos em três partes:
  1. Manso Senhorial: ou dependências, uso exclusivo do senhor feudal. Área explorada pelo servo em benefício do senhor
  2. Manso Servil: terras arrendadas aos servos mais que tinham obrigações de taxas
  3. Manso Comunal: terras comuns, bosques, pastos e florestas de uso dos senhores e servos.
As terras cultiváveis obedeciam a um sistema chamado de rotação de cultura que era trienal, onde dois terço da terra era plantado uma cultura diferente e um terço ficava de descanso (posio).

Obrigações Servis
O trabalho na terra estava fundado na servidão, onde os servos usavam a sua força de trabalho, estavam presos a terra e subordinados a uma serie de obrigações de impostos .
1- Corveia: trabalho obrigatório nas terras do senhor (manso senhorial), trabalhavam em média três dias por semana no manso.
2- Talha: porcentagem da produção no manso servil, produtos agrícolas.
3- Banalidade: impostos pagos pela utilização dos equipamentos pertencente ao senhor(moinho, forno, celeiros e etc.).
4- Mão morta: impostos pago pela transferência de um lote de terra de um falecido para o seu herdeiro.
5- Capitação: impostos pagos por todos os indivíduos.
6-  Formariage: taxa paga para se casar.
7- Albergagem: alojamento e produtos para senhores em viagem.
8- Tostão de Pedro: imposto pago para manter a capela

Resistência na sociedade da baixa idade media: Jacqueries.
Os camponeses de modo geral não foram tolerantes com a ordem social determinada ideologicamente pela igreja, por isso promoveram alguns movimentos de resistência como no caso da jacquerie que teve origem na França, em 1358, em Paris liderada por Walter Tyler, nos arredores de Londres, e que generalizou por toda idade média. Os trabalhadores reclamavam porque eram obrigados a exploração da sua força de trabalho em função dos senhores feudais, tendo em vista que todos são oriundos de um único pai e mãe, Adão e Eva.
Inquisição
A igreja católica teve muita dificuldade em manter a sua ordem, com isso para combater  as heresias (idéias ou ações contrarias aos dogmas da igreja) criou o tribunal do Santo Oficio, que tinha como meta: descobrir e julgar os heréticos; punir as heresias (confisco dos bens, excomunhão, tortura ou morte a fogueira); combater os movimentos contrários à ordem social dominante.

A CRISE DO FEUDALISMO
O período que vai do século X ao XV, chamado de baixa idade média, e marcado pelo surgimento de elementos que desencadeiam a decadência do feudalismo. O surto demográfico a partir do século X, a diminuição das invasões que marcaram toda a alta idade média melhorou as condições de vida regularmente, o que ficou comprovado com o índice de natalidade que foi maior que o da mortalidade em toda a Europa. Esse aumento se chocava com o imobilismo feudal que usava a produção de auto-suficiente, devido às limitações de técnicas na lavoura que não era o suficiente na sustentação da população crescente. Além da insegurança de guerra, revoltas, doenças que provocaram a morte de milhares de europeus, como a peste negra, à servidão não era incentivadora de inovações técnicas, já que aumentar a produção era aumentar as taxas.
Muitos camponeses passaram  ao trabalho de artesanato, ferreiro, ourives, pintores, escultores e edificadores que trabalhavam nas construções de igreja a serviço do clero assim como também para os nobres. Algumas inovações técnicas foram introduzidas como o arado de ferro e o uso de moinhos hidráulicos. Buscou-se cultivar terras improdutivas como aterramento de pântanos e a derrubada de florestas, a população continuou a crescer de forma desenfreada. O sistema feudal não  suportava ao aumento populacional, camponeses eram obrigados a saírem das glebas, essa crise não só atingia os servos como também os senhores.
Nobres sem terra, que eram vitimas do Direito da Primogenitura, que dava apenas o direito de terra ao filho mais velho, assim como os títulos paternos, vagavam pela Europa, como cavaleiros andantes. Ofereciam seus trabalhos militares a outros senhores em troca de terra ou de renda, derivadas de cobrança de pedágios em estradas e pontes.
São vários os fatores que vão desencadear o processo de decadência do modo de produção feudal, devido a sua organização social estamental em que não havia mobilidade social pala rígida disciplina que era imposta pelo clero e nobreza que influenciava os servos a não produzir o excedente e a economia era de subsistência,alem de outras, mas para solucionar  o impasse criado no seio do feudalismo, havia duas possibilidades: impedir o crescimento da população ou aumentar a produção de gênero de primeira necessidade. Para aumentar a produtividade era necessário substituir o trabalho servil para o trabalho livre.
Uma das evidencias mais forte da crise do feudalismo foi à marginalização social ocorrida no século XI.
Para aumentar as suas rendas os senhores feudais aumentaram as obrigações servis dos servos tornando-as insuportáveis, com isso provocou revoltas como as jacqueries, alem das fugas dos servos dos feudos que passaram a marginalidade e mendigos. Os cavaleiros sem função passaram a seqüestrar e exigir pedágios, sendo assim, foram incentivados os torneios de cavaleiros medievais, com todos esses problemas o clero e a nobreza desviam essa violência contra os infiéis mulçumanos, que desde o século VIII, controlavam territórios e o comercio no mar mediterrâneo e parte da península ibérica  e lugares considerados sagrados pelos cristãos, assim os reis e a igreja organiza as cruzadas.
As Cruzadas.
Os fatores das cruzadas.
As cruzadas foram à contra-ofensiva da cristandade diante do avanço dos árabes na Europa, ou seja, expedições militares, organizadas pela igreja, com o objetivo de reconquistar o santo sepulcro, em Jerusalém, do domínio mulçumano. Esse avanço já era esperado pelos bizantinos. Os católicos tinham interesses de entrar em território bizantino, dominado pela igreja ortodoxa, criada com o cisma do oriente.
Os milhares de excluídos da estrutura social feudal, foram usados nessas expedições. A espinha dorsal dos exércitos cruzadistas era formado por cavaleiros sem terra, enquanto que o grosso da tropa estava a pé era constituído por antigos servos, além de grande quantidade de mulheres, crianças e idosos que seguiam as cruzadas, a fazerem peregrinação aos locais sagrados. Outro interesse, enriquecimento dos participantes na conquista de terras, além de que a igreja prometia salvação eterna aos fieis que combatessem os muçulmanos.
Em 1095, o papa Urbano II, que estava no exílio enquanto o antipapa estava em Roma, querendo demonstrar força convoca todos em um discurso inflamado no Concílio de Clermont, conclamando os cristãos a ingressarem nas expedições cruzadistas rumo ao oriente. Do século XI ao XIII, foram oito expedições que partiram da Europa. A primeira cruzada, foi liderada por Pedro, o eremita, mais conhecida como cruzada dos mendigos, foi totalmente destruída, os chefes cruzados fundaram no oriente médio uma série de Estado cristãos nos moldes do sistema feudal. Afastados do ocidente e rivalidades entre cristãos, aos poucos os cruzados foram perdendo as posições que haviam conquistado. Os mulçumanos reconquistaram Jerusalém e passaram a ameaçar os Estados cristãos.

Repercussões das cruzadas no ocidente
Dentro desse quadro cruzadista, houve o estreitamento comercial entre ocidente e oriente isso levou o renascimento da economia urbana ocidental, com base na moeda e o surgimento de uma classe de comerciantes com espírito de lucro. Era o pré-capitalismo que aparecia.

Origem do comercio e as cidades
Com a peregrinação dessa camada da sociedade que não tinha rumo buscando a terra prometida(Jerusalém), formaram-se nesses caminhos feiras e abrigos, com isso suje o mercador, importando mercadorias como especiarias e tecidos finos que vendiam ao redor dos castelos e mosteiros, que por diversas vezes tinham proteção dos senhores feudais em troca de pagamento de tributos para passarem pelas pontes e estradas construídas dentro dos feudos. Essas paradas ao redor da dos muros foram se formando feiras para as trocas e paulatinamente se transformaram em burgos que foram as primeiras organizações de cidades urbanas. Ali os mercadores armavam as sua tendas para fazer as suas vendas, os artesãos fabricavam as suas peças, os cambistas faziam as trocas de moedas. O crescimento dessas cidades eram feitas de formas desordenadas, falta de uma estrutura de saneamento básico, péssima higienização, que acabava provocando epidemias que provocava a dizimação da população.
A formação da comunidade urbana
Os atersaos e comerciantes foram os primeiros a formarem essa nova composição social, havia outras camadas como a nobreza e membros do clero e antigos camponeses que saíram do campo em busca de melhore condições de vida. Em alguns casos a nobreza se interessou pelas atividades mercantis e estimulou os burgos em seu território, mas por interesse de impostos, mas em geral os nobres.