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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESCOLA DE FRANKFURT

Uma teoria critica contra a opressão social
A Escola de Frankfurt é a mesma histórico-institucional para Teoria Crítica Social. O que mais tarde faria, a escola começou de facto como uma escola, fundada em 1923 na Universidade de Frankfurt, mas independente desta: o Istitut für Sozialforschung. A maioria dos fundadores era constituída por filhos assimilados de famílias judias da classe média alemã. Concebido por Felix Weil, Horkheimer e Pollock, a Escola de Frankfurt corporizaria uma das configurações paradigmáticas do chamado Marxismo Ocidental (Anderson, 1972, Merquior, 19872).
Entre os nomes mais conhecidos da Escola contam-se Horkheimer, Adorno, Marcuse, Fromm, Lowenthal para a primeira geração; Habermas, Wellmer e Apel, para a segunda. Não tendo pertencido de facto à Escola, não devem esquecer-se Benjamin e Kracauer. Durante a guerra, a Escola emigraria para os Estados Unidos, repartindo-se por Nova Iorque e por Los Angeles. O retorno à Alemanha só se produziria por 1950. O autor Pecora (1997) identifica cinco motivos que dariam especial consistência à Teoria Crítica desenvolvida pela primeira geração: 1) Reinterpretação do marxismo a partir da rejeição das suas concretizações dogmáticas: totalização simples da história, relações de espelhismo mecânico entre infra-estrutura e super-estrutura, centralidade da luta de classes e posicionamento providencial do proletariado como sujeito da história. 2) Rejeição do "intelectual flutuante" de Manheim e de concepções afins, sobretudo no campo da sociologia. A teoria deve ser "crítica", historicizada e comprometida, por isso que a neutralidade científica não seria senão adaptabilidade prática às condições sociais existentes tidas por inaceitáveis. 3) Investigação das condições socio-psíquicas de enraizamento e subsistência do autoritarismo e da hegemonia social. 4) Crítica radical do Iluminismo enquanto triunfo da razão instrumental. 5) Postulação da estética como lugar privilegiado de exercício da Teoria Crítica.
Seus principais teóricos: Theodor Adorno, Marx Hokheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jurmmgen Habermas, alem de Erich Fromm (1900-1980).psicanalista teuto-americano.
Apesar de haver grandes diferenças de pensamento entre esses autores, a preocupação comum eram os estudos dos variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo. Então investigavam no campo da economia, psicologia, sociologia e antropologia. Os pontos de partidas deste foram Karl Marx, teoria freudiana, alem de Hegel, Kant e Marx Weber.
A Escola de Frankfurt concentrou seu interesse na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.

Adorno e Horkheimer razão instrumental e massificação.
Na análise da sociedade de massa, que se desdobra em vários aspectos, um tema muito presente é a crítica da razão.
De acordo com Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1906-1969), a razão iluminista, que visava a emancipação dos indivíduos e o progresso social, terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial.
Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão controladora e instrumental, que busca sempre a dominação, tanto da natureza quanto do próprio ser humano.
Horkheimer em 1946, escreveu: “enquanto o conhecimento técnico expande o horizonte da atividade e do pensamento humano, a autonomia do homem enquanto individuo, a sua capacidade de se opor a resistência ao crescente mecanismo de manipulação de massas, o seu poder de imaginação e o seu juízo independente sofreram uma redução. O avanço dos recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização”.
Horkheimer e Adorno em um texto - “A dialética do esclarecimento” de 1947, estes fazem criticas ao iluminismo que estimulou o desenvolvimento dessa razão controladora e instrumental da sociedade contemporânea. Denunciam o desencantamento do mundo, a deturpação das consciências individuais, a assimilação dos indivíduos ao sistema social dominante.
Horkheimer e Adorno denunciaram a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Se denúncias semelhantes já haviam sido feitas no campo do marxismo, o que há de característico nos filósofos da Escola de Frankfurt é a desesperança em relação à possibilidade de transformação dessa realidade social.
Essa desesperança se deveria ao diagnóstico da ausência de consciência revolucionária no proletariado, que teria sido assimilado, absorvido pelo sistema capitalista, seja pelas conquistas trabalhistas alcançadas, seja pela alienação de suas consciências, promovida pela indústria cultural (termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão de massa, veiculada pela televisão, cinema, rádio, revistas, jornais, músicas, propagandas etc. Através da indústria cultural e da diversão se obteria a homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas.
Por falta de perspectiva social fez Adorno se refugiar na teoria estética, por entender que o campo a arte é o único reduto autentico a razão emancipatoria e da critica à opressão social.

BENJAMIN - arte como instrumento de politização.
“não há messias enviado do deu. Somos nos mesmo o messias;cada geração possui uma parcela de poder messiânico e deve esforçar por exercela”
Walter Benjamin (1892-1940) se distingue de Adorno e Horkheimer por uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural.
Em seu texto A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução, ele se mostra esperançoso com a possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de reprodução, se torne acessível a todos.
Enquanto, na visão de Adorno e Horkheimer, a cultura veiculada pelos meios de comunicação de massa não permite que as classes assalariadas assumam uma posição crítica em relação à realidade, Benjamin acredita que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização.
Além disso, desenvolveu reflexões nas quais buscou conciliar a teoria marxista com a tradição judaica, dando origem a um pensamento de difícil penetração, ainda que de grande beleza literária.

MARCUSE - pelo princípio do prazer.
“existe um tempo para falar e um tempo para agir; e esses tempos são definidos (marcados) pela constelação social concretas de forças”
Herbert Marcuse (1898-1979) desenvolveu uma obra marcada significamente pelas teorias freudiana e marxista. Em Eros e civilização, retomou o tema desenvolvido por Freud da necessidade de repressão dos instintos para a manutenção e o desenvolvimento da civilização.
De acordo com Freud, a história social do homem é a história de sua repressão, do combate ao livre prazer em prol do trabalho, do adiantamento do princípio do prazer para atender ao princípio da realidade. Sem essa renúncia, a vida social seria impossível.
Marcuse considera que Freud tem razão em diagnosticar esse fato. Porém discorda do fundador da psicanálise quando este apresenta essa situação como algo eterno, ou seja, que é impossível uma civilização não-repressiva.
Marcuse apontou que a possibilidade de uma civilização menos repressiva pode surgir do próprio desenvolvimento tecnológico, que criaria condições para a libertação em relação à obrigação do trabalho e a conseqüente ampliação do tempo livre.
No entanto, isso não se dará, sem a intervenção do ser humano para reorientar o rumo da trajetória histórica possibilitada por esse desenvolvimento.

HABERMAS - a teoria da ação comunicativa.
Dentre os teóricos da Escola de Frankfurt, o que maior influência exerce atualmente é Jürgen Habermas (1929-). Ele discorda de Adorno e Horkheimer no que se refere aos conceitos centrais da análise realizada por esses dois filósofos: razão, verdade e democracia.
De acordo com Habermas, a posição de Adorno e Horkheimer quanto a emancipação da razão é perigosa, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em conseqüência, da razão, que levaria ao irracionalismo.
Em seu artigo “Modernidade versus pós-modernidade”, ele enfatiza esse ponto, afirmando, contra a tendência ao irracionalismo presente na chamada filosofia pós-moderna, que “o projeto da modernidade ainda não foi cumprido”, Ou seja, que o potencial para a racionalização do mundo ainda não está esgotado. Por isso Habermas costuma ser descrito como “o último grande racionalista”.
Ação comunicativa e verdade intersubjetiva.
Habermas propõe como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge da chamada ação comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir o consenso. Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas capazes de promover as condições de liberdade e de não-constrangimento imprescindíveis ao diálogo.
O conceito de verdade também se modifica em função em função dessa Nova perspectiva. Habermas propõe o entendimento da verdade não mas como uma adequação da pensamento a realidade, mas como fruto da comunicação comunicativa; não como verdade subjetiva, mas como intersubjetiva (entre sujeitos diversos), assim se se aplicam algumas regras: não contradição, clareza de argumentação e a falta de constrangimento de ordem social.
Razão ou verdade deixam de ser conteúdo ou valores absolutos e passam a ser definidos como consensualmente e essa validade será tanto maior ou melhor quanto for o dilogo, o que se consegue com a democracia.
O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada por ele à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar “salvar” a razão, que teria chegado a um beco sem saída. Assim, se o mundo contemporâneo é regido pela razão instrumental conforme denunciaram os filósofos que o antecederam na Escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.

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