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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

sábado, 7 de maio de 2011

TECNOBREGA E APARELHAGEM

Na quarta feira, 02-2011, o deputado Carlos Bordalo do PT, Pará, aprovou na Assembléia Legislativa do Pará o projeto que declara o tecnobrega e as aparelhagens sonoras como Patrimônio Cultural e Artístico do Pará. Bordalo declarou que a intenção é acabar com o preconceito contra a cultura popular e as pessoas de baixa renda e as aparelhagens são queridas por todas as faixas sociais, mas que há muita discriminação. O propósito e valorizar o que é do Pará, para que não haja apropriação de outras pessoas de outros estados a cultura regional. Este seguimento gera emprego e renda para os criadores e produtores culturais desse ritmo.
O Texto confirma que o ritmo tecnobrega é uma marca do Pará, e que tem artistas que são destaques nacionalmente, chamando a atenção de gravadora como a Som Livre lançou o DVD “TecnoMelody Brasil”. Representantes das aparelhagens e o presidente da Associação dos Proprietários de Aparelhagens Sonoras do Estado do Pará (Apasepa), Manoel Machado, acompanharam. As aparelhagens e o tecnobrega já são verdadeiras cadeias produtivas no estado. Afirmou Valéria Paiva, vocalista da Banda Fruto Sensual, definiu que o tecnomelody é do Pará
O deputado Bordalo: - além de valorizar a cultura do Estado, também potencializará ações sócio-educativas a recuperação da história dessas aparelhagens. E solicitará ao governador Jatene a possibilidade de garantir a este setor benefícios tributários.
A reação do governador Simão Jatene que decidiu vetar integralmente o Projeto de Lei nº 130/08, que declara como patrimônio cultural e artístico do Estado do Pará o ritmo tecnobrega, as aparelhagens de som e seus símbolos. O projeto, de 16 de março de 2011, foi apresentado pelo deputado Carlos Bordalo (PT) e aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado
Mesmo admitindo a relevância à proteção ao tecnobrega como ritmo musical exclusivo do Pará, onde foi criado e repercute cultural e artisticamente, o governador alegou que “o mesmo não se pode afirmar quanto às aparelhagens de som e seus símbolos, os quais não passam de meio material da divulgação do ritmo em questão, que não detém significação cultural ou artística, mas meramente técnica (sem qualquer inovação tecnológica) e comercial (os símbolos, marcas de propaganda)”.
O governador explicou que o projeto só foi barrado integralmente por tratar do tecnobrega apenas em um artigo. “Assim, como o cerne da lei aprovada é um só artigo (o 1º), onde se constitui a proteção artística cultural para o ritmo (até esse ponto constitucional), se a redação dele fosse até aí, não estaria contaminado pela inconstitucionalidade. Mas, ao estendê-la para o meio sonoro e marcas de divulgação do ritmo, foge do conceito destinado à proteção cultural e artística imaterial. Então, acaba por torná-la inconstitucional em seu todo
E claro que o governador iria arranjar argumentos para não aprovar esse projeto, além de não fortalecer a oposição. O governador tem clareza as seqüelas que este conjunto (tecnobrega e aparelhagem) causam. Pois se tratando de um artista este executivo, também não seria cúmplice de um equivoco, apesar de que quase todos empresários de aparelhagem e artistas do seguimento musical o apoiaram na campanha.
Mas o fato é que independente dos motivos que levaram o governador a não deferir o projeto e que foi um ato acertado, pois o tecnobrega independentemente de ser legitimado ou não pelo poder oficial do Estado como patrimônio artístico cultural, mas é claro ninguém pode negar que este estilo e as aparelhagem são fenômenos e que de fato a população se apropriou. Portanto ele já é um patrimônio artístico cultural.
Com a revolução tecnológica as celebridades artísticas se popularizaram, e se desmistificaram com a aproximação destes com o publico, além da duração efêmera, tanto dos artistas como de músicas que são bombardeadas diariamente com novas versões, graças a software que facilita a produção artística com poucos investimentos financeiros.
A estratégia para conseguir um momento glamour é criar uma letra sem muitas palavras e que não exija muito raciocínio e que promova uma das aparelhagens ou um dos DJs ou de um dos fãs clubes, e associar a um ritmo musical do passado internacional e os arranjos musicais são todos computadorizados. Pronto, agora é só jogar em dos Sites de busca musical e torcer que caia no gosto da galera, ou quem sabe aparecer um “maiko do Mosqueiro” que venha chamar a atenção de um dos programas de televisão nacional nos fins de semana e virar uma celebridade pública musical e se tornar um exemplo a ser seguido por outros.
Vamos fomentar o musical paraense como cultura de base dentro das escolas ou através de entidades sociais para que não nos tornemos apenas reprodutores de plágios musicas. É lindo a musicalidade com instrumentos exóticos feitos a partir de matéria prima como flauta de bambu, instrumentos de percussão de oco pau, instrumentos de cordas de cipós, etc.
A poesia deve ser incentivada dentro de uma linha histórico-social de nosso povo para que a música seja um instrumento do despertamento político social, e que os nossos jovens não sejam alienados ao transe psicótico dos efeitos dos altos graus de decibéis que essas aparelhagens influenciam, principalmente nos estudantes.
Por fim, façamos uma pesquisa dos resultados dos equívocos que algumas letras com duplos sentidos, mas com cunhos pejorativos e deturpados causam, exemplo: “é na segunda feira ‘pop’ (pó)...” ; “ela ta bêbada doida..,” ; “são amores, amores que matam, pê Pê pê…”; “chapeuzinho onde você vai, diz ai que eu vou atrás…” ; vou te comer, vou te comer…”. Além de outras e outras. Como faz falta músicas criticas da década de 80, como Cazuza, Engenheiro de Hawaíi, Geraldo Vandré, além de outros contextos como Peninha, Chico Buarque, Caetano Veloso, Chico science, etc. E, é claro, Eloi Iglesias, Verequete, Mestre Vieira…
Vamos unir o sopro sagrado que é inato ao artista com os conceitos históricos para que nossas músicas sirvam de resistências as baladas e instrumentos tecnológicos que servem mais como cultura de massa que cada vez diminuem a sensibilidade sonora e poética, além de aumentar o envolvimento de nossos jovens com drogas lícitas ou ilícitas. Infelizmente algumas aparelhagens são ligadas ou patrocinadas por pessoas ou grupos escusos.
Essa é a realidade. Minha intenção não é generalizar, mas provocar para tal situação e que os efeitos são mais degenerativos do que positivos, além de que este binômio (tecnobrega e aparelhagem) é instrumento de consumismo, como apropria musica insinua: “sou da galera da gelada...”. Fora isso, perfeito. Ai sim, unidos, o povo do Pará defenderá as aparelhagens e o tecnobrega, como marca cultural e os educadores poderão usar suas letras nas salas de aulas.
Não podemos calar diante desse equívoco.

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