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Belem, PARÁ, Brazil
Graduado em Historia.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

ESCOLAS: EMAÚS – TEN. REGO BARROS.


A rede globo, através do jornal Nacional fez uma série de reportagem sobre a educação no Brasil, e no dia 20/05/2011 a visita foi no Estado do Pará mais propriamente em Belém. A Blitz da educação visitou duas escolas, a primeira foi a Escola Tenente Rego Barros, pelo bom aproveitamento no IDEB, com nota 6,9, salários dos professores de 2.470 a 7.000 reais,  segunda foi a Escola do EMAUS, situada no Bairro do Bengui que teve o pior aproveitamento no IDEB 1,4. Salário base do professor 1.090 reais. São vários os motivos para os reais motivos que as duas diferem, na primeira Tem. Rego Barros, educação que adere alunos de filhos de militar da Aeronáutica e os professores da união com salários altos. Na escola do EMAUS, fundada no início da década de 80 com a vanguarda de Padre Bruno, seus professores são todos da rede pública estadual com salários abaixo da Escola Rego Barros.
QUAL O MOTIVO DESTE DISPARATE?

Na transferência da corte portuguesa para o Brasil foram criadas varias instituições públicas para atender as necessidades de parentes e amigos da família real como bancos, bibliotecas, escolas, faculdades e etc. Este fato tem início em 1808, com direito divino de governar, mandar, distribui favores e privilégios, mas sem ter dinheiro. Uma colônia mais rica do que a metrópole, mas que não tinha educação e sem traços finos de nobreza. D. João precisava de apoio financeiro para implantar este projeto, para isso distribuiu honrarias e título de nobreza a uma elite interna em troca de dinheiro para iniciar e fazer manutenção do seu projeto de “marajá”. A maioria destes patrocinadores foram traficantes de escravos, portanto os primeiros institutos de ensino no Brasil foi sustentado pelo sistema escravista.
A montagem de uma rede de educação no Brasil é muito recente, primeiramente controlada pelos jesuítas no período da colônia, limitando apenas as educações elementares, não existiam centros de pesquisas. Então o rei estabelece no Brasil, instituições centralizadoras que reproduzissem o modelo português. Então os primeiros centros de estudos no Brasil, eram um espelho ou uma extensão dependente da corte portuguesa. Em um curto período (entre 1808 e 1810), o Governo Português fundou a Real Academia Naval e da Academia Militar Real (ambas as escolas militares), a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Escola de Medicina da Bahia, e a Escola de Medicina do Rio de Janeiro (Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Este processo sequência com D. Pedro I, após a independência em 1822 cria  escola de direito, cinco anos após rompimento com Portugal, para a criação de uma elite nacional que tinha como meta, criar um código para a desvinculação da tutela colonial. Criam-se os IHGB, institutos históricos geográficos do Brasil em 1838 no Rio de Janeiro com relação oligárquica.      
O fato que com a transferência da coroa para a colônia começa as primeiras instituições no Brasil, como a instalação dos primeiros estabelecimentos de caráter cultural.   
ESCOLA PAES DE CARVALHO
No Estado do Pará, temos algumas escolas centenárias como a primeira escola pública, Paes de Carvalho, Fundado pelo então presidente da província do Pará: Bernardo de Sousa Franco, no dia 28 de julho de 1841, com denominação de Liceu Paraense. É a instituição pública de ensino mais antiga em funcionamento do Estado do Pará, Com 182 anos de história, formou os principais nomes da história da capital e do estado do Pará.
Cito:
Jarbas Passarinho Governador do Pará (1964 a 1966), Ministro do Trabalho e Previdência Social (1967 a 1969), Ministro da Educação (1969 a 1974), Senador da República (1967 a 1983 e 1987 a 1995), Presidente do Senado Federal (1981 a 1983), Ministro da Previdência Social (1983 a 1985) e Ministro da Justiça (1990 a 1992). 
Simão Jatene Governador do Pará (2003 a 2007). Wilton de Queirós Ex-secretário Estadual de Educação do Pará e do Acre, Ex-Secretário de Educação do Município de Belém, Ex-vice-diretor e Ex-Diretor do CEPC. Irawaldyr Walder Morais da Rocha Ex-presidente do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, Ex-vereador de Belém e ex-vice-prefeito de Belém. Manuel Viegas Campbell Primeiro reitor da UEPA, ex-assessor especial da Previdência do Conselho Estadual de Educação. Inocêncio Coelho ex-Procurador Geral da República. Zacharias de Assumpção Governador do Pará (1945 e 1951 a 1956). 
Jader Barbalho Vereador de Belém (1967 a 1971), Deputado Estadual (1971 a 1975), Deputado Federal (1975 a 1983), Governador do Pará (1983 a 1987/1991 a 1994), Ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário (1987-1988), Ministro da Previdência Social (1988 a 1990), Senador da República (1995 a 2001) e Presidente do Senado Federal do Brasil (2001).  
Alacid Nunes Governador do Pará (1966 a 1971 e 1979 a 1983). Aloysio Chaves Advogado Dionísio Bentes Governador do Pará (1925 a 1929). Enéas Martins Ministro das Relações Exteriores do Brasil (1912). Gaspar Viana Médico patologista, cientista e professor brasileiro, autor de importantes e decisivas pesquisas sobre a doença de Chagas e sobre a leishmaniose tegumentar cutânea (úlcera de Bauru). Nascido em Belém do Pará, em 11 de maio de 1885, falecido no Rio de Janeiro, em 14 de junho de 1914. Lauro Sodré Governador do Pará (1891 a 1897) e (1917 a 1921). Justo Chermont Governador do Pará (1889 a 1891), Ministro das Relações Exteriores (1891) e membro da Junta Governativa Paraense (1889). Dalcídio Jurandir Escritor e jornalista paraense, agraciado em 1972 pela Academia Brasileira de Letras com o prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra (nascido em Ponta de Pedras, Ilha do Marajó, 10 de janeiro de 1909 - falecido no Rio de Janeiro, 16 de junho de 1979) Fernando Guilhon Governador do Pará. Aurélio do Carmo Governador do Pará. Augusto Montenegro Governador do Pará (1901 a 1909). Antônio Emiliano de Sousa Castro Ex-governador do Pará (1921 a 1925). Clóvis Morais Rego Governador do Pará. Magalhães Barata Governador do Pará (1930 a 1935 de 1943 a 1945 e 1956 a 1959). Visconde de Sousa Franco Deputado geral e Presidente da província do Pará de 1839 a 1840 e de 1841 (Ano de fundação do Liceu Paraense) a 1842, presidente da província de Alagoas (1844), Ministro da Fazenda (1848 e 1857/1858), Ministro das Relações Exteriores (1848) e presidente da província do Rio de Janeiro (1864/1865). José Carneiro da Gama Malcher Governador do Pará (1935 a 1943). Aluísio da Costa Chaves.
IEP
A segunda mais antiga e centenária é o Instituto de Educação do Pará - IEP - foi fundado pela lei 669, de 13 de abril de 1871, assinada pelo então presidente da Província do Pará, Joaquim Pires Machado Portela, com o nome de Escola Normal do Pará, denominação alterada em 1947 para Instituto de Educação do Pará, mantido até recentemente, quando nova legislação incluiu a denominação indicativa de escola mantida pelo Estado.
COLÉGIO LAURO SODRÉ
O Colégio Lauro Sodré é a terceira escola pública mais antiga de Belém, criada em 31 de outubro de 1870 como Instituto Paraense de Educandos Artífices. Seu funcionamento começou em 3 de junho de 1872. A escolha do nome aconteceu em homenagem ao ilustre Dr. Lauro Sodré, que foi senador da República e duas vezes governador do estado do Pará.
A criação de um Instituto de educandos de Belém pelo Presidente da Provincia do Grão Pará João Alfredo Correa de Oliveira foi concretizada pelo seu sucessor Dr.Abel Graça, que em 31 de Outubro de 1870 criou o Instituto Paraense de Educandos Artífices.
COLÉGIO GENTIL BITTENCOURT
 A exceção desses colégios centenários público é o colégio Gentil Bittencourt, fruto do auge da borracha na Amazônia. Foi fundado pelo 7º bispo Dom Manuel de Almeida Carvalho em 10 de junho de 1804. Reformado pelo então governador Augusto Montenegro em 10 de junho de 1904 e dado à administração das irmãs italianas Filhas de Sant'Ana, o internato era previsto apenas para mulheres. É o prédio educacional mais antigo do Brasil em funcionamento, com 207 anos. O construtor Dr. Felinto Santoro, arquiteto italiano foi o responsável pelo início das atividades do Colégio. Em 02 de novembro de 1851, com a promulgação da Lei 205. O governo se responsabilizou pela manutenção do asilo com a denominação de “Colégio Nossa Senhora do Amparo”, em 1865 o presidente da província Dr. José Paes de Carvalho decretou a mudança da denominação Colégio Nossa Senhora do Amparo para o de “Instituto Gentil Bittencourt” em homenagem ao Dr. Gentil Augusto de Morais Bittencourt em serviços prestados a causa pública no cargo de vice-governador. É uma instituição educativa, privada, confessionalmente católica, institucionalmente apolítica.

 EDUCAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ
O Estado do Pará não diferencia dos demais estados brasileiro as instituições públicas de educação são criadas para a formação de uma elite intelectual selecta, portanto a grande maioria da população ficava fora deste sistema. Pois estes eram selecionados para exercerem cargos políticos para comporem o estado, então estes eleitos por premiação parentesca ou motivos econômicos, eram os privilegiados. A confirmação deste fato é só observar na relação dos estudantes “ilustres” que passaram no colégio mais antigo do estado do Pará, Paes de Carvalho. Mas é bom lembrar que a maioria dos citados são personagens republicanas.
Os exemplos mostram que não temos monarquistas, mas sem dúvida o interesse era a reprodução de modelo que deveria ser construído. Mas para o debate o que importa é que esses órgãos culturais públicos tinham todo o aparato financial do estado pelo fato de que havia uma elite que tinha interesse e que seus filhos fossem formados nessas escolas. Então essas escolas eram apenas para a elite, o que comprova que o discurso de que escola pública já foi melhor é pífia. Pois escola pública não atendia filhos da classe operária, mas sim da elite.

 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO E REPUBLICANO
A educação superior no Pará ela vai ter seu inicio só a partir de D. Pedro II, com a “Era dos Museus”, com o Museu Emílio Goeldi, fundado em 1866, este tinha como principal fonte de estudo o próprio homem amazônida, ou seja, o pobre era apenas objeto de laboratório, para comprovar se este era ou não de raça inferior acompanhando o cientificismo europeu e sulista enquanto a elite usava este museu para seu benefício próprio.    
Várias dessas instituições de ensino público foram criadas em períodos já republicanos, mas que tinham as mesmas conotações, viabilizar a formação de personagens administradores na condução do estado forjado. Alem de que seus prédios serviam de símbolos arquitetônicos, apologético do sistema vigente como exemplo “Deodoro de Mendonça”.
EDUCAÇÃO NA DITADURA
Na fase da ditadura militar exemplificaremos como a Escola Pedro Amazonas Pedroso, prédio que cultua o personagem de médico militar do exército brasileiro. Os padrões morais dessas escolas nesse contexto são emblemáticos para a condução da ideologia “verde oliva” que dedicaram a pedagogia de nação estado e cidadão patriota Não é por acaso que o nome de professor é trocado intencionalmente para “Tio”, com objetivo de atrair a ingenuidade dos alunos que resumiam todas as informações dos pais em reuniões na sua casa. Portanto, os professores mais do que disfarçados dissimulavam uma boa relação com estes alunos para tirar informações que viessem a servir para o aparelho repressor do estado.
Outro fato era o próprio compromisso do governo ditador com as elites, no entanto as escolas públicas eram mantidas em excelentes condições de atendimentos para este público alvo, mas só algumas escolas, principalmente as que estavam em bairros central, e nos principais corredores da cidade, as escolas da periferias eram ignoradas. Uma prova dessa realidade de educação excludente era as provas de seleção aplicada para a entrada de alunos.
 EDUCAÇÃO PRIVADA
Com o final da ditadura a educação inicia um processo mais abrangente de privatização, com exceção da escola Gentil Bittencourt que é uma escola centenária, mas de iniciativa privada.  As greves, falta de investimentos, sucateamento, desinteresses de professores em trabalhar, conteúdos que não acompanham as instituições superiores na elaboração de provas seletivas, pais que mandam seus filhos a escolas apenas no interesses da escola substituir a casa pela ausência de alimentos, violência como o bulling, a imprensa cada vez mais usando a educação como produto de venda de informações negativa porque se fosse positiva não venderia o produto, em fim, são  uma série de fatores que favorecem a degradação que só acelera o processo de falência do serviço público de educação no Brasil.
Mas afinam porque isso? Será que é só corrupção que é um câncer social ou é a falta de interesse do Estado? Mas quem é esse Estado? O estado não é o conjunto de indivíduos que se mantém em consonância de união, através do contrato social. Não vivemos em uma democracia? E qual a democracia que vivemos? Democracia sem liberdade ou liberdade sem democracia? O poder econômico corrompe o homem pelos seus vícios de desejos como alguns que estão dentro do processo eleitoral e que ainda são remanescentes desta filosofia educacional aplicada no Brasil ainda na monarquia em que preparava uma elite selecta para assumir os cargos burocráticos do estado, e repassados aos seus filhos e netos que ainda herdam esses privilégios e que ainda querem    as honrarias e títulos de “nobrezas” do estado.
Outra corrupção do poder econômico é a necessidade que provoca o clientelismo e o assistencialismo, instrumentos usados no império romano, mas que ainda permeia em nossos dias. Pobres que nunca foram e nem serão privilegiados pelo sistema de educação são usados pela indústria da educação que as “elites dos desejos” se promovem, através de BOLSA ESCOLA, “PROJOVEM”, e a merenda escolar é a manutenção cotidiana de manter estes nessa indústria, pois como já disse Maquiavel – “O Príncipe”: “Nunca contemple tudo a um súdito, mantenha-o por parte”.   
É claro que políticas como bolsa escola e Projovem, foram importantes para aquecer o mercado, mas manter já é intencional. Unindo os dois grupos: elite do desejo e a dos necessitados se forma um par perfeito para a cumplicidade da educação charlatã. Os sistemas de governos não passam de um dia para a noite, assim como os modelos econômicos, vivemos no modelo econômico capitalista e na certeza de seu início, as contradições da educação pública se comprovam com sua falência que são o germe da educação privada. As responsabilidades deste cenário de educação pública detonada não é apenas de um ou de outro, mas do sistema em que vivemos. A sociedade reage aos grandes encargos para a manutenção da maquina estatal que por si só não contempla as necessidades básicas da população, como educação, um aluno da rede pública custa muito mais que um aluno da rede privada se considerando em per capita. As burocracias são correntes imaleáveis para a reformas dos equipamentos escolar, mas quando se afrouxa aparecem os oportunistas que se prevalecem da desestatização do estado. O estado como disse Tomas Hobbs é um grande monstro que vem sucumbindo pelas idéias “smithiana” de que o estado deverá cada vez menos intervir na economia  para livre concorrência de mercado.
O estado não deve ser um concorrente, mas sim um ente regulamentador, fiscalizador e intermediador. A escola do Emaus fora criada na década de 80, com base na pedagogia libertária pelo então Padre Bruno, com recursos estrangeiros. Seus professores na maioria eram leigos com formação apenas secundária (magistério) que era o pré requisito necessário para exercer a função de professor em concurso público para o ensino fundamental, reflexo das poucas vagas nas universidades públicas ou privadas no Estado do Pará, parque não disponibilizava vagas de licenciatura para contemplar a necessidade das escolas, além de uma legislação caduca (piagetiana) que foi rendida pela LDB (vigotiskyana). O Emaús era um projeto mais assistencial do que propriamente educacional, mas a necessidade das escolas em se adequarem a década da educação forçou os professores a se formarem em licenciaturas com formação superior.
As instituições superiores privadas surgem para atender essa demanda, baixo custos com formação duvidosas são colocados ao público. Uma enxurrada de professores licenciados que formam um exercito de reserva no mercado a procura de vagas, agora são as escolas públicas é que não tem como contemplar a todos estes professores. Então se cria o fenômeno da educação privada para a educação de base. Centenas de escolas de pequenos portes são “inventadas”, principalmente nas periferias com baixa mensalidade e assim refletindo na péssima qualidade da educação e irrisórios salários de professores que recebem valores insignificantes que o SIMPRO (sindicato dos professores) da rede privada autoriza.
Este fenômeno de escola periférica contribui para a falência de escolas privadas tradicionais, mas é este o diagnóstico inicial da livre concorrência de mercado e que vai se estabilizar em médio ou longo prazo.
Enquanto não se estabiliza, os novos professores que apesar de se formarem em institutos privados superior, mas sabem dessa crise natural de transição da educação pública para privada e preferem ingressar como educador na rede pública  e como essa fase é apenas um divisor de água, vários desses neófitos educadores se comportam como funcionários públicos, ou seja, se acomodam, não como intenção, é pela própria característica do sistema que exige ações imediatas, e o poder público agi de forma lenta pela gestão burocrática que é o modelo tradicional   de administração pública. Enquanto que na gestão privada prevalece a gerencial (estímulo e resposta) mercado competitivo.
Em si, podemos afirmar que a escola do Emaús é o a comprovação deste diagnóstico que reflete a transição da educação pública para a privada e isto não cabe responsabilizar ou culpar ninguém, mas sim interpretar o modelo econômico, pois vários equipamentos de educação escolar publico, se ainda funciona é porque  não há uma totalidade de mudança e comportamento de um modelo para outro (feudal – capitalista) como se fosse fatos encaixotados, pois o próprio texto acima afirma que ainda há resíduos do sistema de educação que permeiam em nosso contexto como privilégio em certos setores como na Escola Tenente Rego Barros que ainda serve de elementos de conservação ideológica de uma elite militar.
Portanto, todos os aspectos de uma educação norteadora para a formação de uma elite tradicionalmente preparada para desempenhar o papel de técnicos burocratas do estado ainda se conservam numa metodologia didática de pronto emprego. Inverso a estes valores conservadores a escola do Emaus agoniza em um bairro periférico como o Bengui, que infelizmente se transforma em atender uma parte de alunos jovens delinqüente por falta de opção sócio econômico e cultural, pois não há condições nem uma para exercer as atividades infalíveis da educação quando aplicada com qualidade e eficiência. Há uma comunhão entre professores, alunos, comunidade e sistema de ensino do estado para esse péssimo rendimento escolar que se comprova com a nota desta escola pelo IDEB, ou seja, faz que estuda que eu faço que educo.
O resultado foi este que é fato real, professores torcem para chegar períodos de greves para se aliviarem dos problemas que são cotidianos aos professores assaltos, violência e desestímulo do exercício da profissão por não haver o feedback. Então fica o empurra - empurra da culpa pelo péssimo serviço de educação pública.
OS PROFESSORES
As exigências aumentaram: maiores salários, melhores condições de trabalho, mais recursos técnicos, então o projeto primordial do Emaús não suporta e sai de cena para repassar ao estatal. Infelizmente os professores não sentem a responsabilidade e compromisso dos primeiros profissionais desta escola com exceção da atual diretora (Marluce) e poucas funcionárias que permanecem mais por motivos emotivos. O resultado foi o que ficou comprovado na matéria da rede globo, professores em greve, mas que também não estavam na assembléia sindical. Essas greves que perderam os significados dos movimentos operários de décadas passadas, que lutavam não apenas por questões econômicas como só salários de professores, mas por outros motivos como qualidade de educação e etc.
As greves já se tornaram culturais no sistema público de educação. No calendário escolar que são realizados nas semanas pedagógicas, já são colocadas em “pauta as greves”. Portanto, a educação vive um cenário de insignificância não que a culpa seja dos professores ou dos pais e principalmente alunos que muitas das vezes fazem deste espaço um local de guerra e nem tão pouco dos políticos. Porque responsabilizar os políticos, é assumir a própria incompetência como cidadão eleitor que não sabe fazer a escolha de seus representantes.
PROFESSORA AMANDA GURGEL 
Não deve o professor mostrar frustração, ansiedade e angústia como se sentisse culpado pela falência da educação e nem tão pouco criar na sociedade um sentimento de pena a função de professor. O professor tem o dever de conhecer o processo da evolução histórica da sociedade, para que fatos não aconteça como da professora Amanda Gurgel na audiência pública sobre o cenário atual da educação no Rio Grande do Norte. A educadora  fez um belo discurso, mas  apelativo e corporativista, expondo como exemplo o seu salário de miséria o que fez dela, mas um sujeito de produto da mídia, pois dias depois estava no Faustão da rede globo sendo usada como Marketing de educação e educador falido.
Ao que parece que brasileiro adora se passar ainda por pobres colonos, o educador tem que ter a clareza que queira ou não ele é o profeta que liga o passado, presente e futuro. Desenvolver a auto-estima nos alunos e não aceitar a imposição da mídia oportunista que põe palavras na boca das pessoas, como afirmou Faustão no dia da entrevista, afirmando que antes a educação era melhor, inclusive citando a disciplina de filosofia como romântica e citou vários colégios que estão nos mesmos tipos de escolas que davam privilégios a uma minoria.
E por fim este apresentador criticou o governo em financiar a copa do mundo no Brasil deixando de investir na educação, essas “alfinetadas” que Faustão fez são meros discurso de uma empresa de mídia que perdeu o monopólio exclusivo das apresentação dos jogos das copas do mundo no passadas. A rede globo agora terá que dividir com outras emissoras, alem de que esta emissora foi responsável em fazer propagandas ideológicas de um dos piores momentos da nossa história “ditadura militar”.
Ora, mas nem de tudo foi regular na fala da professora, pelo menos escancarou o que todo mundo sabe e com toda certeza a sua afirmação de que no Estado do Rio Grande do Norte como em todos estados brasileiro a educação nunca foi prioridade.  Outro fator importante na fala da professora que nos permite entender a transição de uma educação é a confusão da professora com a secretária sobre a precariedade da educação com fatalidade. Perfeito é tudo que nós permitimos entender os pontos que traduz as contradições de uma educação pública que envelhece para o nascimento de uma privada.
Na fala: - “Estão me colocando na sala de aula com um quadro e um giz e alunos entrando com carteiras na cabeca pela falta”. Enquanto na educação pública se falta carteira e se usa o giz, na privada cada carteira já se usa um Notebook para cada aluno com WireLess e Wi-fi, integrando o aluno com seus pais através da Webcam para comprovar sua presença  na escola dando conforto e segurança para pais e alunos. Outro recurso é o Data Show e quadro digitais, além de tablet que dispensa livros físicos.
Outro fator que colabora com a base de nossa defesa é a própria afirmação da professora que critica a fala da secretária que diz que os professores são imediatista, mas as necessidades da professora que é imediata e se quiser realizar desejos tem que trabalhar três períodos, provocando a exaustão deste profissional. A maior frustração da professora é não realização das suas vaidades que são fontes dos desejos, em contra partida os educadores de escolas de grandes portes da rede privada se realizam os seus desejos com uma carga bem inferior. Portanto ainda há resistência de sobrevivência nas escolas públicas, basta que se sobrecarreguem em várias jornadas de trabalho diário.
E para finalizar a professora na sua pura ingenuidade, solicita apoio dos deputados para a efetivização da educação. É uma pena que essa professora não entenda a fase do processo que desequilibra a educação pública no Brasil e apela ao discurso piegas de um pobre professor que sente vergonha de si diante de seus alunos, além de achar que não se sente constrangida com o salário que recebe, mas quem deveria se sentir são os gestores da secretaria de educação do Rio Grande do Norte. É professora a senhora tem toda razão em desabafar pela sua própria natureza humana que tem sede e fome, resultante da necessidade básica, mas não lhe sobra razão para ir diante dos holofotes da mídia adiantar ainda mais o processo de incineração da educação brasileira.      
O desabafo da professora foi importante sim, mas ela não deve se tornar símbolo. Apesar da ingenuidade, mas não é inocente, para não se tornar uma lenda como acontece com muitos professores que passam do discurso teórico de categoria para a prática de governo, Pois caso ela venha a fazer parte de um cargo executivo como estratégia de um governo futuro, depois virá a frustração daqueles que lhe ouviram e acreditaram na sua coragem.
Por mais que não queira ser chamada de redentora, mas já é de fato considerada, basta que esta queira comprovar em uma eleição, seja no parlamento estatal, legislativo ou sindical, caso aconteça, esta comprovará como tantos outros educadores que o problema está sim no modelo vigente estrutural do liberalismo econômico que não permite encargos pesados do estado, mesmo que seja um serviço fundamental como a educação.     
Então há um ciclo que cada vez mais incinera a educação pública, justamente quando se percebe que a democracia se estabiliza. É fato que as condições econômicas do povo brasileiro vem melhorando é só perceber com: o aumento dos produtos duráveis que hoje a população brasileira ostenta, vias abarrotas de carros é um exemplo bem prático, escolhemos   acompanhar uma escola  Aldebaro Klautal, no Conjunto Marechal Cordeiro de Farias, Bairro do Tapanã, nos dias e horários de aulas, à frente da escola está cheia de automóveis dos professores. A própria escola do Emaús é outro exemplo deste fenômeno.
Os professores como qualquer outro profissional estão mais exigentes nos seus salários e o povo exige menor carga tributária e o estado vem se minimizando como previa Adan Smith. Ora, se a educação pública não atende com qualidade o público e os gastos são menores com a educação privada,  alem de riscos de greves e outras adversidades. Então o jeito é a desestatização da educação com convênios como o Prouni e outros métodos para diminuir custos orçamentários do estado com a educação.                  
 Agora é claro que a elite na sua grande maioria não tem mais interesse em Colocar seus filhos em escolas públicas, Por vários motivos: evitar o contato com alunos da periferia que possa a vir “contaminar” seus filhos com vícios; além é claro de que os conteúdos de escolas públicas não acompanham em sua maioria as exigências das provas avaliativas de seleção para acesso a universidades públicas que transportam profissionais mais qualificados para o mercado de emprego tecnológico.
Pais só ainda permitem a entrada de seus filhos em universidades públicas, se for para cursos de pontas como ainda medicinas e outros. Paradoxalmente a este exemplo, ficam os alunos pobres que sonham em faculdades particulares que muita das vezes preparam cidadãos para serem apenas funcionários obedientes e disciplinados para o mercado de trabalho, invertendo os valores em que deveriam formar cidadãos críticos.
Por fim, os alunos mais afortunados são direcionados para as instituições escolares privada por contemplarem conteúdos contextualizados ao mercado exigente, além de formar uma elite de futuros empresários e industriais com predominância no empreendedorismo.
Percebendo este fenômeno um novo empresariado vem se formando investindo cada vez mais para satisfazer o cliente exigente que quer uma educação mais tecnológica de resultado, portanto as escolas empresa investem vultosos financiamentos nesta modalidade, evitando a migração de alunos a países da Europa ou EUA.
Então o debate a ser seguido é sobre a condução política de nosso país, pois como já foi citado acima: vivemos numa democracia, mas sem liberdade, pois o aparelho estatal está em desuso, mas em uso para uma pequena parcela da nossa sociedade remanescente com práticas de educação predominantemente arcaica no privilégio minoritário quando se tem interesse. A educação não pode ser uma ferramenta de monopólio e excludente da grande maioria da sociedade. Se o estado não consegue fazer justiça, igualdade e fraternidade, mas não pode o sistema de educação ser a ferramenta em manter um grupo oligárquico que se privilegia da democracia para submeter a grande maioria da população sem liberdade. Não vale suprimir os direitos pelo sonho de ser parceiro de um estado usurpador dos recursos primários com os países ocidentais (EUA) que se prevalece do discurso de democracia, mas sem liberdade. Mas vale imprimir uma política de igualdade de condições na relação “globalização”.
Mas as amarras de um estado agente libertador sem democracia não pode ser a prática em nosso status quor, o discurso de grupos que não acordam de sonhos descontextualizados com base em experiências anacrônicas de sistemas autoritários que queriam parir modelos econômicos antes do seu tempo como países do leste europeu, também não deveriam ser sinônimos de liberdade sem democracia. Devemos perceber e entender a dialética do materialismo histórico a seu próprio curso para que não emperremos a maquina natural da história econômica e social. Mas já mais ser ausente do debate de que a historia da sociedade se resume na eterna luta de classe, para que não nos tornemos serviçais do poder econômico que bipolariza: operários e patrões.   
 E para finalizar devemos reagir a privilégios para a minoria e exigir uma educação paritária que o estado não fique de fora, mas que o setor privado participe diretamente também para que haja equilíbrio nas relações. Não é interesse ser eternos assistidos do estado, mas ter uma divisão de lucros que sinalize uma justa medida financeira de um estado parceiro de seus associados, não apenas dos deveres para muitos e menos para poucos. Mas direitos e deveres para todos inclusive no “prolabore” de seus sócios com poder de compra sem a dicotômica relação de poder entre a classe dos necessitados e da classe do desejo.    
Então senhores a escola tenente Rego Barros, significa a preservação de privilégios de uma classe que ainda resiste para ocupar cargos técnicos burocráticos, então se esta se mantém com educação de boa qualidade é porque se tem uma elite que exige esta permanência, mas a Escola do Emaús é o exemplo da falência da escola pública que prova as contradições dos últimos suspiros de um modelo econômico que vem caducando e as escolas privadas ainda se embrionam no útero do próprio modelo que caduca, mas a educação não vive na fatalidade da extinção, só uma transição. 
E para concluir a educação pública só funcionou e ainda funciona se existir interesse da elite, portanto a educação pública nunca foi exemplo de boa educação no passado, apenas para uma minoria elitizada.    

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